domingo, 19 de janeiro de 2020

Cristóvão Borges é o novo técnico do Atlético-GO.

O último trabalho foi no Vasco quando saiu em março de 2017. Ficou um ano e meio estudando e recusando propostas, aguardou oportunidades no ano passado. É vivido no futebol, inteligente e experiente com a Série A. 

Desde que assumiu o Vasco, em 2011, no seu primeiro trabalho como técnico de uma equipe profissional, Cristóvão Borges passou também por Fluminense, Flamengo, Bahia, Atlético-PR e Corinthians. Após um breve retorno a São Januário, em 2017, ele decidiu que era o momento para se afastar do futebol por um período, como já desejava. O objetivo era reavaliar todos os seus trabalhos e buscar novas ferramentas para evoluir.

Como não ficou muito tempo fora do mercado, entre um clube e outro, Cristóvão viu a necessidade de tirar um “período sabático”, mesmo sabendo que poderia correr o risco de ficar esquecido. Ele se juntou a José Quadros, português que tem a licença PRO de treinador da UEFA, a maior da entidade, para desenvolver uma série de relatórios, estudos e novas metodologias para acelerar os processos no futebol brasileiro, sem perder a qualidade, em seu retorno ao esporte.

– Quando saí do Vasco, eu vinha de uma grande sequência de trabalhos, emendando um no outro. Isso me tirou a oportunidade de fazer avaliações do que eu tinha feito, do que tinha acontecido e o que eu precisava corrigir. Diante disso, há algum tempo, eu tinha como objetivo dar uma parada para poder fazer isso. Sabia que poderia sair perdendo por ficar tanto tempo afastado, mas era necessário e seria importante para mim. Nós, como treinadores, temos muitas queixas e eu queria achar soluções. Passei a estudar treinamentos para melhorar os processos. Temos uma reclamação eterna sobre o calendário e ela é verdadeira. Com isso, o tempo de treinamento é mais curto. Fica muito difícil trabalhar porque você precisa dos resultados para que continuar. Eu passei a ver uma maneira de trabalhar que poderia otimizar esse processo, sem perder a qualidade e dando resultados. Isso não é fácil. Até hoje, eu estudo três vezes por semana, por quatro horas por dia, com o José Quadros, gerando muitos relatórios. Isso há mais de um ano. Tudo para trabalhar da melhor forma no caos que é o futebol brasileiro.

Durante este período, Cristóvão disse que participou do curso de Licença PRO, promovido pela CBF, e do promovido pelo holandês Raymond Verheije, que é considerado um dos maiores especialistas do mundo em periodização no futebol. O baiano valorizou a troca de informações com os seus companheiros de profissão.

– Eu fiz o curso da CBF, o último nível, que é a licença PRO. São dois módulos, eu fiz o primeiro em dezembro e vou fazer o segundo no final do ano. Esse de agora tinha uma turma boa. Quase todo mundo, que está trabalhando, estava lá, inclusive o Tite era da minha turma, assim como o Mano Menezes, Dunga, Jair Ventura, Zé Ricardo e Jardine. Foi uma possibilidade de juntar muita gente. Esses cursos da CBF são muito bons e cada vez estão melhores. É uma possibilidade de nos juntarmos, coisa que fazíamos muito pouco. É importante essa troca de ideias.

Cristóvão não escondeu o desejo de um dia trabalhar fora do país, mas garantiu que, neste momento, está concentrado em deixar a sua marca no futebol brasileiro e mostrar a todos o que desenvolveu durante o último ano.

– A gente sempre tem esse desejo, mas ainda quero fazer muitas coisas no futebol brasileiro. Esse ano eu vou voltar para o nosso futebol. O futebol internacional é algo para depois. Antes disso, quero fazer alguns trabalhos no Brasil para desenvolver tudo o que eu preparei.

O treinador fez uma análise dos seus trabalhos pelos seis clubes que comandou, a partir de 2011, quando assumiu o Vasco devido a um problema de saúde de Ricardo Gomes.



– Eu tive bons trabalhos. Cada um com a sua particularidade. O meu primeiro trabalho no Vasco foi bastante difícil por ser o primeiro e na circunstância como aconteceu, diante dificuldade clinica que o Ricardo Gomes teve. Porém, consegui dar continuidade, ficamos em segundo no Campeonato Brasileiro, fomos até as quartas de final da Sul-Americana e da Libertadores. Era uma equipe muito boa e experiente. No Bahia eu fiquei um Campeonato Brasileiro inteiro, mesmo com as dificuldades da época, fizemos uma campanha interessante. No Fluminense, eu fiquei quase um ano. Era uma equipe muito boa, com grandes jogadores. Como era uma equipe muito técnica, eu consegui fazer o que gosto e acredito no futebol. Era uma equipe técnica e muito competitiva. O Corinthians era um trabalho muito difícil, substituí o Tite e o clube estava perdendo muitos jogadores. Mesmo assim, tivemos uma fase muito boa. Conseguimos liderar o Campeonato Brasileiro. Aí perdemos jogadores importantíssimos. De uma vez só perdi o Elias e o Bruno Henrique e isso prejudicou bastante. Trabalhar no Athletico foi uma experiência maravilhosa, ainda mais com toda a estrutura que ele tem. Trabalhar no Flamengo foi uma experiência especial. Pena que foi em um momento muito difícil.

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