Pensava-se que, como deputado, o ex-jogador Romário de Souza Faria (PSB) seria uma decepção. Pelo contrário, a atuação parlamentar do ex-craque da seleção brasileira, assim como a de Jean Wyllys, é irretocável. Nesta quarta-feira, 19, ele recebeu uma comissão goiana, intermediada pela deputada Marina Sant’Anna, uma campeã dos direitos humanos com reconhecimento nacional, e vestiu a camisa que tem uma frase do ex-deputado e comentarista esportivo Manoel de Oliveira — “Não deixem que o povo esqueça esse crime” — e uma fotografia do radialista e comentarista Valério Luiz, assassinado há cinco meses. Não só. Romário disse que, entre janeiro e abril, visitará Goiânia com o objetivo de iniciar uma campanha pelo esclarecimento do crime.
Romário contou que conhecia o trabalho de Valério Luiz e respeitava suas críticas. O deputado está disposto a discutir o assunto tanto no Congresso Nacional quanto no país. Pois sabe que o mandante do crime é um empresário poderoso, com ampla influência em vários setores da sociedade goianiense, e há também o envolvimento de policiais militares — pelo menos um deles é responsável por mais dois assassinatos.
Delegada Geral Adriana Accorsi |
O problema da delegada-geral Adriana Accorsi é que não divulga informações precisas sobre a investigação e, com isso, contribui para a propagação de boatos (Adriana Accorsi tem o péssimo hábito de se “esconder” e dizer que está participando de reuniões ou que não recebeu telefonemas, todos registrados). Claro que determinados passos da investigação não podem ser divulgados, mas o elementar — como apontar o envolvimento de policiais, até de oficiais (um tenente-coronel e um capitão), além de um cabo, de um empresário e de um funcionário deste, mesmo que não se cite nomes — tem de ser divulgado. Os leitores e a polícia de Goiás podem ser surpreendidos a qualquer momento com reportagens explosivas — de redes de televisão e jornais do país — sobre o assunto, inclusive com a citação de nomes. O caso se tornará escândalo nacional, sobretudo porque os possíveis assassinos de Valério Luiz também teriam participado de outros crimes.
Delegada Adriana Ribeiro |
Não custa lembrar que a investigação de dois assassinatos — o da jovem Camila Lagares e o do bicheiro e médico Boadyr Veloso — “dorme” em algumas gavetas da Polícia Civil de Goiás há alguns anos. São crimes apontados como insolúveis por delegados. Policiais militares também estariam envolvidos nos dois crimes. Adriana Accorsi promete que, breve, a polícia vai apresentar provas e pedir prisões no caso Valério Luiz. É crível? É, pois o histórico de Adriana Accorsi é positivo. No caso de Camila Lagares e Boadyr Veloso, a jovem delegada já pegou os inquéritos engavetados e não tem responsabilidade pelo descaso do comando anterior. A sociedade torce para que sejam desengavetados.
Jornal Opção
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