sexta-feira, 20 de novembro de 2015

PIB de Goiás Surpreende e Atinge R$ 151 Bilhões em 2013

Dados divulgados nesta quinta-feira em parceria pelo IBGE e pelo IMB mostram que Estado antecipou em dois anos previsão de resultado


Goiás amplia vantagem sobre Pernambuco e reduz distância em relação ao Distrito Federal e se consolida como a 9.ª maior economia do País

Renda dos goianos cresce 4%, de R$ 22.509,40, em 2012, para R$ 23.470,48


Impulsionada pelo aumento da produção industrial e pela diversificação na oferta de serviços, a economia de Goiás surpreendeu em 2013: o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas pelo Estado em um ano, alcançou R$ 151 bilhões, alta de 3% na comparação com 2012 (R$ 138,5 bilhões). Os números foram divulgados nesta quinta-feira (19/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Instituto Mauro Borges (IMB) e mostram também aumento da renda dos goianos e da participação de Goiás na composição do PIB da região Centro-Oeste.

O desempenho do PIB em 2013 consolida Goiás na posição de 9.ª maior economia do País, aumentando a vantagem sobre Pernambuco (10.º colocado) e diminuindo a distância em relação ao Distrito Federal (8.º). A expectativa era de que a barreira dos R$ 150 bilhões fosse ultrapassada somente neste ano (2015), conforme as projeções dos institutos governamentais e de mercado. A antecipação em dois anos deste resultado é fruto do dinamismo interno da economia goiana e da mudança da base de cálculo do IBGE. 

O PIB foi calculado em 2013 conforme nova metodologia adotada pelo Instituto, que leva em conta uma classificação mais detalhada de toda produção e calcula o produto pela ótica da renda. Com isso, o Estado reduziu a distância para o 8° colocado, o Distrito Federal, e aumentou sua vantagem em relação ao 10° colocado, Pernambuco.

A superintendente do IMB, Lillian Maria Silva Prado, disse que o novo posicionamento é fruto de uma economia cada vez mais diversificada e de uma política de Estado voltada para o crescimento do setor produtivo, com a aplicação de garantidores de competitividade, como incentivos fiscais. “O Estado é o principal indutor deste processo de crescimento de produção do mercado”, explicou.

Com o avanço da produção, o PIB per capita dos goianos também registrou altas. A renda média de cada cidadão passou de R$ 22.509,40, em 2012, para R$ 23.470,48, em 2013 –, alta de 4%. A participação de Goiás no PIB nacional chegou a 2,8% e dentro da Região Centro-Oeste passou a representar 31,2%. Ou seja, de cada R$ 3,00 produzidos na região R$ 1,00 foi gerado em Goiás. “O Estado confirmou sua importância dentro do Centro-Oeste e também entre os Estados da Região Norte do País”, observou o secretário de Gestão e Planejamento, Thiago Peixoto. O PIB do País também avançou 3% em 2013, totalizando R$ 5,3 trilhões.



Atividades

Em 2013, a indústria foi a atividade que se destacou na economia goiana, com crescimento de 4%, seguida do setor de serviços (3%) e da agropecuária (1,3%). A fabricação de produtos alimentícios, como temperos, molho de tomate, óleo de soja e maionese, além de bebidas (cervejas e chopes), que compõem a indústria de transformação, e de etanol e medicamentos teve peso maior no segmento, que cresceu 6,3% em 2013.

A construção avançou 5,8%, embora a atividade de geração e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana tenham recuado 9,5%. No setor de serviços – crescimento de 3% - ditaram o ritmo as atividades de comércio a manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas, transportes, armazenagem e correios, intermediação financeira e atividades profissionais, científicas e técnicas, além de administrativas e serviços complementares. Grande parte da demanda do setor de serviço foi gerada pela atividade industrial. “A reparação de veículos automotores, por exemplo, é um tipo de serviço especializado, cada vez mais demandado pelo avanço da indústria automotiva no Estado”, analisou Lilian.

No PIB de 2013, já consolidado oficialmente, a agropecuária apresentou desempenho inferior em relação aos demais setores, e também em comparação a anos anteriores, devido a queda na agricultura (-0,6%), por causa da estiagem prolongada, que afetou as lavouras de soja e outros cereais.

Em contrapartida, a produção de cana de açúcar e a pecuária (bovina e aves) cresceram. As exportações goianas caíram 3,7% em 2013, em relação a 2012, bem como as importações (-5,6%). Já a criação de vagas de trabalho no mercado formal (com carteira de trabalho assinada) aumentou 4,9%, acima da média nacional que foi de 3,1%.



Série 2010-2012

Os novos números, que passaram a lastrear a economia brasileira, tendo por base agora o ano de 2010, mostraram que o valor do Produto Interno Bruto aumentou em Goiás, assim como para o Brasil, exceto para Mato Grosso e Distrito Federal. Goiás foi o Estado do Centro-Oeste cujos valores do PIB recalculados registraram maior diferença.

Em 2010, o PIB goiano, divulgado anteriormente, era de R$ 97,57 bilhões e, com a nova metodologia de cálculo, passou para R$ 106,77 bilhões. Em 2011 passou de R$ 111,26 bilhões para R$ 121,24 bilhões. Em 2012, de R$ 123,92 bilhões passou para R$ 138,54 bilhões, chegando em 2013 a R$ 151,01 bilhões.

No período de 2011 até 2013 os técnicos do IBGE e do IMB/Segplan começaram a observar algumas mudanças importantes na economia. Uma delas é que 2011 foi o ano em que a taxa média de câmbio atingiu o menor valor da série. “A partir daí, o real começa a se depreciar”, analisou Cristiano Martins, gerente de Contas Nacionais do IBGE, que acrescentou que o consumo das famílias segue trajetória de crescimento nesses anos, embora mais lenta.

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