Em seu retorno a um domingo de jogo oficial – o primeiro desde que foi reformado –, o Maracanã não pode reclamar de falta de craques. Nem que esses não tenham sido decisivos. As 72 mil pessoas que assistiram à segunda partida do Grupo A da Copa das Confederações da FIFA estiveram diante de um belo jogo, que foi decidido sobretudo graças ao habitual talento de dois jogadores: Andrea Pirlo e Mario Balotelli.
Cada um deles marcou um gol da maneira que mais sabe – Pirlo, de falta, Balotelli, batalhando na área – para liderar a Itália na vitória por 2 a 1 sobre o México, cujo gol veio num pênalti cobrado por Javier “Chicharito” Hernández. A vitória valeu aos italianos os três primeiros pontos na chave, que tem sequência na quarta-feira, quando os mexicanos enfrentam o Brasil em Fortaleza, e a Azzurra, o Japão em Recife.
Ser ídolo em todo lugar
Não demorou para que Mario Balotelli justificasse o porquê de tanta ansiedade a respeito de sua escalação como titular ou não, após ter sofrido uma lesão. Em 15 minutos de jogo, o atacante do Milan já havia chutado quatro vezes a gol, em duas delas obrigando o goleiro José Corona a duas boas defesas.
Mas o gol italiano não viria desse jeito típico, mas de outro. Tão típico que a torcida – ou pelo menos a grande parte de brasileiros que se dividia entre os dois times – já antecipava. Aos 27 minutos, quando foi marcada a falta a 30 metros do gol de José Corona, o Maracanã quase todo já gritava: “Pirlo! Pirlo!”. Foi premonitório. Golaço no ângulo direito do meia da Juventus – que celebrou seu 100° jogo pela seleção.
No início, os mexicanos já haviam levado perigo quando Andrés Guardado invadiu a área e acertou o travessão, mas a reação autêntica veio, sobretudo, por uma falha: Andrea Barzagli se atrapalhou ao dominar uma bola, permitiu que Jesús Zavala lhe roubasse a bola e não teve outra opção senão derrubá-lo. Pênalti que Javier “Chicharito” Hernández converteu aos 34.
O segundo tempo esfriou bastante, e a impressão era de que as duas equipes caminhavam quase automaticamente para aceitar um empate, até que apareceu a outra carta na manga italiana. Não a precisão de Pirlo, mas a força de Balotelli, um verdadeiro inferno para os defensores. Aos 33, um passe aparentemente despretensioso, pelo alto, de Emanuele Giaccherini poderia perfeitamente ter sido dominado pela defesa do México. Mas o camisa 9 brigou, tomou a frente de Francisco Rodríguez e tocou na saída de Corona. Como Pirlo, também ele foi aplaudido e teve seu nome gritado pelos torcedores quando foi substituído. Muita coisa mudou no Maracanã, mas essa permanece a mesma: seu torcedor sabe quanto vê diante de si um craque em ação.
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