quarta-feira, 4 de maio de 2016

Polícia Civil deflagra operação “Serendipity” em Anápolis e prende quadrilha de traficantes


Numa operação denominada “Serendipity”, que significa encontrar o que não se procurava, policiais civis do Grupo Especial de Crimes contra o Patrimônio (Gepatri), de Anápolis, prenderam na manhã desta quarta-feira (04/0)5 sete suspeitos envolvidos em pelos menos quatro homicídios e vários outros crimes motivados pela disputa do tráfico de drogas no município. O líder da quadrilha, Pedro Paulo Barros de Oliveira, de 26 anos, comandava as mortes de dentro do Presídio de Anápolis, onde estava preso desde janeiro do ano passado por roubo de cargas. As prisões se deram em cumprimento a dez mandados de prisão temporária, além de mandados de busca e apreensão expedidos pela justiça.

De acordo com o delegado titular da Gepatri, Daniel Nunes Guimarães, a operação contou com o apoio dos policiais do Grupo de Repressão a Narcóticos (Genarc) e também do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Anápolis, depois de dois meses de intensas investigações de crimes relacionados ao roubo de cargas na região de Anápolis. Ainda nas primeiras investigações, os policiais suspeitaram que os crimes tinham estreita ligações com vários homicídios ocorridos na cidade.

Segundo o titular, nestes dois meses, quatro assassinatos, pelos menos, podem ser imputados à quadrilha que fez sua última vítima na noite desta terça-feira (03/5), quando mataram outro traficante, Pedro Henrique, por disputa de território. Curiosamente, dois outros assassinatos tiveram como vítimas jovens com o mesmo nome de Pedro Henrique e pelo mesmo motivo. A Polícia Civil, que terá os integrantes da quadrilha à disposição por 30 dias para serem ouvidos em vários inquéritos, vai pedir a prisão preventiva deles, a fim de impedir que eles retornem às ruas e continuem a cometer mais atrocidades. 

Segundo Daniel Nunes Guimarães, que contou também com o suporte da polícia penitenciária no presídio de Anápolis, essa foi uma operação importante para desarticular o grupo que, para intimidar os traficantes, não hesitava em eliminar. “Eles faziam valer o seu poder de fogo”, acentua o delegado, destacando que, com a prisão temporária, será possível ouvir os acusados e identificar todas as participações deles em vários crimes de roubos, tráfico e mortes na cidade. “Os índices de homicídios eram crescentes e agora, com essa demonstração de força por parte da polícia e com a prisão desses criminosos, certamente esses índices vão cair”, afirma. 

A OPERAÇÃO

Para o cumprimento dos mandados de prisão, os mais de 50 homens da Gepatri e demais equipes iniciaram às 5h desta quarta-feira (04/05) a operação Serendipity, sob a coordenação do titular Daniel Nunes Guimarães. Dos 10 mandados de prisão temporária a cumprir, apenas três suspeitos permanecem foragidos. Os policiais prenderam, numa casa alugada recentemente na Vila São Vicente, em Anápolis, Gustavo Adriel da Silva, que já tinha passagens por tráfico de drogas. Com ele, a polícia encontrou uma pistola 9mm, porções de cocaína e maconha, máscaras para esconder o rosto e um veículo Montana de cor preta roubada. Esse veículo foi usado dias antes para a prática de roubo de cargas.

Na mesma casa, os policiais prenderam Wesley Lopes da Silva, que é o executor dos assassinatos de traficantes da cidade e que, na noite de terça-feira (03/05), matou Pedro Henrique. A arma encontrada na casa de Gustavo, bem como o carro roubado, pertence a Wesley.
No presídio de Anápolis, a polícia prendeu por volta da 6h, o detento Pedro Paulo Barros Oliveira, líder da quadrilha e que coordenava os crimes, definindo quem ia morrer e quando, em atuação de dentro do presídio. Outro integrante da quadrilha é Antônio Edésio Silva Maia, que era quem guardava as armas e distribuía ao grupo, conforme a determinação do chefe da quadrilha. Com ele, os policiais encontraram uma porção de maconha.

Os irmãos Paulo e Cristiano Maciel de Paula, que já têm passagens por tráfico de drogas, também foram presos, assim como Rogério, vulgo “Vinão” que é um dos braços do tráfico de Pedro Paulo e tem participação nos homicídios, além de ser responsável pela venda de armas.

Todos eles estão sendo ouvidos na Gepatri, Genarc e GIH de Anápolis e serão encaminhados ao presídio onde ficarão disponíveis durante um mês para as oitivas necessárias.

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