sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Governador Marconi Perillo Concedeu Entrevista a Rádio CBN Brasil Para Falar dos Investimentos no Sistema Penitenciário


Em entrevista à Rádio CBN Brasil, o Governador defendeu mudança na Constituição para que a União assuma os presos que são de responsabilidade dela

  Destacou o compromisso do Governo do Estado com o setor de Segurança Pública, a criação de cinco novos presídios e mais de R$ 3,3 bilhões em investimentos somente em 2017



Em entrevista ao vivo à CBN Brasil, na manhã desta quinta-feira, 04, o governador Marconi Perillo falou sobre o compromisso do governo de Goiás com a área de Segurança Pública, com investimentos que somam mais de R$ 3,3 bilhões somente em 2017; as responsabilidades do Estado e da União e o abalo emocional com o caso que ocorreu no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

Destacou que, em reunião com mais de 20 governadores, o grupo já havia alertado à presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, sobre a insuficiência do sistema carcerário nacional, as deficiências, as dificuldades e a falta de recursos por parte do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

“Já tínhamos tido essa conversa com a ministra Cármen Lúcia, assim que ela assumiu. A ministra tem demonstrado muito interesse nesse assunto até porque ela é presidente do Conselho Nacional de Justiça e a responsável pelo custeamento dos presos”, disse.

O governador citou o crescimento da população carcerária e o consequente aumento dos gastos do Estado: “Nos últimos anos, a população carcerária de Goiás cresceu 64%. Mesmo com o aumento considerável do número de agentes prisionais, de 70%, ainda temos problemas porque as nossas polícias estão atuando muito fortemente e prendendo mais pessoas. Conseguimos, em 12 meses, reduzir todos os indicadores de violência. Pusemos muita gente na cadeia e, à medida que isso ocorre, os presídios vão superlotando. Os estados estão gastando muito mais com Segurança e com o Sistema Prisional”.

Na entrevista ao âncora da CBN, Mílton Jung, Marconi informou que o Estado gasta, hoje, mais de 100% do que gastava há quatro anos com a Segurança e frisou que o repasse do Departamento Nacional Penitenciário é muito pouco. “Em 2016, foram repassados R$ 36 milhões, mas nós gastamos mais de R$ 400 milhões com o sistema; no ano passado, gastamos mais de R$ 600 milhões e o Departamento enviou R$ 17 milhões agora ao final de dezembro, isso é menos de 0,5% do que o Estado de Goiás investiu em Segurança Pública em 2017”, afirmou, acrescentando que defende mudança na Constituição.

“Eu tenho defendido fortemente que a gente mude a Constituição, porque ela obriga só os governos estaduais a investirem em segurança do cidadão, e essa responsabilidade precisa ser compartilhada entre União, Estados e Municípios. Ela deve ser, principalmente, de responsabilidade da União. A União deve ser a grande coordenadora das políticas de segurança e principalmente da política prisional”, declarou.

Repercussão – Falou também sobre a repercussão nacional da rebelião que aconteceu em Goiás: “É complicado porque toda vez que acontece esse tipo de tragédia, e isso nos deixou completamente abalados emocionalmente, as autoridades federais se movimentam, mas é preciso que esse assunto seja debatido o ano inteiro e que haja planejamento. Além disso, quem abriga os presos que são de responsabilidade da União somos nós, governadores”.

O governador também afirmou que, depois do episódio em Goiás e das declarações dadas, o Estado irá preparar uma ação pedindo ressarcimento em relação ao que gasta com presos nacionais: “O Estado assume com toda a boa vontade esses presos, temos um convênio para isso, mas já pedi para fazerem o cálculo de quantos presos são de responsabilidade da União. No entanto, independentemente disso, precisamos colocar a razão em primeiro lugar e planejar as ações daqui para a frente com o conjunto de governadores. O que aconteceu no ano retrasado no Rio Grande do Norte, Amazonas, Roraima, e agora em Goiás, pode acontecer a qualquer hora com qualquer Estado.”



Leia a entrevista na íntegra:

Pergunta - Governador, sobre a situação ocorrida em Goiás, o senhor conversou com a ministra Cármen Lúcia e pediu uma reunião com ela, o ministro da Justiça, Raul Jungmann, e todos os governadores. Já tem resposta?

