quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Crise no Vila Nova se agrava com saída de diretor.
A derrota diante da Ponte Preta, terça-feira, no Estádio Serra Dourada, pela Série B do Campeonato Brasileiro, foi só a gota dágua que faltava para detonar a crise vivida pelo clube nos últimos meses. Ontem, no início da tarde, o presidente Geso Oliveira reuniu a imprensa para comunicar a saída do diretor de futebol Jair Rabelo. O conselheiro do clube, João Carneiro, foi convidado para ocupar o cargo, mas não aceitou.
Rabelo estava no Vila desde 19 de maio, quando assumiu o cargo prometendo planejamento e renovação que levariam o time ao acesso à Série A. Não foi o que ocorreu. Ele saiu deixando o time onde estava. Isto é, em último lugar, com só 1 ponto obtido em 11 jogos após a sua chegada.
"Depois de mais uma derrota, concluímos que o projeto (sic) não estava dando certo. O Jair (Rabelo) entendeu que seria melhor sair", explicou Geso Oliveira. Em vez de críticas ao ex-diretor, Geso fez questão de elogiá-lo, dizendo que Jair o ajudou até a conseguir dinheiro para o clube.
Desde que Sizenando Ferro deixou o comando do Vila Nova no final do ano passado, o clube vem tendo problemas para manter no cargo alguns de seus principais dirigentes, como presidentes e diretores de futebol. Em 2010 já passaram por lá os presidentes Maurilho Teixeira e Sizenando (interinamente), além dos diretores Fabrinni Canedo e, agora, Jair Rabelo.
"Estou aqui por uma necessidade do clube e não por vaidade. O clube está com suas portas abertas a qualquer grupo que queira ajudar", desabafou Geso Oliveira, reconhecendo o mau momento do Vila dentro e fora de campo. Para evitar o iminente retorno do clube à Série C, ele prometeu que nos próximos dias serão contratados três ou quatro jogadores, que vão chegar para resolver o problema maior do time: a falta de gols.
Jair Rabelo disse que a principal dificuldade enfrentada por ele no Vila Nova foi a limitação financeira para fazer contratações. "Saio com um sentimento ruim de derrota, de quem sonhou com um bom trabalho e não conseguiu realizá-lo", declarou.
Desgaste Ainda segundo o ex-dirigente vilanovense, sua saída foi também resultado de um desgaste externo (com a imprensa) e interno com alguns dirigentes. Além disso, desgaste com alguns jogadores, que foram punidos com multa salarial por terem descumprido algumas normas do clube.
Agora que está fora do Vila Nova, Jair Rabelo admite que o problema maior do clube, além da falta de dinheiro, é a falta de planejamento. "Por que ele não fez isso enquanto esteve lá? Ele não disse que com 1/3 do que gastamos no Vila Nova, colocaria o time na Série A?", questionou o presidente do conselho deliberativo, Carlos Alberto Barros.
Curiosamente, Jair Rabelo saiu fazendo críticas indiretas até mesmo ao técnico Paulo Comelli e aos jogadores. "Ele (Comelli) não era meu técnico preferido e indicou alguns jogadores que não renderam o suficiente", disse.
A saída de Jair Rabelo do futebol não foi a única na barca colorada. Três jogadores, contratados na passagem de Jair, também saíram ontem: Thiago Miracema (atacante), Thiago Gaúcho (volante) e Matheus (meia). Rafael Pedro, zagueiro que havia sido contratado, deixou o clube por causa de lesão no ombro.
Ex-dirigentes descartam retorno
Aposta mal quem achar que o grupo formado por ex-dirigentes do clube - Carlos Alberto Barros, Sizenando Ferro, Newton Ferreira, Leonardo Rizzo, José Eduardo e Walter Parreira - planeja retornar à diretoria executiva do clube ou tenha um projeto pronto para assumi-lo.
Carlos Alberto Barros é o único dentre eles que tem um cargo atualmente no Vila Nova. Ele é presidente do Conselho Deliberativo. "Gostei da saída do Jair Rabelo. Acho que isso pode dar uma sacudida no Vila, mas não muda nada minha posição. Aplaudo quem quiser assumir", disse ele, reiterando sua intenção de não mais pôr dinheiro no clube.
Sizenando Ferro pensa da mesma forma. Como torcedor, lamenta a situação, mas não se dispõe a voltar. "O Jair é o responsável pelo fracasso do time, mas foi contratado pelo Geso, que o fez por conta própria, sem nos comunicar nada", disse o ex-presidente, explicando que não teria tempo para se dedicar ao Vila Nova.
Leonardo Rizzo, presidente na conquista do último título do clube, em 2005, é o único que admite um certo interesse em retornar. Desde que um grupo assuma o clube financeiramente, mas passe a ditar as regras sem interferências do Conselho. "Teria de haver profissionalização e planejamento. Além disso, 80% da receita iria para o futebol e 20% para o patrimônio/categorias de base", explicou. Entretanto, essa ideia do retorno teria de partir, segundo ele, do atual presidente do Cconselho Deliberativo.
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