domingo, 12 de maio de 2019

Em Protesto Contra Caiado e Bolsonaro Polícia Civil de Goiás Realiza Paralisação das Atividades

Todas as atividades desenvolvidas pela Polícia Civil do Estado de Goiás vão ser paralisadas totalmente na próxima segunda-feira (13/05) entre as 13h e 18h, segundo convite de entidades sindicais e associativas da área. O ato tem objetivo de manifestar repúdio ao texto da PEC 06/2019 que "prejudica consideravelmente o direito de aposentadoria digna ao policia", segundo uma nota publicada em conjunto por entidades sindicais da categoria. Eleito com apoio de uma quantidade expressiva de Policiais Civis, o governo Bolsonaro agora volta os olhos à categoria que mostra-se insatisfeita com as mudanças propostas pelo novo governo. "Ato de repúdio a reforma", diz presidente da União Goiana dos Policiais Civis (Ugopoci)

Mesmo com a paralisação que deverá começar as 13h e encerrar as 18h, José Virgilio, presidente da Ugopoci garante que as demandas deste horário serão atendidas depois. "O atendimento ficaria fragilizado neste período, mas iremos atender as demandas que existirem neste período", afirma. Para Virgilio, o ato será importante para toda a população.

Segundo o policial, a "população ainda não entendeu os efeitos destrutivos da reforma da Previdência". "Não é só pela nossa classe. Toda a população irá ser afetada", avisa. Virgilio no entanto, ressalta para os efeitos da nova Reforma caso seja aprovada da maneira como foi apresentada pelo presidente, Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e apoiada com unhas e dentes por vários governadores, como Ronaldo Caiado (DEM-GO): "Ela destrói a aposentadoria do policial", afirma.

"Estamos frustrados. Os apoiamos com um discurso bonito que tinham sobre segurança pública. Tinham uma visão diferente sobre a pauta. O que estamos vendo com relação à reforma da previdência é bastante negativo. Estamos buscando minimizar esses problemas. O que foi colocado durante a campanha, não está acontecendo"

(José Virgílio, presidente da UGOPOCI)

Não que seja contra qualquer tipo de reforma. Virgilio e a maioria da classe de policiais civis são a favor de uma reforma. "Menos agressiva que a apresentada pelo presidente e defendida pelo Governador", avisa. Entre as diversas alterações que incomodam os policiais, o que mais os incomodam são as mudanças nas regras "de integralidade, paridade e de transição.

A integralidade da forma como trabalhamos, você ganha 5 mil, e quando aposenta, você ganha os mesmos 5 mil. Com a reforma, você vai ganhar uma média desse salário, em torno de 50% e se houver algum reajuste você não terá", avisa.

Virgilio diz que não é justo o cenário vivido por um policial civil, que enfrenta tantos perigos como um outro militar. Cita perseguições, investigações minuciosas em que o agente coloca sua vida em risco. "A reforma como foi apresentada desestimula um cidadão a entrar na corporação." Ele não crítica a reforma da Previdência feita para os militares. "Eles enfrentam as mesmas situações que enfrentamos. Não é justo criticarmos aquela reforma. É a reforma que foi apresentada para nossa classe que ficou ruim", salienta.

Ele alega que não será a reforma que irá "acabar com o país". "A reforma é necessária, mas a ideia de reforma é você fazer algo melhor. Não destruir instituições e aposentadorias", explica. "O país não vai quebrar não é por isso. É o excesso de falsificações, má utilização de recursos públicos, corrupção, desvios de verba. Isso acabará com o país e estão jogando para cima da Previdência", saliena.

Se a reforma apresentada foi tão ruim, como está o sentimento dos policiais com o governo Bolsonaro que apresentou a Reforma e Caiado que a apoia em sua integralidade? "Estamos frustrados. Os apoiamos com um discurso bonito que tinham sobre segurança pública. Tinham uma visão diferente sobre a pauta. O que estamos vendo com relação à reforma da previdência é bastante negativo. Estamos buscando minimizar esses problemas. O que foi colocado durante a campanha, não está acontecendo", ressalta.

Virgilio diz que alguns agentes usam a expressão 'traição' para referirem-se aos governos federal e estadual. "Alguns colegas usam o termo traição. 'O governo traiu' a gente. Sabíamos que ia ter mudanças, não sabíamos que iam ser tão agressivas", concluí.

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