quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Lula e Bumlai Chantagearam Grupo Schahin em R$ 12 Milhões, diz Salim Schahin

Segundo relatos de Salim Schahin, um dos acionistas do grupo, aos procuradores da Lava Jato, o ex-presidente Lula foi o avalista de um acordo na qual o banco Schahin deletou uma dívida de R$ 12 milhões contraída pelo PT em troca de um contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras – mais especificamente, para operação do navio-sonda Vitória 10.000. Foi uma compensação em troca do perdão de uma dívida milionária que o PT tinha com o banco Schahin; de acordo com ele. Quem montou esse esquema foi o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula. Tudo isso aconteceu em 2006, segundo os delatores, após a reeleição de Lula.


No documento do Banco Central, datado de 7 de agosto de 2008, Bumlai aparece numa lista de 24 devedores do Banco Schahin beneficiados com empréstimos concedidos de forma irregular, “sem a utilização de critérios consistentes e verificáveis”. Para liberar a bolada, o Banco Schahin burlou normas e incorreu em seis tipos de infrações diferentes. Desconsiderou, por exemplo, a apresentação pelo cliente de dados cadastrais completos e atualizados, não procedeu qualquer análise da capacidade financeira de Bumlai ou mesmo de seus avalistas. Em outras palavras, o empréstimo milionário ao amigo de Lula foi liberado sem as garantias exigidas de qualquer cidadão comum.
Além da burla a normas internas, as facilidades garantidas pela Schahin a Bumlai impressionariam, não tivesse o pecuarista a chancela da cúpula do PT e, claro, de Lula. O empréstimo deveria ser quitado em uma única parcela, com vencimento seis meses depois. Na data do vencimento, porém, o banco renovou o prazo e elevou o valor da dívida, incorporando os encargos. Esse procedimento foi repetido mais uma vez, sem que o devedor realizasse o pagamento de qualquer valor correspondente ao principal ou aos encargos. Com isso, o contrato 425/04, após dois aditivos, chegou a aproximadamente R$ 15 milhões. Com efeito, o órgão regulador do mercado financeiro responsabilizou os gestores Sandro Tordin, Carlos Eduardo Schahin, Francos Costa de Oliveira e José Carlos Miguel pela prática de “má concessão das operações de crédito”, citando nominalmente o empréstimo feito a José Carlos Bumlai. Todos foram condenados à inabilitação para o exercício de cargos de direção em instituições financeiras, mas a condenação foi depois convertida em multa, após recurso.

É justamente esse contrato, no valor de US$ 1,2 bilhão, que Marcos Valério disse ter sido entregue ao grupo Schahin como recompensa ao empréstimo a Bumlai naquele momento tão delicado. Nos últimos dias, a Operação Lava Jato lançou luz sobre essas contratações, uma vez que a Schahin passou a integrar o inquérito sobre os desvios na Petrobras. No depoimento ao MPF, o publicitário mineiro deu os detalhes sobre os negócios do grupo, grafado erroneamente como “Chahin”. Segundo disse aos procuradores, depois que o “caso do mensalão veio à tona”, ele soube que o banco tinha uma construtora chamada Schahin, “que essa construtora comprou umas sondas de petróleo que foram alugadas pela Petrobras, por intermédio do seu diretor Guilherme Estrella, como uma forma de viabilizar o pagamento da dívida”, registra o depoimento ao MPF em 2012.

Ex-Jogador da Seleção Edilson é Preso por Fraude de Bilhete Premiado


Para MPF, Edílson usou movimentações bancárias
para aliciar gerentes (Foto: Reprodução/Internet)
A atuação do ex-jogador da seleção brasileira Edílson da Silva Ferreira, conhecido como Edílson Capetinha, em um esquema de fraudar pagamentos de prêmios de loterias, se dava mais por suas transações bancárias do que pela fama que construiu quando era atleta. A constatação foi feita pelo procurador da República Hélio Telho, do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO), que assinou denúncia contra ele e mais dez pessoas suspeitas de integrar a quadrilha que agia em vários estados do país. 

Segundo o documento, divulgado na terça-feira (24), Edílson não tinha uma função de chefia, mas sim de aliciar gerentes da Caixa Econômica Federal (CEF) para participação no ato criminoso.

Hélio Telho explicou que Edílson era amigo de um dos líderes do grupo, que está preso na Bahia. Grampos telefônicos feitos com a autorização da Justiça comprovam a ligação entre os dois. Os áudios não serão divulgados para a imprensa, segundo o procurador, que já havia revelado que as escutas comprovavam a proximidade entre eles.

