terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Em Entrevista Ao Correio Braziliense, Marconi Mostra Como Avançar Em Tempos De Crise

  Em entrevista ao Correio Braziliense, publicada nesta terça-feira, 26, o governador Marconi Perillo explicou como fez e o que é preciso fazer para reduzir os gastos públicos e aumentar a eficiência dos serviços prestados pelo Estado. Sob o comando de Marconi, que está no quarto mandato, Goiás tem se destacado no cenário nacional em razão do equilíbrio nas contas públicas, em meio a uma crise financeira vivida pelo País, onde estados e municípios têm passado muito aperto, inclusive para pagar salário do funcionalismo.

  Para ele, o avanço experimentado por Goiás pode ocorrer em outros Estados. Mas, ressalta, “sem populismo.” “Vou continuar enxugando as contas, de forma a sobrar mais dinheiro, e vou modernizar a Educação. Este ano, fecharemos o caixa com déficit de R$ 1, 96 bilhão, basicamente por culpa da falta de reforma da Previdência”, ressaltou.

  O governador sustentou que, da forma como está a lei, o Estado vai continuar aposentando funcionários com 47, 49 anos, com salário mensal de R$ 30 mil. “A culpa é minha? Não, a legislação é federal”, diz. Ele propôs ao PSDB fechar questão em favor da aprovação da reforma da Previdência. “Também no meu partido há populismo, pensam em votos e não no País”, afirmou.

  Redução da máquina - Marconi destacou a importância e a necessidade de reduzir o tamanho do Estado. Citou o setor da Saúde, em Goiás, que avançou com a reformulação e a terceirização. “Temos, agora, hospitais melhores que os da rede privada. Isso, depois de enfrentar corporações, de quebrar paradigmas. Todo mundo fala que Saúde não tem jeito. Em Goiás, teve jeito. Estamos colhendo os melhores frutos”, declarou.

  Citou também o exemplo da redução da burocracia, com a criação do serviço de Vapt-Vupt, que poupa tempo: “O prazo de fechamento das empresas goianas caiu para cerca de oito horas. Sem sair do carro, o contribuinte resolve seus problemas”.

  Menos parlamentares - O governador voltou a defender a redução do número de deputados e senadores, como forma de melhorar o ajuste fiscal. Para Marconi, quem for eleito para governar o Brasil a partir de 2019 terá de focar na responsabilidade fiscal. “Temos que diminuir o tamanho do Estado para valer, terceirizar, concessionar, para que o dinheiro sirva bem ao povo, com qualidade”, sentenciou.

  Garantir a efetividade das reformas é, segundo ele, vital para a próxima gestão. Avalia que, sem a reforma da Previdência, os Estados que não quebraram vão quebrar. Goiás, que passou anos no azul, terá saldo deficitário. Marconi defendeu uma reforma eficiente: “Não adianta ser meia-sola, tímida. Talvez seja necessária uma reforma para quem vai entrar no serviço público, que não pode alegar direito adquirido, não tem aposentadoria especial. A proposta atual não pode ser parâmetro para quem vai chegar daqui para a frente, sob pena de que, daqui a cinco, seis anos, fique ainda pior”.

  Populismo - Para ele, o grande desafio em 2018 será escapar das armadilhas do populismo de direita e do populismo de esquerda. Marconi não acredita na vitória de um populista nas eleições brasileiras do ano que vem. “Sou mais otimista, afinal de contas o populismo de esquerda quase arrasou a América Latina”, afirmou.

  Disse que é preciso ter a competência de apresentar um projeto bem estruturado, ousado, agressivo e realizável ao povo brasileiro. Que garanta a transição de um ciclo populista irresponsável do ponto de vista fiscal, do ponto de vista de gestão, para um ciclo virtuoso ancorado em bons exemplos, na boa gestão e na eficiência.

  “Eficiente em acordos por resultados, para que possamos chegar adiante, com o país crescendo em produtividade e sendo competitivo com o Brics (grupo de países em desenvolvimento formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e outros países”, observou.

  Governo Temer - Na avaliação do governador, o governo Temer avançou nas reformas, paralisadas desde a administração de Fernando Henrique Cardoso, e em relação aos indicadores macroeconômicos: “Com a queda da inflação, os empregos voltaram a surgir. De janeiro a outubro, foram criados, no Brasil, 306 mil empregos líquidos, sendo 46 mil de saldo positivo em Goiás.”

  Disse ainda, na entrevista, que o Produto Interno Bruto (PIB) começa a esboçar crescimento, ainda tímido, fruto de uma gestão responsável do ponto de vista fiscal, da eficiência e do profissionalismo da gestão.

  Marconi elogiou a equipe econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “A Petrobras teve uma mudança visível. A Eletrobras estava quase quebrada. Em pouco tempo, mostrou-se ao Brasil que é possível interromper um ciclo nefasto e ter de volta um ciclo virtuoso para a economia e para os brasileiros”, afirmou.

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