Marconi Perillo - Bom dia a você, Mílton, e a todos os ouvintes. No início do mandato da presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, na primeira reunião que ela fez com os governadores, nós já alertávamos sobre a insuficiência do sistema carcerário nacional, sobre as deficiências, as dificuldades e a falta de recursos do Depen, Departamento Penitenciário Nacional. Depois, no final do ano retrasado, tivemos rebeliões em vários Estados, Amazonas, Roraima, Rio Grande do Norte; mais de 200 mortes, problema seriíssimo. Esse problema se repete agora, em uma escala menor, em Goiás. É a guerra das facções. Primeiro Comando da Capital (PCC), e Comando Vermelho. Essas facções estão se infiltrando em todos os Estados, em todos os presídios brasileiros. É preciso que haja uma reação muito forte, coordenada, planejada, que tenha como coordenador principal o Departamento Penitenciário Nacional e o Ministério da Justiça. A presidente Cármen Lúcia, desde o início, tem demonstrado muito interesse nesse assunto até porque ela é presidente do Conselho Nacional de Justiça e a responsável pelo custeamento dos presos. Cabe aos Estados manter esses presos sob custódia. Só que os gastos estaduais aumentam a cada ano. Para você ter uma ideia, nos últimos anos, a população carcerária de Goiás cresceu 64%; nós também aumentamos consideravelmente, em mais de 70% o número de agentes prisionais, mas também é insuficiente porque o que está acontecendo é que as nossas polícias estão atuando muito fortemente. Conseguimos em 12 meses reduzir todos os indicadores de violência. Pusemos muita gente na cadeia e, à medida que isso ocorre, os presídios vão superlotando; os estados estão gastando muito mais com Segurança, muito mais com o Sistema Prisional. Gastamos, hoje, mais de 100% do que gastávamos há quatro anos. Só no ano passado foram mais de R$ 600 milhões investidos em Goiás. E o que o Departamento Nacional Penitenciário repassa é muito pouco. Em 2016, foram repassados R$ 36 milhões, nós gastamos mais de R$ 400 milhões com o sistema; no ano passado, nós gastamos mais de R$ 600 milhões e o Departamento enviou para nós R$ 17 milhões agora ao final de dezembro. Nós temos uma política planejada, prática.



P - E esses R$ 17 milhões vão para onde, governador? Já têm destinação?

Marconi Perillo - Já, nós temos todo um planejamento de construção de novos presídios. Estamos construindo, agora, cinco presídios com capacidade para mais de 300 presos; dois já estão prontos e já estamos equipando; três estão em fase avançada de construção. Esses R$ 17 milhões vão para equipamentos ou início de construção de presídio. Mas esse dinheiro não dá para construir nem a metade de um presídio, é muito pouco.



P - Eu lhe perguntei isso, governador, porque hoje tem dados no jornal O Globo que mostram que, em 2016, Goiás recebeu, em 2016, R$ 32 milhões do Fundo Penitenciário e que só 18% foram utilizados até o final de dezembro. O dinheiro chega e não está sendo investido?

Marconi Perillo - Na verdade, falta planejamento a médio e longo prazo por parte do Depen. Na verdade, essa informação não é correta. Nós já investimos 60% na obra do presídio de Planaltina, que fica no Entorno de Brasília. Talvez não tenha sido ainda faturado tudo, mas nós já concluímos 70% da obra. Ocorre que o dinheiro chega, chegou em dezembro de 2016, e nós temos de fazer o projeto, a licitação, tomar todas as providências necessárias e isso demora até a gente começar. De qualquer sorte, em menos de um ano nós avançamos 70% da construção da obra. Mas é importante dizer uma coisa: no ano passado, o governo de Goiás investiu R$ 3,3 bilhões em Segurança Pública; R$ 32 milhões, Mílton, é menos de 1% do que o Estado gastou com a Segurança Pública. Eu tenho defendido fortemente que a gente mude a Constituição, porque a Constituição obriga só os governos estaduais a investirem em segurança do cidadão, para que a União, os Estados e os Municípios compartilhem dessa responsabilidade, principalmente a União, que deve ser a grande coordenadora das políticas de segurança e principalmente da política prisional. Agora, em 2017, foram repassados R$ 17 milhões, isso é menos de 0,5% do que o Estado de Goiás investiu em Segurança Pública em 2017.



P - Hoje, aqui no jornal da CBN, conversamos ao vivo com o ministro Raul Jungmann e tratamos desse assunto também, eu comentei a crítica do senhor, que tinha reclamado, e ele disse que a responsabilidade do Sistema Penitenciário é do Estado e que o governo federal tem um plano com dinheiro à disposição, que é preciso só pedir o dinheiro. O senhor já pediu dinheiro e não recebeu?

Marconi Perillo - Não é assim, não. Tivemos, há três meses em Rio Branco, no Acre, onde fizemos um grande encontro com mais de 20 governadores, estavam presentes o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a quem respeito muito; o ministro da Justiça, Torquato Jardim, também a quem respeito; também o ministro de Relações Exteriores e nós conversamos fortemente sobre esse tema, nós pedimos cerca de R$ 4 bilhões para todos os Estados e eles estão repassando cerca de R$ 700 milhões para todos os Estados brasileiros. Eles não têm dinheiro e não colocam o dinheiro à disposição porque dizem que não têm orçamento e não têm financeiro. Essa é a grande realidade. Eu tenho um grande respeito por todos eles, mas a gente tem de colocar essa questão não como pessoal, contra esse ou aquele ministro, esse ou aquele presidente; essa é uma questão de Estado, que precisa de recurso, sim, de inteligência e de estratégia. Estamos alertando há muito tempo. Se você fizer entrevistas com cada um dos governadores, todos vão fazer as mesmas reclamações porque estamos sofrendo na pele esse problema.



P - O senhor acha que agora vai mudar alguma coisa em função do que aconteceu em Goiás? Tem otimismo? Até porque, como o senhor disse, o crime organizado está tomando conta do sistema penitenciário.