Conforme explica o representante do MPF-GO, as investigações ainda não conseguiram descobrir qual o valor obtido pelos denunciados na fraude. As apurações do caso seguem no sentido de descobrir quais golpes foram tentados, quais deram certo e se há outras pessoas envolvidas.

Fraudes
Defesa de Edílson disse que ele é inocente
(Foto: Reprodução/Internet)
No dia 14 de outubro deste ano, o MPF-GO ofereceu a primeira denúncia contra os investigados na operação. Foram alvo cinco integrantes da cúpula da quadrilha: Eduardo Pereira dos Santos, Arcanjo Jorge Peralta, Hernane de Araújo Lima, Leandro de Carvalho Oliveira e Sinomar José da Silva. Eles também vão responder pelo crime de organização criminosa.

Segundo o procurador Hélio Telho, eles se associaram para planejar e cometer as fraudes que renderam cifras milionárias. “A nossa urgência maior foi em analisar a situação dos suspeitos que estão presos, já que existem prazos e não podíamos correr os risco de que eles fossem soltos pela Justiça”, disse, na época.

Operação Desventura
A Polícia Federal deflagrou a Operação Desventura no último dia 10 de setembro. No total, foram expedidos 54 mandados judiciais contra o grupo em Goiás, na Bahia, São Paulo, Sergipe, Paraná e no Distrito Federal.

Segundo assessoria de imprensa da PF, dos mandados, 13 eram para prisões preventivas e temporárias, sendo os seis em Goiás. No total, 10 pessoas foram detidas, incluindo as três no estado. Já das do total de 22 mandados de conduções coercitivas, 19 foram cumpridos. Os 19 de busca e apreensão foram todos realizados.

De acordo com a corporação, a investigação, iniciada em outubro do ano passado, apontou que o esquema criminoso contava com a ajuda de correntistas da Caixa Econômica Federal, que eram escolhidos pela quadrilha por movimentar grandes volumes financeiros e que também seriam os responsáveis por recrutar gerentes do banco para a fraude.

Ainda segundo a PF, quando os criminosos estavam de posse de informações privilegiadas, entravam em contato com os gerentes para que eles viabilizassem o recebimento do prêmio por meio de suas senhas, validando, de forma irregular, os bilhetes falsos.

"A fraude não está no sorteio, ela está na validação fraudulenta dos bilhetes. Qualquer bilhete premiado tem o prazo de 90 dias para ser retirado. O sistema da Caixa emite um alerta quando faltam oito dias para prescrever esse bilhete. Com base nessas informações privilegiadas, servidores da Caixa repassavam quais seriam esses bilhetes para membros da quadrilha", explicou a delegada Marcela Rodrigues de Siqueira, logo após a deflagração da operação.

Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que “manterá cooperação integral com as investigações em curso”. A instituição destacou, ainda, que “está tomando todas as providências de abertura de processos disciplinares, apuração de responsabilidades e afastamentos, nos casos de envolvimento de empregados do banco”.

Financiamentos
PF apreendeu cartões bancários com suspeitos de fraudes na loteria
(Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Segundo a delegada, o grupo também alterava o sistema do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de vários estado e conseguia retirar financiamentos ainda não quitados do registro de veículos.“De posse de informações sigilosas, eles obtinham senhas de gerentes específicos, entravam em um sistema que migra para o do Detran e, com isso, conseguiam tirar gravames de veículos de diversas instituições financeiras”, explicou.

Além disso, a delegada explicou que a quadrilha usava cartões do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e do ConstruCard, que é o financimento da Caixa para a compra de materiais de construção, para cometer o crime.

“A fraude não é estrutural, ela é na comprovação da obtenção do dinheiro nos estabelecimentos. Eles [quadrilha] entravam em contato com os comerciantes e empresários para passar esses cartões e simular compras inexistentes”, relatou.

A assessoria de imprensa do BNDES informou que estava buscando mais informações sobre a investigação em curso para avaliar que medida deveria ser adotada em relação ao caso.

Banqueiro Preso Com Delcídio Comprou Fazenda de Bumlai em 2012

A fazenda Cristo Rei, localizada nos municípios de Miranda e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, com mais de 110 mil hectares, foi vendida em 2012 pelo pecuarista José Carlos Bumlai, preso na 21ª fase da Operação Lava Jato na terça-feira (24), para o BTG Pactual, cujo dono, André Esteves, preso nesta quarta-feira (25) juntamente com o Senador Delcidio do Amaral (PT).

