Em sabatina na Rádio Sagres 730, o governador Zé Eliton (PSDB), candidato à reeleição, criticou o candidato Ronaldo Caiado (DEM) pelo descontrole, a falta de capacidade de diálogo e o discurso superficial do democrata, a quem qualificou como “raso e simplista”, que ele vem demonstrando nos debates a que comparece. O governador também apontou que o candidato não apresenta propostas e foge dos confrontos.
Questionado pela jornalista Cileide Alves, uma das apresentadoras do programa “Manhã Sagres”, Eliton comentou a afirmação de Caiado, em debate Rádio CBN/O Popular, promovido na quinta-feira, de que ele lhe beijava a mão em agradecimento por ter sido indicado por ele à vice de Marconi Perillo, em 2010. Zé Eliton avaliou: “Acho que ontem ele destemperou, descontrolou, no debate. Não teve condições de responder, como, aliás, ele não tem feito em debate nenhum, em momento nenhum: responder objetivamente as questões que lhe são postas”. O governador ainda pontuou que Caiado tem apresentado “apenas um discurso raso, simplista e distorcendo a realidade completamente”.
Disse que, em 2006, “ele vivia atrás da gente, para que a gente pudesse fazer a sua defesa jurídica”. E detalhou: “Assim o fiz, por acreditar nos posicionamentos dele, por acreditar que seria importante para o estado. Da mesma forma que o partido, em 2010, resolveu fazer a indicação que lhe coube, na candidatura a vice”, afirmou. “Agora uma relação, que é respeitosa – pelo menos da minha parte sempre foi, em relação a ele – não pode ter componentes tão atrasados como este”, pontuou.
E ainda observou: “Mas isso revela a todos o pensamento dele, a forma dele enxergar o mundo. Ele se enxerga acima de todos e de tudo, não consegue dialogar com ninguém, não consegue respeitar ninguém. Entende que relações devem ser a partir do beija-mão: ele manda e os outros obedecem. Parece que ele não saiu da história dos seus familiares, presos, na primeira metade do século passado, na política do coronelismo atrasado”, lembrou.
Zé Eliton alertou sobre a possibilidade de Caiado chegar ao poder: “Fico imaginando este senador tendo poder para determinar os destinos do estado, que tristeza que será: numa cadeira na frente ao Palácio das Esmeraldas e a fila de pessoas a solicitar para ele qualquer que seja a demanda, tendo que beijar a sua mão. É algo tão atrasado e tão retrógrado que eu imaginei que eu não ouviria jamais de quem quer que seja. Seja nas relações pessoais, seja nas relações políticas”.
Para Zé Eliton, a perda de controle de Caiado no debate ficou evidente. “Basta observar as imagens. Ele perdeu completamente o senso. Faz agressão constante às pessoas e quando as pessoas fazem a contradita argumentativa às teses que ele faz, ele não consegue, simplesmente, argumentar nada”, pontuou.
O governador lembrou que apontou no debate escândalos envolvendo o presidente nacional do partido de Caiado, o DEM, Agripino Maia, que o senador Caiado nunca comentou, fazendo questão de não ver e não falar dos corruptos que apóia. “E o que foi denunciado por jornais nacionais e estaduais, relativos a funcionários fantasmas no gabinete dele, a serviço das fazendas dele, ele não fala nada. Assessores diretos dele envolvidos na operação da pastinha cor de rosa, Ouro Negro, aí ele não fala nada. Ou seja: estas valem, as outras não valem”, pontuou. “Fica uma incoerência, um nível de debate muito pequeno”, lamentou.
E cobrou: “Discuta os temas, apresenta propostas, apresenta soluções para as questões de Goiás. E isso ele não faz nunca, só com fantasia. Chega uma hora que é importante você mostrar isso para a população. Foi justamente isso que nós fizemos, respondendo a provocação dele”, justificou.
Debate - Em outro momento da entrevista, o governador também observou que sempre que é ou for convidado para entrevistas ou debates esta ou estará presente. E observou: “Eu não fujo aos bons debates, como alguns fazem, e já estão se tornando conhecidos e reconhecidos por não terem capacidade de dialogar e conversar”, afirmou. Ele lembrou que Ronaldo Caiado não compareceu a entrevista marcada no dia anterior na própria Rádio Sagres 730. “Parece que isto está virando rotina”, assinalou.
Para ele, “o bom debate é sempre importante, mesmo porque às vezes tem perguntas que são mais delicadas, outras não, mas isso faz parte do processo democrático e o cidadão tem o direito de saber todas as questões envolvendo o governo. Mesmo porque o que é dito hoje, pode ser cobrado amanhã”.
Campanha - Ao avaliar o atual momento da campanha eleitoral, o governador assinalou que a população está mais envolvida no processo, após um fenômeno de mais distanciamento do eleitor, observado em todo o país nos primeiros dias. “Acho que a campanha, não só em Goiás, mas no Brasil inteiro, começa a tomar corpo mais definitivo a partir de agora”, disse, avaliando que, antes, o processo estava mais focado nas questões relacionadas ao programa de cada candidato, sem o envolvimento maior da população.
“Agora você consegue observar um envolvimento das pessoas, as pessoas observando melhor os candidatos, fazendo as suas opções. E é por isso que você observa movimentos já em pesquisa de opinião pública, dado já ao comprometimento das pessoas, das lideranças políticas com o processo partidário eleitoral”, disse. “A eleição se aproxima, o cidadão vai voltando seus olhos para este tema, ele vai formando a sua convicção e eu acho que estas próximas duas semanas que restam para encerrar o processo serão fundamentais para o resultado das eleições, seja no âmbito federal, seja no âmbito estadual”, afirmou.
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