Marconi Perillo - Exatamente. É complicado porque toda vez que acontece esse tipo de tragédia, isso nos deixou completamente abalados emocionalmente, as autoridades federais se movimentam, mas é preciso que esse assunto seja debatido o ano inteiro, que haja planejamento. E outra coisa, o ministro Jungmann disse a verdade, a responsabilidade é dos Estados, mas não deveria ser. Quem abriga os presos, que são de responsabilidade da União, somos nós, governadores. É bom que o ouvinte saiba que os presos que cometem crimes transnacionais, como contrabando, são de responsabilidade do governo federal, da União, mas quem custeia somos nós, governos estaduais. Então, se formos levar em consideração o que custa cada preso nacional, a União teria de nos passar muito mais dinheiro. Importante dizer que o governador do Acre entrou com ação no STF pedindo ressarcimento em relação ao que o Estado do Acre gastou com os presos da União. Essa não é uma responsabilidade só dos Estados, é também da União, e deveria ser principalmente da União. A Constituição precisa ser mudada para que a União assuma de vez a coordenação dessa questão da Segurança.

Rithely Está Em Recife Para Se Apresentar ao Sport

O volante Rithely chegou ontem ao Recife para se apresentar ao Sport acompanhado do seu empresário Roberto Faustim que ontem a noite se reuniu com Gustavo Dubeux. 

O diretor  executivo de futebol do Sport, Alexandre Faria, afirmou que Rithely foi o único jogador ausente que não justificou o motivo para não se apresentar para o início da pré-temporada,  o que não foi verdade segundo o empresário Tadeu Cruz, que desmentiu a informação de Alexandre Faria e garantiu que a diretoria rubro-negra foi comunicada sobre o não comparecimento do jogador.

"Rithely informou a Nelsinho (Baptista). Já o meu sócio, Roberto Faustim, falou para o Gustavo Dubeux. E eu comuniquei ao Rodrigo (Barros). Se Alexandre não conversou com os pares dele a culpa não é do jogador", comentou Tadeu Cruz.

O episódio foi a gota água para azedar a relação entre Rithely e Alexandre Faria que já vinha desgastada desde o final do ano passado, quando o Sport estava em Goiânia para jogar contra o Atlético-GO e Rithely pediu autorização para deixar o hotel e ir até a  casa de sua mãe que não reunia condições de ir ao hotel. Alexandre Faria negou o pedido e acusou o jogador de não está comprometido com o grupo e determinou o seu afastamento do jogo contra o Palmeiras.

Depois de mais este episódio  onde Alexandre Faria passou informação errada sobre a representação  de Rithely   provocando mais desgate da imagem do jogador perante aos torcedores a relação entre os dois ficou quase que insustentável. 

Proposta

O Internacional fez uma proposta oficial pelo empréstimo do jogador ao Sport. A diretoria do Sport está analisando a proposta. Gustavo Dubeux é quem está tratando do caso.

Cirurgia


Rithely passou por uma pequena cirurgia, que só pode ser realizada no dia que estava marcada para a apresentação,   impossibilitando de se apresentar ao clube no dia 3. O procedimento foi simples, mesmo assim o médico recomendou repouso de alguns dias,  através de atestado médico. A cirugia é visível e pode ser atestada também pelos médicos do clube. 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Nota Oficial do Governo de Goiás Sobre Nova Tentativa de Rebelião no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

O Governo de Goiás confirma que, no início da noite desta quinta-feira (04/01), houve uma tentativa de invasão de presos da ala C nas alas A, B e D da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

O serviço de inteligência policial da SSP já monitorava a ação dos presos e a tentativa de rebelião foi rapidamente controlada.

Não houve mortes nem feridos. Uma fuga foi registrada.

Houve tentativa de explosão de uma granada e troca de tiros, mas as forças policiais agiram de forma enérgica para conter a situação.

Vale lembrar que uma vistoria foi realizada na unidade na quarta-feira (03/01).

A Polícia Civil já está com as investigações em estágio avançado na apuração dos fatos que ocasionam tumultos no presídio nos últimos dias.

O Governo de Goiás destaca a eficiência do serviço de Inteligência, bem como a ação das forças policiais que conseguiram acabar com o tumulto rapidamente.

Governo do Estado de Goiás

Nova Rebelião no Presidio de Aparecida de Goiânia

A Polícia Militar do Estado de Goiás confirmou através de sua assessoria de imprensa que uma nova rebelião estourou no inicio da noite desta quinta-feira no Presídio Semiaberto, em Aparecida de Goiânia.

Informações iniciais indicam que presos da Ala C teriam invadido novamente, no início da noite desta quinta feira (4), as outras alas da penitenciária. 10 viaturas da policia Militar foram enviadas para o local

Houve troca de tiros entre presos e agentes penitenciarios. Aguardem mais informações .

Atualização - Tentativa de rebelião controlada pela PM

Tentativa de nova rebelião no antigo Cepaigo não prosperou. Forças policiais agiram com presteza e eficiência e já controlaram a situação. Coronel Edson Queiroz comanda pessoalmente as ações. Não há feridos nem mortos.