No município de Miranda (MS), a fazenda Cristo Rei tem 39.816 hectares em 3.744 metros quadrados, segundo Maurício Moreira, registrador de imóveis do Cartório de 1º Ofício de Miranda. Há outros cerca de 80 mil hectares na cidade de Corumbá (MS).

Moreira informou que José Carlos Bumlai comprou a área de 39,8 mil hectares em Miranda em julho de 2001 no valor de R$ 4,03 milhões. Depois de 11 anos, a propriedade foi vendida para o BTG Pactual pelo valor de R$ 76,2 milhões pagos à vista para Bumlai e os quatro filhos dele, Maurício, Fernando, Guilherme e Cristiane. O registro da escritura foi feito no 9º Tabelionato de São Paulo em 26 de abril de 2012.

Um ano e meio depois, o BTG Pactual vendeu a propriedade para a BRPeq Agropecuária S/A, em nome dos diretores Alexandre Câmara e Silva e Marcelo Del Nero Fiorellini. A escritura foi registrada em 11 de novembro de 2013 no 14º Tabelião de Notas em São Paulo. O valor pago foi de R$ 85,5 milhões.

Todas essas informações se referem à área de Miranda apenas, mas as vendas feitas por Bumlai e pelo BTG Pactual englobam a área total de mais de 110 mil hectares, incluindo Corumbá, segundo Moreira.

Prisões

O banqueiro André Esteves foi preso nesta quarta-feira na casa da família no Rio de Janeiro. Ele teve atuação no plano para obstruir as investigações da Operação Lava Jato, que investiga um esquema criminoso de corrupção na Petrobras, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Esteves está na Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Além de Esteves, também foram presos nesta quarta-feira o senador Delcídio Amaral e o chefe de gabinete dele. Há ainda um mandado de prisão em aberto contra Édson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras já condenado em ação penal oriunda da operação.

André Esteves iria participar financeiramente de uma eventual fuga de Cerveró. Segundo a PGR, o senador Delcídio Amaral prometeu pagar R$ 50 mil mensais para a família de Cerveró para que o ex-diretor não fizesse delação premiada ou não revelasse suposta participação do senador no esquema de corrupção na estatal.

O advogado de Esteves, Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay), diz que ainda não sabe em que contexto seu cliente foi citado. "Pretendemos ter acesso à inteireza dos áudios para saber por que foi citado e por quem foi citado", afirma.

Pecuarista do Mato Grosso do Sul e empresário do setor sucroalcooleiro, Bumlai tinha acesso ao gabinete de Lula durante os oito anos em que o petista comandou o Palácio do Planalto. Os dois se conheceram em 2002, apresentados pelo ex-governador sul-matogrossense Zeca do PT, e estreitaram a relação nos anos seguintes. Um dos delatores da Operação Lava Jato, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou em depoimento ao Ministério Público Federal que repassou R$ 2 milhões a Bumlai referente a uma comissão a que o pecuarista teria direito por supostamente pedir a intermediação de Lula em uma negociação para um contrato e que Bumlai afirmou a ele que o dinheiro seria usado para pagar uma dívida imobiliária de uma nora de Lula.

O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que defende o empresário e pecuarista, disse que a prisão do cliente foi uma surpresa, porque Bumlai estava em Brasília para atender a uma convocação da CPI do BNDES. A defesa afirmou que ainda está se inteirando dos fatos que motivaram a prisão.

Fonte: G1

Mãe e Padrasto São Presos Pela Morte de Menino Encontrado em Freezer

A mãe e o padrasto do menino Ezra, encontrado morto em um freezer em setembro, foram presos pela Interpol na Tanzânia na manhã desta quarta-feira (25). Com a prisão, será “iniciado um processo de extradição dos procurados Lee Ann Finck e Mzee Shabani para o Brasil, para que possam ser julgados pelas autoridades brasileiras”, informou a Polícia Federal.


Menino Ezra foi encontrado um dia depois de os pais
deixarem o Brasil (Foto: TV Globo/Reprodução)
Ezra Liam Joshua Finck tinha 7 anos e foi encontrado morto em 4 de setembro no freezer da casa onde morava com a mãe, a sul-africana Lee Ann Finck, de 29 anos, o padrasto, o tanzaniano Mzee Shabani, de 27 anos, e duas irmãs, no Centro de São Paulo. Câmeras do Aeroporto de Guarulhos registraram o casal deixando o país com as duas filhas em 3 de setembro.

