segunda-feira, 31 de maio de 2021

Polícia Desarticula Quadrilha Que Vendia Caixa de Remédio Para Covid-19 Por R$ 48 Mil Reais


Polícia Civil desarticula quadrilha que vendia medicamentos experimentais contra Covid-19

O remédio é destinado para pessoas com coronavírus em situação grave. Em alguns casos, uma caixa de 200 gramas chegou a ser vendida por R$ 48 mil



Uma caixa de Actemra chegou a ser vendida por R$ 48 mil. 


Na última semana, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor desarticulou duas associações criminosas especializadas no comércio de medicamentos de alto custo utilizados no tratamento de pacientes acometidos pela Covid-19 e em estado grave. A Operação Nisi Facilis aconteceu entre abril e maio deste ano.

O medicamento Tocilizumabe, cujo nome comercial é Actemra, é usado como experimental em pacientes que estão com quadro grave do coronavírus. Ele está em falta no mercado devido o aumento da demanda ocasionado pela pandemia. Dessa forma, tanto o SUS, quanto os planos privados de saúde encontram dificuldades para aquisição do medicamento em território nacional e também no exterior.

Uma caixa de Tocilizumabe, de 200mg, custa aproximadamente R$ 775,42. Todavia, os criminosos estavam vendendo por R$ 18.500. As investigações revelaram que uma caixa de Tocilizumabe com quatro seringas, que era vendida em média no mercado convencional por R$ 6.399,00, estava sendo oferecida e vendida no mercado criminoso por R$ R$ 12.000 cada seringa, ou seja, R$ 48.000 a caixa. O preço estava seis vezes acima do convencional.

As duas associações eram compostas por sete pessoas, que tinham divisão de tarefas referentes ao fornecimento, intermediação mediante o recebimento de comissão entre fornecedores e revendedores finais, e a própria revenda final da medicação. Essas atividades eram realizadas após o contato com familiares de pacientes graves da Covid-19, via redes sociais, com a finalidade da aquisição do medicamento.

Conforme as investigações, os familiares aceitavam essas propostas e pagavam valores abusivos para aquisição do medicamento no momento de dor, desespero, desequilíbrio psicológico e emocional. Era uma forma de tentar evitar a morte de entes queridos.

Durante a operação, os policiais também localizaram e apreenderam itens da droga Propovan (Propofol), utilizada para a sedação de pacientes em procedimentos cirúrgicos, produto que compõe o kit intubação, muito utilizado em determinados procedimentos para tratamento da Covid-19 em casos avançados, que também está em falta no mercado.

Além disso, foram apreendidos R$ 11 mil em espécie e receituários de medicamentos de uso controlado em branco.

Todos os suspeitos foram indiciados por associação criminosa (1 a 3 anos de reclusão) e crime contra a saúde pública. Este, hediondo e é equiparado à adulteração de medicamento consistente no comércio ilícito de medicamentos (pena de 10 a 15 anos).

Fonte: Mais Goiás

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