domingo, 6 de maio de 2018

Ney Franco Revela Que Goiás Tentou Contratá-lo Ano Passado

(Foto: Florida Cup Oficial I Divulgação)
Comandante do São Paulo no último título conquistado pelo Tricolor, a Copa Sul-americana de 2012, Ney Franco estava sem clube desde março de 2017, quando foi demitido  do Sport com apenas dois meses de trabalho.

De lá pra cá, o treinador até recebeu sondagens, mas preferiu seguir nos Estados Unidos, onde mora desde 2016 e abriu uma academia de futebol. No entanto, isso não significa que ele não queria voltar ao Brasil. O comandante, na verdade, sonhava em voltar a trabalhar no futebol brasileiro.


"Montei uma academia de futebol junto com uma escola de inglês, visando garotos que queiram vir aos Estados Unidos para estudar inglês e seguir jogando futebol para entrar nas universidades. Montei esse negócio aqui, mas o meu trabalho mesmo é continuar como treinador no Brasil", conta, em entrevista exclusiva à Goal Brasil.

 No final de 2017, estive no Brasil fazendo o curso da CBF, que já estou terminando, porque a partir de 2021, para disputar a Copa Libertadores, o treinador precisará desta certificação. Estou aproveitando que estou parado e já estou fazendo o curso da CBF. Só falta o módulo final que farei neste ano. Mas quando aparecer alguma oportunidade, voltarei ao Brasil", garante.


"Eu voltei aos Estados Unidos logo depois de sair do Sport e tive algumas sondagens, mas nada concreto, de equipes da Série B. Eu fui sondado pelo Goiás, mas na época não pude sair porque tinha acabado de começar a montar meu projeto aqui nos Estados Unidos e não podia deixar sozinho. Agora já posso, porque o projeto está estruturado e pode andar sozinho", diz.

"Quero ter uma nova oportunidade, pegar um clube bem estruturado, fazer um bom trabalho e voltar a ser colocado entre os grandes treinadores do futebol brasileiro", ressalta.
No entanto, apesar da vontade de voltar ao Brasil, Ney Franco reconhece que as condições de trabalho para o treinador no futebol tupiniquim não são das melhores e admite que cometeu um erro ao aceitar a oferta do Sport no ano passado.

"O treinador precisa estudar bem o momento de aceitar uma oferta por conta do momento dos clubes. Cometi esse erro no Sport. Peguei o clube em um momento muito delicado, onde a equipe e a diretoria já conviviam com um questionamento enorme e eu não teria tempo para treinar, porque o Sport estava em quatro competições de mata-mata e prestes a iniciar o Campeonato Brasileiro", afirma.

(Foto: Williams Aguiar/Sport Recife/Divulgação)

"Eu tive que pegar o grupo e, sem treinamento, montar uma forma de jogar. Eu até acho que em alguns momentos o time jogou bem e conseguiu avançar em torneios mata-mata. Mas o problema foi pegar o clube em um momento de muita cobrança e quando o time não estava rendendo, e hoje existe uma impaciência muito grande por parte da imprensa", reclama.

"Um problema que está acontecendo hoje no futebol brasileiro é que muitos dirigentes estão de uma forma ou de outra ligados as redes sociais e para um dirigente segurar a onda de um trabalho nas derrotas é difícil, porque a pressão e a cobrança são muito grandes e a impaciência em cima do trabalho do treinador é enorme. E isso só é superado com resultados, com vitórias", aponta.

"O treinador brasileiro, hoje, só consegue se segurar com vitórias e bons resultados. Grandes treinadores do futebol brasileiro hoje se encontram nessa situação. Alguns possuem currículo vitorioso, vários títulos, mas não existe a paciência para o treinador chegar ao clube, fazer um trabalho de dois, três anos e ter o tempo necessário para mudar a forma de uma equipe jogar, conhecer melhor o elenco e indicar os melhores jogadores para aquele clube na temporada seguinte. Os treinadores hoje convivem com uma cobrança e uma impaciência exageradas, a gente precisa ter resultado imediato", lamenta.

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