Ao participar do Ethanol Summit 2015, governador afirma que governos estaduais são responsáveis pelo desenvolvimento do setor no País.
Marconi ressalta que produção de cana-de-açúcar cresceu 10 vezes e número de indústrias triplicou nos últimos 15 anos em Goiás
Ethanol Summit é um dos principais eventos do mundo voltados para as energias renováveis, particularmente o etanol e derivados da cana-de-açúcar
– Integrando o grupo de três governadores que participaram dos debates da edição 2015 do Ethanol Summit, realizada nestas segunda e terça-feiras em São Paulo, o governador Marconi Perillo se comprometeu hoje (7/7) a adotar políticas públicas com vistas a aumentar a diferença entre o preço da gasolina e do etanol para que novas medidas que deverão ser adotadas por Goiás se aproximem da matriz energética de São Paulo.
Palestrante da plenária “Reconquistando Competitividade: Como os Governos Estaduais Podem Contribuir”, que também abriu espaço para apresentações dos governadores Geraldo Alckmin (São Paulo) e Beto Richa (Paraná), e foi mediada pelo jornalista William Waack, Marconi Perillo disse que os governos estaduais podem atuar de maneira mais decisiva e articulada na defesa de fontes energéticas alternativas.
“Embora a situação econômica e financeira da maior parte dos Estados não seja nada confortável neste momento de crise que passa o Brasil, os governos estaduais podem contribuir muito para a competitividade do setor. Nós, governadores, temos a obrigação de oferecer uma política fiscal acirrada, acompanhada de estratégias de captação de investimentos construídas sobre a égide do planejamento, para fomentar um setor que muito contribui para a geração de empregos”, discursou.
Convidado também na edição 2011 do Ethanol Summit, o governador de Goiás apresentou nesta terça-feira dados comprovando avanços no setor goiano e afirmou que os governos têm capacidade de oferecer logística compatível, pela viabilização dos meios de escoamento, e níveis satisfatórios de mão de obra para o setor, com a implantação de programas de capacitação.
Ele lembrou que, em março deste ano, seis dos sete maiores Estados produtores de etanol e açúcar se reuniram em Goiânia para avaliar a situação do setor. Além de Goiás e os Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Alagoas chegaram à conclusão de que a falta de políticas de competitividade por parte da União compromete a redução de custo da produção e dificulta a recuperação de preços.
Marconi ressaltou que a produção de cana-de-açúcar cresceu dez vezes nos últimos 15 anos e o número de indústrias em Goiás triplicou. “Isso tem a ver com as políticas que nós adotamos em Goiás, no Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná. Foi com base nestas ideias que Goiás chegou ao atual posto de 2° maior produtor de cana e de etanol do País; e 4° maior produtor de açúcar”, disse Marconi.
Além da promessa de melhorar a competitividade do etanol no Estado de Goiás, Marconi pregou a necessidade de união dos governadores para unir os sete maiores estados produtores de cana-de-açúcar do país e cobrar do governo federal atenção ao setor.
Ele lembrou que, em 1999, Goiás tinha apenas 12 usinas e nenhum destaque na produção nacional de etanol e cana-de-açúcar, e que hoje o Estado conta com 38 usinas moendo cana em solo goiano. “Hoje, Goiás é o Estado que mais cresce em área plantada de cana e em volume de produção do bicombustível.”
Ele falou também sobre as ações que promoveu para que o Estado saísse de sexto para segundo maior produtor de cana-de-açúcar do país. “E não é só em relação às alíquotas, que no segundo governo já conseguimos reduzir muito. Hoje, estamos estudando alternativas para reduzir mais ainda. Criamos toda uma política de logística, priorizando a restauração das rodovias, a maior parte para colaborar com o escoamento de produção. Outra questão é buscar alternativas, como a do baixo carbono.”
Marconi criticou a política energética do governo federal por não priorizar o setor e afirmou que é papel fundamental dos Estados se unirem em prol do desenvolvimento e incremento da competitividade do setor sucroenergético no Brasil.
“Com a falta de uma política nacional em relação a essa matriz energética, se não fossem os governos estaduais com certeza a situação seria muito pior. Nós tomamos muitas medidas para dar competitividade ao setor, além da pressão legítima que nós exercemos junto ao governo federal”, disse Marconi.
O governador disse ainda que o governo federal não deve se esquecer que a matriz energética de qualquer país deve ser ampla e se sustentar no respeito às regras ambientais. “É neste cenário que os governos estaduais têm papel ímpar para o desenvolvimento do setor sucroenergético”, declarou.
A plenária do Ethanol Summit foi conduzida em formato de talk show, com condução do jornalista William Waack. Além das apresentações, houve espaço para utilização de recursos audiovisuais e perguntas da platéia submetidas por escrito nos minutos finais.
Ethanol Summit
Lançado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) em 2007 e realizado a cada dois anos, o Ethanol Summit é um dos principais eventos do mundo voltados para as energias renováveis, particularmente o etanol e os produtos derivados da cana-de-açúcar.
O encontro reúne empresários, autoridades de diversos níveis governamentais, pesquisadores, investidores, fornecedores e acadêmicos do Brasil e do exterior. São esperados cerca de 1.500 participantes para acompanhar quase uma centena de palestras, apresentações, discussões e debates que vão acontecer em grandes plenárias, painéis temáticos e cerimônias de abertura e encerramento, além de eventos paralelos.
A edição 2015 do Ethanol Summit será organizada para a UNICA por uma das maiores empresas de congressos do mundo, a MCI. Com sede na Suíça e presente em 57 cidades de 30 países, a empresa realiza mais de 4.500 eventos por ano, 120 deles no Brasil. A organização do Summit 2015 contará também com a participação da MediaLink Projetos em Comunicação, do jornalista Adhemar Altieri, organizador das edições de 2009, 2011 e 2013 do evento quando atuava pela UNICA.
Crédito das Fotos: Gilberto Marques
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