Marconi Diz Que Já Havia Alertado Às Autoridades brasileiras Sobre a Insuficiência Do Sistema Carcerário Nacional

  Em entrevista ao vivo à CBN Brasil, na manhã desta quinta-feira, 04, o governador Marconi Perillo falou sobre o compromisso do governo de Goiás com a área de Segurança Pública, com investimentos que somam mais de R$ 3,3 bilhões somente em 2017; as responsabilidades do Estado e da União e o abalo emocional com o caso que ocorreu no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

  Destacou que, em reunião com mais de 20 governadores, o grupo já havia alertado à presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, sobre a insuficiência do sistema carcerário nacional, as deficiências, as dificuldades e a falta de recursos por parte do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

  “Já tínhamos tido essa conversa com a ministra Cármen Lúcia, assim que ela assumiu. A ministra tem demonstrado muito interesse nesse assunto até porque ela é presidente do Conselho Nacional de Justiça e a responsável pelo custeamento dos presos”, disse.

  O governador citou o crescimento da população carcerária e o consequente aumento dos gastos do Estado: “Nos últimos anos, a população carcerária de Goiás cresceu 64%. Mesmo com o aumento considerável do número de agentes prisionais, de 70%, ainda temos problemas porque as nossas polícias estão atuando muito fortemente e prendendo mais pessoas. Conseguimos, em 12 meses, reduzir todos os indicadores de violência. Pusemos muita gente na cadeia e, à medida que isso ocorre, os presídios vão superlotando. Os estados estão gastando muito mais com Segurança e com o Sistema Prisional”.

  Na entrevista ao âncora da CBN, Mílton Jung, Marconi informou que o Estado gasta, hoje, mais de 100% do que gastava há quatro anos com a Segurança e frisou que o repasse do Departamento Nacional Penitenciário é muito pouco. “Em 2016, foram repassados R$ 36 milhões, mas nós gastamos mais de R$ 400 milhões com o sistema; no ano passado, gastamos mais de R$ 600 milhões e o Departamento enviou R$ 17 milhões agora ao final de dezembro, isso é menos de 0,5% do que o Estado de Goiás investiu em Segurança Pública em 2017”, afirmou, acrescentando que defende mudança na Constituição.

  “Eu tenho defendido fortemente que a gente mude a Constituição, porque ela obriga só os governos estaduais a investirem em segurança do cidadão, e essa responsabilidade precisa ser compartilhada entre União, Estados e Municípios. Ela deve ser, principalmente, de responsabilidade da União. A União deve ser a grande coordenadora das políticas de segurança e principalmente da política prisional”, declarou.

  Repercussão – Falou também sobre a repercussão nacional da rebelião que aconteceu em Goiás: “É complicado porque toda vez que acontece esse tipo de tragédia, e isso nos deixou completamente abalados emocionalmente, as autoridades federais se movimentam, mas é preciso que esse assunto seja debatido o ano inteiro e que haja planejamento. Além disso, quem abriga os presos que são de responsabilidade da União somos nós, governadores”.

  O governador também afirmou que, depois do episódio em Goiás e das declarações dadas, o Estado irá preparar uma ação pedindo ressarcimento em relação ao que gasta com presos nacionais: “O Estado assume com toda a boa vontade esses presos, temos um convênio para isso, mas já pedi para fazerem o cálculo de quantos presos são de responsabilidade da União. No entanto, independentemente disso, precisamos colocar a razão em primeiro lugar e planejar as ações daqui para a frente com o conjunto de governadores. O que aconteceu no ano retrasado no Rio Grande do Norte, Amazonas, Roraima, e agora em Goiás, pode acontecer a qualquer hora com qualquer Estado.”

Leia a entrevista na íntegra:

Pergunta - Governador, sobre a situação ocorrida em Goiás, o senhor conversou com a ministra Cármen Lúcia e pediu uma reunião com ela, o ministro da Justiça, Raul Jungmann, e todos os governadores. Já tem resposta?

  Marconi Perillo - Bom dia a você, Mílton, e a todos os ouvintes. No início do mandato da presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, na primeira reunião que ela fez com os governadores, nós já alertávamos sobre a insuficiência do sistema carcerário nacional, sobre as deficiências, as dificuldades e a falta de recursos do Depen, Departamento Penitenciário Nacional. Depois, no final do ano retrasado, tivemos rebeliões em vários Estados, Amazonas, Roraima, Rio Grande do Norte; mais de 200 mortes, problema seriíssimo. Esse problema se repete agora, em uma escala menor, em Goiás. É a guerra das facções. Primeiro Comando da Capital (PCC), e Comando Vermelho. Essas facções estão se infiltrando em todos os Estados, em todos os presídios brasileiros. É preciso que haja uma reação muito forte, coordenada, planejada, que tenha como coordenador principal o Departamento Penitenciário Nacional e o Ministério da Justiça. A presidente Cármen Lúcia, desde o início, tem demonstrado muito interesse nesse assunto até porque ela é presidente do Conselho Nacional de Justiça e a responsável pelo custeamento dos presos. Cabe aos Estados manter esses presos sob custódia. Só que os gastos estaduais aumentam a cada ano. Para você ter uma ideia, nos últimos anos, a população carcerária de Goiás cresceu 64%; nós também aumentamos consideravelmente, em mais de 70% o número de agentes prisionais, mas também é insuficiente porque o que está acontecendo é que as nossas polícias estão atuando muito fortemente. Conseguimos em 12 meses reduzir todos os indicadores de violência. Pusemos muita gente na cadeia e, à medida que isso ocorre, os presídios vão superlotando; os estados estão gastando muito mais com Segurança, muito mais com o Sistema Prisional. Gastamos, hoje, mais de 100% do que gastávamos há quatro anos. Só no ano passado foram mais de R$ 600 milhões investidos em Goiás. E o que o Departamento Nacional Penitenciário repassa é muito pouco. Em 2016, foram repassados R$ 36 milhões, nós gastamos mais de R$ 400 milhões com o sistema; no ano passado, nós gastamos mais de R$ 600 milhões e o Departamento enviou para nós R$ 17 milhões agora ao final de dezembro. Nós temos uma política planejada, prática.