O menino foi enterrado quase um mês depois do crime, em 29 de setembro, sem velório ou qualquer outro tipo de cerimônia.

Os foragidos foram encontrados em Bagamoyo, na região costeira do país. A Interpol de São Paulo havia inserido, a pedido da Justiça, o nome do casal na “difusão vermelha”, onde estão foragidos internacionais.

Freezer é carregado para dentro de apartamento no Centro de SP
 (Foto: Reprodução/TV Globo)
O corpo do garoto ficou 25 dias no necrotério do Instituto Médico-Legal (IML). A demora ocorreu porque os parentes próximos da vítima, que poderiam liberar o cadáver e cuidar dos ritos fúnebres, vivem na África do Sul. O Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância), através seu escritório nacional, em Brasília, havia encaminhado um pedido à embaixada daquele país para ajudar na localização de familiares.

Integrantes do consulado da África do Sul em São Paulo na missa
(Foto: Internet/Reprodução)
Quando foi enterrado, o túmulo de Ezra, nascido na África, tinha apenas uma coroa de flores com a frase “Descanse em paz”, que foi dada pelo IML. A Arquidiocese de São Paulo e o secretário Eduardo Suplicy reclamaram de não ter sido avisados sobre o enterro de Ezra.


A Justiça de São Paulo decretou em 15 de setembro a prisão da mãe e do padrasto. Segundo uma testemunha, o padrasto e Mzee Shabani confessou, por telefone, que a mãe do menino, Lee Ann Finck, “se excedeu e matou a criança e que ela estaria dentro de um freezer. Disse, por fim, antes de desligar o telefone, que fugiram para a África”.
Prédio onde menino foi encontrado morto dentro de um freezer no Centro de SP
(Foto:Internet/Reprodução)

A juíza que cuida do caso, Ana Helena Rodrigues Mellim, justificou o pedido de prisão preventiva dizendo que "os investigados têm em seu poder mais duas crianças de pouca idade e que podem sofrer a mesma absurda violência pela qual passou esse menino antes de ser morto por quem tinha o dever de protegê-lo".

Imagens de câmeras de segurança do prédio onde morava a família mostram que, no dia 28 de agosto, o freezer foi carregado da loja de doces de Mzee, que ficava no térreo do prédio, até o apartamento deles. Seis dias antes, no dia 22, as mesmas câmeras registraram o Ezra entrando no hall do prédio e, em outro momento, cumprimentando um vizinho.

O Conselho Tutelar informou que Ezra foi atendido em junho de 2014 após receber denúncia que a criança apresentava sinais de espancamento. A mãe declarou, segundo o conselho, que batia "no intuito de educar, e não machucar".

Registro do casal por câmaras de seguranças ( Foto: Internet/Reprodução)
No mesmo ano foi concedida uma liminar de acolhimento, suspendendo o convívio familiar de Ezra com o padrasto e a mãe. Em 15 de janeiro deste ano, o juiz Rodrigo Vieira Murat permitiu o retorno do menino ao convívio com o casal e determinou que o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) acompanhasse a família por seis meses.

O desembargador do Tribunal de Justiça, Antônio Carlos Malheiros, disse que o menino foi acompanhado durante seis meses e depois devolvido à família após pedido da criança.

Romário Teria Trocado Apoio a Pedro Paulo Para Prefeito do Rio Por Documento Falso Falando Que Ele Não Tinha Conta na Suíça


A história da conta do senador Romário na Suíça ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira. Após ir até a Europa para provar que não possuía conta lá, depois que uma reportagem da Veja dizia que sim, um áudio de uma conversa de Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobrás. Nele, Ribeiro afirma que o ex-jogador tem uma conta no país do Velho Continente. Em nota, Romário voltou a negar.

O áudio em questão é uma conversa entre Edson Ribeiro e o senador Delcídio Amaral, que foi preso nesta quarta-feira junto com o banqueiro André Esteves, CEO do Banco BTG Pactual, em mais uma fase da Operação Lava-Jato. 

O diálogo foi gravado por Bernardo Cerveró, filho de Nestor. Nele, o advogado diz que Romário foi avisado para retirar seu dinheiro da Suíça para não ser preso. Em troca, o ex-jogador teria aceitado apoiar Pedro Paulo, pré-candidato do PMDB à prefeitura do Rio de Janeiro, nas eleições do ano que vem. O BTG Pactual, de Esteves, é dono do BSI, banco suíço em que Romário supostamente teria conta, e que emitiu um documento dizendo que o extrato mostrado na reportagem da revista era falso.

