Encerramento de restaurantes, bares, cafés, discotecas, suspensão das aulas, atividades recreativas, desportivas e culturais.
A Bélgica teve no sábado seu último dia de normalidade, antes da entrada em vigor das novas medidas de prevenção contra o surto do novo coronavírus anunciadas na quinta-feira à noite, que levaram a uma corrida aos supermercados.
Depois de vários dias de recomendações vagas e contraditórias, o Governo federal belga anunciou na noite de quinta-feira medidas drásticas para conter o surto de Covid-19, que entram em vigor às 00:00 de sábado, incluindo o encerramento de restaurantes, bares, cafés, discotecas, a suspensão das aulas em todos os estabelecimentos de ensino, assim como de atividades recreativas, desportivas e culturais, independentemente da sua dimensão.
Com exceção de supermercados e farmácias, todo o restante comércio está autorizado a abrir portas durante a semana, mas não ao fim de semana.
Apesar de os supermercados continuarem a funcionar normalmente e estarem abertos ao sábado, o anúncio das novas medidas levou desde já a que estes estabelecimentos fossem tomados de assalto um pouco por todo o país, e designadamente em Bruxelas, observando-se hoje de manhã longas filas para entrar nas superfícies comerciais.
As medidas anunciadas pelo Governo em funções - há quase um ano, pois ainda não houve acordo sobre a formação de um novo executivo federal belga na sequência das eleições nacionais de maio de 2019 - entram em vigor este fim de semana e prolongar-se-ão pelo menos durante três semanas, até 03 de abril, inclusive, e são aplicáveis às três regiões do país, Flandres (flamenga, no norte), Valónia (francófona, no sul) e região de Bruxelas.
"Não é um lockdown [encerramento completo], mas queremos evitar uma situação como a de Itália", justificou a primeira-ministra belga em funções, Sophie Wilmès, que justificou a mudança drástica de medidas decidida pelo Governo federal com o facto de a situação relacionada com a propagação do novo coronavírus "evoluir de um dia para o outro".
Em Bruxelas, as medidas preventivas das autoridades nacionais juntam-se àquelas tomadas pelas instituições da União Europeia, que já trabalham em serviços mínimos e com a maioria dos funcionários a fazê-lo desde casa, através de teletrabalho.
No Parlamento Europeu, não haverá mesmo qualquer atividade pelo menos na próxima semana.
A Bélgica, país com 11,4 milhões de habitantes, tem à data de hoje 553 casos confirmados de infeção por Covid-19, após o surgimento de 153 novas análises positivas nas últimas 24 horas, e três vítimas mortais.
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.900 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 131 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.
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