P - E esses R$ 17 milhões vão para onde, governador? Já têm destinação?

  Marconi Perillo - Já, nós temos todo um planejamento de construção de novos presídios. Estamos construindo, agora, cinco presídios com capacidade para mais de 300 presos; dois já estão prontos e já estamos equipando; três estão em fase avançada de construção. Esses R$ 17 milhões vão para equipamentos ou início de construção de presídio. Mas esse dinheiro não dá para construir nem a metade de um presídio, é muito pouco.

P - Eu lhe perguntei isso, governador, porque hoje tem dados no jornal O Globo que mostram que, em 2016, Goiás recebeu, em 2016, R$ 32 milhões do Fundo Penitenciário e que só 18% foram utilizados até o final de dezembro. O dinheiro chega e não está sendo investido?

  Marconi Perillo - Na verdade, falta planejamento a médio e longo prazo por parte do Depen. Na verdade, essa informação não é correta. Nós já investimos 60% na obra do presídio de Planaltina, que fica no Entorno de Brasília. Talvez não tenha sido ainda faturado tudo, mas nós já concluímos 70% da obra. Ocorre que o dinheiro chega, chegou em dezembro de 2016, e nós temos de fazer o projeto, a licitação, tomar todas as providências necessárias e isso demora até a gente começar. De qualquer sorte, em menos de um ano nós avançamos 70% da construção da obra. Mas é importante dizer uma coisa: no ano passado, o governo de Goiás investiu R$ 3,3 bilhões em Segurança Pública; R$ 32 milhões, Mílton, é menos de 1% do que o Estado gastou com a Segurança Pública. Eu tenho defendido fortemente que a gente mude a Constituição, porque a Constituição obriga só os governos estaduais a investirem em segurança do cidadão, para que a União, os Estados e os Municípios compartilhem dessa responsabilidade, principalmente a União, que deve ser a grande coordenadora das políticas de segurança e principalmente da política prisional. Agora, em 2017, foram repassados R$ 17 milhões, isso é menos de 0,5% do que o Estado de Goiás investiu em Segurança Pública em 2017.

P - Hoje, aqui no jornal da CBN, conversamos ao vivo com o ministro Raul Jungmann e tratamos desse assunto também, eu comentei a crítica do senhor, que tinha reclamado, e ele disse que a responsabilidade do Sistema Penitenciário é do Estado e que o governo federal tem um plano com dinheiro à disposição, que é preciso só pedir o dinheiro. O senhor já pediu dinheiro e não recebeu?

  Marconi Perillo - Não é assim, não. Tivemos, há três meses em Rio Branco, no Acre, onde fizemos um grande encontro com mais de 20 governadores, estavam presentes o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a quem respeito muito; o ministro da Justiça, Torquato Jardim, também a quem respeito; também o ministro de Relações Exteriores e nós conversamos fortemente sobre esse tema, nós pedimos cerca de R$ 4 bilhões para todos os Estados e eles estão repassando cerca de R$ 700 milhões para todos os Estados brasileiros. Eles não têm dinheiro e não colocam o dinheiro à disposição porque dizem que não têm orçamento e não têm financeiro. Essa é a grande realidade. Eu tenho um grande respeito por todos eles, mas a gente tem de colocar essa questão não como pessoal, contra esse ou aquele ministro, esse ou aquele presidente; essa é uma questão de Estado, que precisa de recurso, sim, de inteligência e de estratégia. Estamos alertando há muito tempo. Se você fizer entrevistas com cada um dos governadores, todos vão fazer as mesmas reclamações porque estamos sofrendo na pele esse problema.

P - O senhor acha que agora vai mudar alguma coisa em função do que aconteceu em Goiás? Tem otimismo? Até porque, como o senhor disse, o crime organizado está tomando conta do sistema penitenciário.

