quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Café Rancheiro Inova Para Chegar nos R$ 500 Milhões

Entre os 15 maiores torrefadores de café do Brasil e líder do setor na Região Centro-Oeste, o Café Rancheiro tem como meta alcançar faturamento anual entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões até 2020. Para isto, a indústria goiana planeja investir R$ 40 milhões em inovação para expandir a sua produção e linha de produtos. Hoje são 400 colaboradores na fábrica em Anápolis (GO), responsáveis por produzir cinco marcas de café (Rancheiro, Pingo de Ouro, 3 Poderes, Do Cê e Anapolino), rosquinhas de coco, waffler e cookies. Em 2018 serão adicionados ao mix biscoitos recheados e amanteigados e, em 2019 e 2020, os laminados. Outra opção para o futuro é a entrada no mercado de monodose (cápsulas).

“São 32 anos de café e quatro anos na área de biscoitos”, explica o fundador e atual diretor institucional, Wilson Oliveira, ao EMPREENDER EM GOIÁS. A ideia de expandir a marca Rancheiro para os biscoitos foi do sobrinho Ricardo Ander de Oliveira. Os dois estão confiantes em manter o ritmo de crescimento da empresa.

“O café ainda é nosso carro-chefe. É o que mais sabemos fazer e nunca vamos deixar de lado, pois é um mercado fantástico e um produto que está a cada dia mais na moda”, diz o jovem executivo. Além do lançamento de novos produtos, está nos planos do Café Rancheiro também a expansão no País. Com forte presença no Centro-Oeste e Norte do Brasil, a intenção é conquistar maior presença nos mercados do Sudeste, Nordeste e Sul.WIlson Oliveira: “Aposta na tradição e investimentos em inovação consolidaram as marcas do Café Rancheiro”

Wilson de Oliveira e seu irmão José Ricardo de Oliveira fundaram a indústria em 1985. Tinham apenas um funcionário e dividiam as funções. Wilson comandava os setores de compra e transporte do produto e José Ricardo era responsável pela administração e vendas. A família grande (pais e sete irmãos) já tinha vocação empreendedora. Na década de 50 atuava no ramo atacadista em Anápolis. “Colocávamos cerveja na palha para distribuir na Região Nortes”, conta Wilson de Oliveira.

A entrada no ramo do café foi que por acaso. O primo Tarcísio Pereira tinha duas torrefações e queria instalar uma terceira em Anápolis, mas o pedido foi negado pelo então Instituto Brasileiro do Café (IBC), que regulava o setor no País. A solução foi instalar a fábrica em Ouro Verde de Goiás. Mas, três anos depois, Tarcísio decide se desfazer da unidade e Wilson de Oliveira enxergou a oportunidade.

“Chamei meu irmão, que tinha uma imobiliária e maior disponibilidade de recursos, e falei que o negócio era bom. Compramos o que viria a ser o Café Rancheiro pelo equivalente a três Monzas e meio, ou uns R$ 175 mil a valor de hoje”, afirma Wilson, que ficou responsável por tocar a nova empresa. Claro, o começo não foi nada fácil. Dirigindo uma Kombi, Wilson comprava café nas fazendas à tarde, transportava e beneficiava o produto durante a noite, torrava na madrugada e, no início da manhã, entrega para a distribuição. “Só ia dormir depois que os vendedores saiam para vender”, lembra.

Qualidade e inovação
Os irmãos Oliveira perceberam que o café de melhor qualidade era quase todo destinado para as exportações. Ambos resolveram apostar na oferta de um produto melhor para o mercado interno. “A nossa empresa cresceu respeitando o consumidor, o nosso cliente. Só compramos os melhores cafés da região”, afirma Wilson. O trabalho duro, a persistência e o investimento em produtos de qualidade foram determinantes para o reconhecimento do Café Rancheiro. Depois de se consolidar no mercado de Anápolis, a empresa avançou nas cidades do Entorno do Distrito Federal e, em 1990, entra forte no mercado de Goiânia.

Em 1994, os irmãos decidem mudar a fábrica do Café Rancheiro de Ouro Verde para Anápolis, quando a tecnologia na época já permitia a instalação de uma torrefação na cidade sem incomodar a vizinhança com poluição ou barulho. Foram realizados investimentos em inovação na área de embalagens, o que permitiu dobrar o prazo de validade dos produtos para quatro meses. A decisão de ampliar o mix de produtos para atingir o maior número de consumidores também foi determinante para a empresa goiana. Cinco anos depois da criação da marca Pingo de Ouro, o Café Rancheiro compra a marca 3 Poderes, tradicional marca de café em Anápolis, em 1995.

“Evitamos que outra empresa comprasse a marca e se tornasse nosso concorrente”, diz Wilson. Depois foram criadas as marcas Do Cê e Anapolino para ampliar a participação da empresa no mercado de café. Processos também foram modernizados, como o de entregar o café em sistema de pré-venda. “Dos 25 vendedores, ficaram apenas dois. Os que saíram afirmavam que eu iria quebrar a empresa”, afirma Ricardo, que mesmo assim insistiu no novo modelo. “Parece pouco, mas foi muito significativo, pois conseguimos ter o processo mais na mão. Na pronta entrega, o cliente é muito do vendedor”, frisa.

Numa missão comercial ao exterior chefiada pelo governo de Goiás os irmãos Oliveira tiveram a oportunidade de conhecer novidades do mercado internacional. “Café solúvel, cappuccino, expresso e outras opções que ainda não eram exploradas no Brasil. Foi quando entendemos que devíamos investir em tecnologia”, diz Wilson, atual vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg).

Fonte: Empreender em Goiás

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