sábado, 16 de março de 2019

Atentado na Nova Zelândia começou e terminou na internet

(Reuters) - Contas online ligadas aos ataques com armas que mataram 49 pessoas e feriram pelo menos 20 em duas mesquitas na Nova Zelândia na sexta-feira circularam imagens de supremacia branca e mensagens de extrema-direita que celebravam a violência contra muçulmanos e minorias nas mídias sociais e em fóruns de mensagens nos últimos dias. 

Um atirador transmitiu ao vivo, pelo Facebook, imagens do ataque a uma das mesquitas. Mais tarde a polícia disse que quatro pessoas, que não identificou, estão sob custódia e que uma foi acusada de assassinato no maior massacre a tiros da história do país. 

Na quarta-feira, o usuário de Twitter @brentontarrant publicou fotos de uma das armas usadas mais tarde nos ataques às mesquitas da cidade de Christchurch. A mensagem estava coberta de letras brancas e mostrava os nomes de outros que cometeram assassinatos com motivação racial ou religiosa, referências a figuras e eventos históricos em cirílico, armênio e georgiano e a frase “Aqui Está Seu Pacto Imigratório”. 

O número “14” também estava escrito na lateral do rifle, uma referência às “quatorze palavras” do mantra dos supremacistas brancos. 


Outros tuítes do mesmo usuário naquele dia incluíram referências às taxas de natalidade declinantes dos brancos, artigos sobre extremistas de direita de vários países e reportagens sobre supostos crimes de imigrantes ilegais. 

O perfil de Twitter criado no mês passado tinha 63 tuítes e 218 seguidores. 

Uma pessoa envolvida com os ataques também parece ter publicado frequentemente no fórum “/pol/ - Politically Incorrect” do 8chan, site de debates conhecido por aceitar virtualmente qualquer conteúdo, inclusive discursos de ódio. 

Perto das 13h30 (horário local) desta sexta-feira, o usuário anônimo disse ao grupo: “Realizarei um ataque contra os invasores, e até transmitirei o ataque ao vivo via Facebook.” Entre as respostas positivas à postagem havia imagens e memes nazistas. 


A postagem tinha um link para um manifesto de 74 páginas que dizia que ele foi motivado pelo “genocídio branco”, termo que supremacistas brancos usam para descrever a imigração e o crescimento de populações minoritárias. A postagem ainda tinha um link para uma página de Facebook de um usuário chamado brenton.tarrant.9 na qual o ataque foi transmitido ao vivo. 

No manifesto, o autor diz que “gostaria de ter matado mais invasores, e mais traidores também”.

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