  Marconi Perillo - Exatamente. É complicado porque toda vez que acontece esse tipo de tragédia, isso nos deixou completamente abalados emocionalmente, as autoridades federais se movimentam, mas é preciso que esse assunto seja debatido o ano inteiro, que haja planejamento. E outra coisa, o ministro Jungmann disse a verdade, a responsabilidade é dos Estados, mas não deveria ser. Quem abriga os presos, que são de responsabilidade da União, somos nós, governadores. É bom que o ouvinte saiba que os presos que cometem crimes transnacionais, como contrabando, são de responsabilidade do governo federal, da União, mas quem custeia somos nós, governos estaduais. Então, se formos levar em consideração o que custa cada preso nacional, a União teria de nos passar muito mais dinheiro. Importante dizer que o governador do Acre entrou com ação no STF pedindo ressarcimento em relação ao que o Estado do Acre gastou com os presos da União. Essa não é uma responsabilidade só dos Estados, é também da União, e deveria ser principalmente da União. A Constituição precisa ser mudada para que a União assuma de vez a coordenação dessa questão da Segurança.

P - O senhor pretende fazer o mesmo?

  Marconi Perillo - Com certeza. Depois desse episódio e dessas respostas que estão sendo dadas, com certeza nós vamos preparar uma ação pedindo ressarcimento em relação ao que o Estado gasta. Nós temos um convênio e nós, com toda boa vontade, assumimos esses presos. Eu já pedi para fazerem o cálculo de quantos presos são de responsabilidade da União. Mas, independentemente disso, acho que não podemos colocar a emoção em primeiro lugar. É preciso colocar a razão e planejar ações daqui para frente com o conjunto de governadores, por isso pedi à ministra Cármen Lúcia, já que ela é também a presidente do Conselho Nacional de Justiça, responsável pela política carcerária, para que ela nos reúna, junto com o ministro da Justiça, para discutirmos política a longo prazo. O que aconteceu no ano retrasado no Rio Grande do Norte, Amazonas, Roraima, e agora com Goiás, pode acontecer a qualquer hora com qualquer estado, porque, como aumenta a população carcerária, os presídios vão ficando cada vez mais superlotados, e para construir um presídio novo é preciso dinheiro e tempo, se gasta de dois a quatro anos.

Governo do Estado cria Diretoria-Geral de Administração Penitenciária com autonomia orçamentária e financeira

Diário Oficial desta quinta-feira (04/01) também traz medida que permite ao Executivo gestão da vaga prisional, hoje exercida pelo Poder Judiciário. Lei Nº 19.962 fortalece estrutura do sistema, conforme decisão do governador Marconi Perillo ao implementar série de providências para reestruturação do setor, que passa a ter independência administrativa. Novo diretor-geral é o coronel Edson Costa


O Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (04/01) publica a Lei Nº 19.962 do Governo de Goiás que cria a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária e permite ao Executivo a gestão da vaga prisional, hoje exercida pelo Poder Judiciário. A lei fortalece a estrutura do sistema, que passa a contar com autonomia administrativa, orçamentária e financeira, conforme decisão do governador Marconi Perillo ao implementar série de providências para a reestruturação do setor.

O novo diretor-geral de Administração Penitenciária é o coronel Edson Costa. A Diretoria-Geral Adjunta será ocupada pelo tenente-coronel Agnaldo Augusto da Cruz.  O tenente-coronel Newton Castilho assume a Superintendência Executiva da Secretaria de Estado da Segurança Pública. 

A Diretoria-Geral passa a ter gestão compartilhada, nos limites legais das unidades prisionais, mediante parcerias com organizações da sociedade civil ou privada. Também terá regionalização do sistema estadual de administração penitenciária, por intermédio de unidades prisionais que considerem os níveis de segurança, abrangência geográfica e perfil do encarcerado. 

A lei, conforme observa o secretário de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, “é absolutamente revolucionária”. Ele explica que, atualmente, não se pode fazer a divisão dos presos por nível de periculosidade, uma vez que as vagas são geridas por uma fragmentação do Poder Judiciário, em que cada localidade faz uma gestão particular dos presos e dos presídios. 

A Diretoria-Geral será autônoma e independente do órgão estadual de administração penitenciária para gestão de vagas, implantação e movimentação dos encarcerados.

A lei, conforme publicação do Diário Oficial, garantirá respeito à dignidade da vida das pessoas em privação de liberdade e incentivo de implantação de Associações de Proteção e Atendimento ao Condenado (Apac’s).

As medidas adotadas pelo governador Marconi Perillo fortalecem o projeto de reestruturação do sistema penitenciário goiano em curso há aproximadamente quatro meses e que inclui uma série de ações, algumas das quais dependiam substancialmente da aprovação na nova legislação para as mudanças na gestão das vagas prisionais. 

Estrutura
Na composição da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária, destacam-se: Secretaria-geral e Ouvidoria; Inteligência e Observatório; Advocacia Setorial; Comunicação Setorial; Ensino; Corregedoria; Assistência Policial Militar; Recursos Humanos; Engenharia; Contrato, Convênio e Licitação; Tecnologia, Informação e Comunicação; Patrimônio, Aprovisionamento e Gestão de Frota; Execução Financeira, Orçamentária e Fundo Penitenciário Estadual (Funpes); Central Integrada de Alternativas Penais (Ciap); Cartório, Controle, Classificação, Implantação e Movimento de Vaga; Operações Penitenciárias Especiais.

