terça-feira, 26 de novembro de 2024

Genro é acusado de golpe de R$30 milhões na sogra para aplicar em bitcoins em Goiás

Caso é investigado pela Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso de Goiânia; segundo advogado da vítima, suspeito chegou a morar na casa dela durante a pandemia


Polícia Civil de Goiás investiga golpe dado por genro em idosa. • Divulgação


A Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso de Goiânia (GO) investiga um homem acusado de aplicar um golpe milionário na própria sogra, de 65 anos. Ao todo, o suspeito teria lesado a vítima em cerca de R$ 30 milhões.


Segundo o advogado Leonardo Jubé, representante da idosa, que não terá o nome divulgado para preservação de sua imagem, o crime foi cometido pelo empresário Arthur Lucena Ferreira da Silva.

De acordo com a equipe judicial da vítima, o acusado utilizou da quantia roubada para realizar investimentos e constituição de empresas. Em nota, o advogado Carlos Márcio Rissi Macedo, que defende Arthur, nega as acusações e diz que confia na justiça brasileira (abaixo, a nota completa).


A idosa, que também é empresaria, alega que antes de judicializar o caso, teria procurado o genro em diversas oportunidades para que acertassem as contas.

Em andamento, existe um inquérito policial e uma ação judicial, na esfera cível, contra o suspeito. Na ação que tramita no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), constam apenas as transferências realizadas a partir das contas de pessoa física da idosa, que somam-se R$ 12 milhões, do qual há comprovantes das transações. Já de transferências feitas das contas jurídicas dela, seriam mais de R$ 20 milhões.

“Ele respondeu que não tinha contas a prestar, que se trata de uma relação familiar. Diante disso, nos restou ajuizar a ação e a Justiça reconheceu que temos razão em pedir essa prestação de contas”, afirma o advogado Jubé.

Durante as tentativas de rastrear o dinheiro, a defesa descobriu que Arthur atuava irregularmente no mercado financeiro, sem cadastro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “Essa atuação irregular pode configurar um esquema de pirâmide, em que recursos de um investidor são usados para cobrir de outros, numa confusão entre diversas pessoas físicas e jurídicas.”, prossegue o advogado.

Ex-sócios do homem também teriam perdido dinheiro, em situações semelhantes, segundo afirma a defesa da vítima. De acordo com a denúncia, os valores obtidos pelo golpista eram passados para o CPF dele. Depois, ele simplesmente sumia com as quantias.

“Assinei contratos sem ler, coisa que nunca havia feito. Agora, só me resta tentar reaver pelo menos parte disso judicialmente”, pontua a idosa.


Outros dois filhos dela, também teriam sidos lesados indiretamente por Arthur.


A acusação de golpe

Segundo a defesa da empresária, Arthur começou a rondar a vítima em 2018, quando entrou para a família após iniciar um relacionamento com a filha dela.

Em 2021, em plena pandemia, ele e a esposa foram morar na casa dos sogros depois que a filha engravidou. Na época, ele a convenceu a investir em seus ‘negócios’.


“Minha filha se casou, engravidou e, como morava em um apartamento pequeno, eu a convidei para morar em minha casa. Ele passava o tempo todo ao meu lado. Ele (Arthur) tem o poder de convencimento, acreditei mais nele do que nos meus próprios filhos. Ele sempre dava garantias, dizia que estava tudo bem, tudo dando certo. Ele levou todo o meu valor líquido, tudo o que eu tinha. Não me conformo. Fiz para ele o que jamais fiz em minha vida inteira”, desabafa a sogra.

“Ela queria ajudar o genro a começar a vida empresarial para ter um futuro com segurança para a família que ele estava constituindo”, afirma o advogado da idosa.

R$ 5 milhões foi uma das primeiras quantias repassadas ao genro para a aplicação em bitcoins. Depois, cada vez mais, ele a convencia a realizar novos investimentos. Ao todo, os valores somam R$ 30 milhões, o que corresponde a todo o valor que a idosa herdou do pai.

Segundo a acusação, os golpes contra a própria sogra duraram aproximadamente um ano e meio.


A CNN entrou em contato com a Polícia Civil de Goiás que investiga o caso e aguardo retorno.
Outro Lado

A defesa de Arthur Lucena Ferreira da Silva manifesta repúdio à exposição midiática de fatos de natureza familiar que se encontram sob análise do Poder Judiciário, sob segredo de justiça.

O Sr. Arthur refuta, de forma categórica, as alegações divulgadas pela mãe de sua esposa, Anna Margarida Scodro Soubihe, que o acusa de ter se apropriado indevidamente de vultosa quantia em dinheiro.


Cabe esclarecer que, a pedido da mãe de sua esposa, Ana Margarida, foram, frise-se, em seu nome, realizados investimentos variados, sendo que a maior parte obteve êxito. Uma parcela menor, contudo, não alcançou o retorno esperado. A despeito de não possuir qualquer obrigação legal, o Sr. Arthur, visando preservar a boa convivência familiar, firmou acordo com a Sra. Ana Margarida em dezembro de 2022, efetuando o pagamento de valor superior ao originalmente investido. Esse acordo, que inclui cláusula de confidencialidade e é, maliciosa e sugestivamente, omitido pela referida senhora em sua versão dos fatos.

Ressalta-se que a autointitulada vítima é empresária de sucesso, com formação acadêmica e profissional que a habilitam plenamente a compreender os riscos e benefícios envolvidos nos investimentos que realizou.

Os reiterados insucessos em demandas cíveis ajuizadas por ela ao longo dos últimos dois anos levaram à construção de uma narrativa inverídica, apresentada às autoridades policiais e divulgada pela imprensa.

O Sr. Arthur Lucena Ferreira da Silva reitera sua confiança na Justiça brasileira e informa que medidas jurídicas já estão em curso para assegurar que a verdade prevaleça e que os responsáveis por acusações infundas.

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