A empresa do ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu, a JD Consultoria, foi incluída pela Polícia Federal na lista de 31 empresas utilizadas para operações de lavagem de dinheiro da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. As informações são do jornal O Globo deste domingo (12).
As informações contam em um laudo da Polícia Federal encaminhado à Justiça pelo Ministério Público Federal. Além da empresa de Dirceu, estão na lista os empreendimentos utilizados pelo doleiro Alberto Youssef (MO Consultoria, GFD e Rigidez), pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa (Costa Global) e pelo consultor Júlio Camaro (Treviso e Piemonte) para disfarçar o pagamento de propina fruto do esquema de corrupção na Petrobras.
Segundo o jornal, os investigadores da Operação Lava Jato localizaram uma planilha eletrônica na construtora Camargo Corrêa com a descrição de um dos contratos com a JD Consultoria. “Serviços de consultoria de análise dos aspectos sociológicos políticos do Brasil”. O contrato era datado de 22 de abril de 2010 e estava “vencido”, conforme a planilha da PF.
Extratos bancários obtidos junto a investigados da força-tarefa da Lava Jato revelaram que a JD Consultoria, empresa de Dirceu, faturou R$ 29,2 milhões com a prestação de serviços de prospecção de negócios fora do país, principalmente em países como Cuba e Peru, onde o governo mantém parcerias e grandes negócios. Somente em 2013, quando Dirceu já estava cumprindo pena em regime semiaberto no Complexo Penitenciário da Papula, como sentenciado do mensalão, a JD Consultoria faturou R$ 4,1 milhões. Na lista de clientes dele estão empresas como OAS, UTC, Engevix, Galvão Engenharia, Camargo Corrêa, todas alvos da operação.
Em nota ao jornal O Globo, a defesa do ex-ministro afirma “que nunca teve contrato com o consórcio responsável pela obra da refinaria Abreu e Lima”. Segundo o advogado Roberto Podval, “Dirceu foi contratado pela Camargo Corrêa para atuar em Portugal, como a própria construtora reconhece”. “Portanto não há qualquer relação com contratos ou obras da Petrobras”, conclui a nota.
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