LEGENDA PARA FOTOS: WILDES BARBOSA

O novo diretor-geral de Administração Penitenciária de Goiás é o coronel Edson Costa: iniciativa fortalece a estrutura prisional, que passa a contar com autonomia de gestão, orçamentária e financeira, conforme decisão do governador Marconi Perillo

Copa São Paulo: Vila Nova e Goiás Estreiam Vencendo. Atlético e Trindade Empataram Seus Jogos

Na 1ª Rodada da 1ª Fase da 49ª Copa São Paulo/2018, Vila Nova e Goiás estrearam com vitória nesta quarta-feira, dia 3 de janeiro.



Pelo Grupo 16 em Itu, 103 km. a oeste de São Paulo, o Vila Nova derrotou o XV de Piracicaba (SP) por 2x0, com gols de Hurick, de falta, aos 20’ do 1º tempo e Philippe aos 16’ do 2º tempo.


No Grupo 29 na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, goleada do Goiás diante do Guarulhos, um dos donos da casa no grupo, pelo placar de 4x0, marcando Thalles aos 7’ e Otacildo aos 45’ do 1º tempo e novamente Thalles aos 18’ e Flávio aos 46’ da etapa complementar. 


Na outra partida do grupo do Vila Nova, goleada do anfitrião Ituano (SP) sobre o Santa Cruz (AL) por 4x0.


No grupo do Goiás, no outro jogo desta 1ª Rodada, triunfo do Flamengo de Guarulhos (SP) diante do Sete de Setembro (AL) pelo placar de 1x0.


O Vila Nova, que é vice-líder de seu grupo após essa rodada inicial, realiza seu 2º jogo na Copa neste sábado, dia 6 de janeiro, diante do Santa Cruz (AL) às 16 horas.


O Goiás, que começa como líder de seu grupo após a 1ª Rodada, realiza sua 2ª partida na competição também neste sábado, dia 6 de janeiro, também às 16 horas, tendo pela frente o Sete de Setembro (AL).

No 1º jogo das equipes goianas na 49ª Copa São Paulo/2018, o Trindade estreiou empatando diante do União Mogi (SP), o time anfitrião do grupo, por 1x1 nesta quarta-feira, dia 3 de janeiro.
Jogo válido pelo Grupo 30 da 1ª Fase da Copa sediado em Mogi das Cruzes que fica a 61 km. a leste da capital paulista, e conta também com o Grêmio (RS) e o Bragantino (SP) que se enfrentaramm na 2ª partida desta 1ª Rodada do grupo com vitoria do Grêmio.
Os gols da partida foram assinalados pelo artilheiro Gustavo aos 10’ do 1º tempo para o time goiano, empatando Damasceno aos 43’ do 2º tempo para a equipe da casa.
  
O Trindade realiza seu 2º jogo na Copa nesta sexta-feira, dia 5 de janeiro, diante do Grêmio (RS) às 21 horas, com transmissão da Rede Vida e Sportv.com. 
Em sua estreia na 49ª Copa São Paulo/2018, o Atlético fica no empate sem abertura de contagem diante do XV de Jaú (SP), na noite desta quarta-feira, dia 3 de janeiro.
 
 
Partida válida pelo Grupo 5 da 1ª Fase da Copa sediado em Tupã localizada 522 km. a noroeste da capital paulista, que apresentou na 1ª partida desta 1ª Rodada do grupo, goleada do Lagarto (SE) por 3x0 sobre os donos da casa, o Tupã (SP).
 
  
O time atleticano joga seu 2º jogo na Copa neste sábado, dia 6 de janeiro, contra o Lagarto (SE) às 18 horas. 

Federação Goiana de Futebol Muda Para Sede Própria

Após longos anos, eis que a FGF tem agora sua sede própria! A atual administração da FGF comandada pelo Presidente André Luiz Pitta Pires não mediu esforços para que a Entidade viesse a ter sua sede própria. Localizada no 22º andar do moderno Edifício The Prime Tamandaré Office na rua 5 nº 691 – Setor Oeste, a FGF passa a oferecer mais funcionalidade e comodidade a seus filiados e frequentadores. Pode-se dizer que é um sonho que está concretizado. Assim, a FGF se estrutura para melhor atender aos clubes, trazendo uma maior valorização aos mesmos e ao futebol goiano. 
 
 
Telefones Temporários:
 
(062) 3920-9050
(062) 3639-1924
(062) 3639-1925
 

Marconi Propõe Debate Com Ministro Da Justiça Sobre Questões De Segurança Pública

  O governador Marconi Perillo disse ontem que está propondo um debate um nacional com o Ministro da Justiça, Torquato Jardim, sobre Segurança e o sistema de execução penal. “No dia e hora que ele desejar. Vou provar de onde parte o desleixo”, afirmou, acrescentando que o governo do Estado investiu R$ 3 bilhões na área em 2017, enquanto a União repassou a Goiás apenas R$ 30 milhões. “É muito pouco, representa apenas 1% de todo o nosso investimento”, observou

  Para ele, o maior problema no sistema prisional, disparado, são os crimes resultantes do tráfico e contrabando de armas. “E estes são de responsabilidade Federal, mas quem arca com o ônus são os governos estaduais”, afirmou, acrescentando que Goiás fez um grande trabalho com a criação dos Comandos Operacionais de Divisa, que estão espalhados por todas as divisas goianas e nos últimos três anos apreendeu mais de 60 toneladas em drogas.

  Essa argumentação do governador se sustenta nas estatísticas nacionalmente divulgadas e conhecidas de que 80% dos crimes cometidos hoje em todo o Brasil têm origem no tráfico de drogas e que é ele também o responsável pela formação dos grupos organizados de bandidos, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho.

  Em vídeo publicado no Facebook na tarde desta quarta-feira, o governador Marconi Perillo (PSDB) detalhou as medidas que o Governo de Goiás tomou para melhorar o sistema prisional depois da rebelião no Complexo de Aparecida de Goiânia, na segunda-feira, e chamou atenção mais uma vez para a omissão do governo federal em assuntos relacionados à Segurança Pública. 

Confira neste link: https://tinyurl.com/y7kg5mgh

CUSTEIO E INVESTIMENTOS NO SISTEMA PRISIONAL GOIANO

2014: R$ 312.664.441,31

2015: R$ 338.766.814,51

2016: R$ 391.251.063,91

2017: R$ 501.054.365,72

Dados:

  Em 2017, o número de servidores efetivos (Agentes Prisionais) aumentou 103% passando de 771 para 1577 ASP’s.

  De 2014 a 2017, aumentou 60,25% a destinação de recursos para o custeio e investimentos no sistema prisional.

Presos Confirmam Que Origem De Rebelião é Confronto Entre Facções Criminosas, Afirma Coronel Edson

Foto: Aline Caetano/TJ e SSAP
  A rebelião ocorrida no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia no último final de semana foi motivada por uma guerra entre facções criminosas. O relato foi feito por presos durante vistoria na manhã de ontem (03/01), na qual participaram o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), desembargador Gilberto Marques Filho, o procurador-geral de Justiça, Benedito Torres Neto, e por representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB-Goiás.

  Segundo o superintendente Executivo da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), Coronel Edson Costa, que acompanhou a visita, presos relataram que a rebelião é consequência da morte de Thiago César de Souza (conhecido como Thiago Topete), ocorrida em fevereiro do ano passado, “que desaguou em atos de vingança que foram perpetrados dentro do regime semiaberto”.

  Coronel Edson avalia que a vistoria foi “muito positiva” e que ajudou a confirmar o motivo da rebelião. “Ouvimos os presos e chegamos à conclusão de que o que realmente aconteceu ali, principalmente, foi fruto de guerra entre grupos rivais”, pontua.

  A visita foi feita por determinação da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia. O superintendente Executivo da SSPAP destaca que o governador Marconi Perillo prontamente disponibilizou todo o sistema penitenciário para que o complexo prisional pudesse ser inspecionado pelos representantes do Tribunal de Justiça, Ministério Público e o OAB-GO.

  Ainda sobre a visita, coronel Edson afirma que existem problemas estruturais que precisam ser resolvidos, e “essa vistoria foi positiva para esse encaminhamento”. O superintendente acrescenta que os representantes do TJ-GO e MPGO decidiram montar um grupo de tarefa no sentido de dar andamento às soluções dos problemas relativos ao regime semiaberto. “Algumas questões já foram decididas pelo governador, como a construção de uma nova unidade para o semiaberto. Ele já autorizou”, destaca.

Serviços

  O superintendente da SSPAP informa que os serviços básicos dentro do complexo prisional de Aparecida, como o fornecimento de água e a alimentação aos presos seguem normalmente. Coronel Edson lembra que a comida dos presos é feita por uma empresa privatizada, “é de boa qualidade, e cabe ao sistema fiscalizar e isso já foi orientado para que essa alimentação chegue na hora certa e em boas condições, mas garanto que a comida servida é superior àquela que chega à maioria dos lares brasileiros”.

  Sobre as afirmações do governador Marconi, em entrevista concedida nesta terça-feira (02/01), Coronel Edson afirma que Perillo externa uma aflição de todos os governadores do país, “pois todos os estados passam por essa situação. Somos gratos e reafirmo que temos uma boa relação com o Ministério da Justiça, com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que têm definido recursos que são positivos, mas não são suficientes”.

Ações

  Ao tratar das ações de urgência para resolver os problemas do semiaberto o Coronel Edson ressaltou que a unidade é de menor rigor de risco, pois é considerada a porta de saída do sistema. “Tanto é que a maioria dos presos que está ali já tem capacidade de arrumar um emprego. Sai para trabalhar e volta à noite para dormir, o que já prepara o preso para seu retorno ao convívio social”, frisa.

  E completa: “Nosso problema lá é o grande número de bloqueados por questões de avaliação de comportamento, e mutirões serão realizados para se avaliar as condições desses presos, pois alguns reclamam que já teriam cumprido pena”, diz.

  Outra ação, segundo ele, é a oferta de vagas de trabalho para que possam dar segmento ao processo de reinserção social. “Cerca de 400 já possuem carta de emprego, estão formalizados no mercado de trabalho e estão em condições de serem apartados do semiaberto. Permanecerão no regime semiaberto apenas presos considerados mais problemáticos”, pontua.