O BTG tem entre seus sócios Guilherme da Costa Paes, irmão do prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, que com as informações privilegiadas sobre a conta de Romário, teria trocado elas pelo apoio do ex-jogador nas eleições do ano que vem. 

No diálogo, Delcídio narra o encontro que teve com Romário e estranhou a presença do senador ao lado de Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, e Pedro Paulo. Já que o apoio do Baixinho é bastante disputado no Rio e seu nome apareceu como um dos provavéis pré-candidatos à disputa da prefeitura. O próprio Delcídio conta que Eduardo disse que ele e Romário fizeram um acordo para 2016. O acerto, segundo Ribeiro, envolveu a informação da conta na Suíça.

Baixinho se defende

Leia o trecho da conversa:

Delcídio Amaral – Hoje eu estava com a minha agenda toda organizadinha para estar aqui às 13 horas. Para acabar de complicar ainda mais “O Globo” me aparece com Eduardo Paes, com Pedro Paulo, com Romário e com (Senador Ricardo) Ferraço.

ADVOGADO – Fizeram acordo, né?

DELCÍDIO – Diz o Eduardo que fez.

ADVOGADO – Foi Suíça.

DELCÍDIO – Foi Suíça é?

ADVOGADO – Tinha a conta realmente do Romário

DELCÍDIO – Do Romário é?

BERNARDO CERVERÓ – Tinha essa conta é?

DELCÍDIO – Em função disso fizeram o acordo?

ADVOGADO – Tinha dinheiro no banco que foi encontrado. [há um barulho e os presentes dizem ahhh]. Tira, senão você vai preso [mais barulho como se estivesse batendo na mesa].

Pouco tempo depois, Romário se pronunciou por meio de seu Facebook oficial. O senador voltou a negar qualquer conta na Europa e disse que o caso já foi esclarecido pelas autoridades brasileiras e suíças. Ele também explica os encontros que teve com Amaral e que os acusadores irão responder na Justiça pelas inverdades, além de dizer que não é segredo que Eduardo Paes quer seu apoio nas eleições de 2016. Leia o comunicado na íntegra:

Galera, sobrou de novo para mim. Está brabo o negócio.

Encontrei o senador Delcídio Amaral no dia 4 de novembro, quarta-feira, para tratar da votação de um Projeto de Resolução do Senado (PRS 50/2015), do senador José Serra, do qual fui coautor.

Na ocasião, foi feito um pedido ao senador Delcídio Amaral, que preside a Comissão de Assuntos Econômicos, para agilizar a tramitação do projeto, que tinha o senador Ricardo Ferraço como relator.

Participaram da reunião o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o secretário de Governo, Pedro Paulo, e o senador Ricardo Ferraço. Todos diretamente interessados na aprovação dessa resolução, que propôs o fim de barreiras à cessão de dívida ativa de estados e municípios. Esse foi o teor da reunião.

Hoje chegou à imprensa o áudio de uma conversa do senador Delcídio Amaral e do seu chefe de gabinete com o advogado e o filho do investigado na Operação Lava Jato, ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

No áudio, meu nome é citado. E uma história diferente da relatada acima é contada. O advogado levanta suspeita sobre um assunto que já foi esclarecido por mim e pelas autoridades brasileiras e suíças. Aqueles que novamente fazem acusações inverídicas claro que responderão à Justiça. Qual a credibilidade do advogado de um bandido, corrupto e responsável por roubar uma das principais empresas do país?

Não é novidade para ninguém que o prefeito Eduardo Paes tem interesse que eu apoie o seu candidato à sucessão. Não sou responsável pelo que terceiros falam, apenas pelos meus atos. Assim sendo, deixo claro que não tenho nenhum acordo com ninguém e, infelizmente, o dinheiro não é meu. Digo infelizmente porque, com certeza, se fosse meu, seria fruto de muito trabalho honesto.

Filha Que Apanhou Diz Que Perdoa o Pai Prefeito

A filha do prefeito de Piracanjuba, Amauri Ribeiro (PRP), afirma que perdoou o político pela surra que levou, mas pondera que está chateada com a situação, que provocou polêmica na cidade, localizada a 90 km de Goiânia. Fotos da adolescente, de 16 anos, com lesões nas costas e na boca foram divulgadas nas redes sociais.

"Se ele tivesse me batido sem deixar marcas e conversado, tudo bem. Mas ele deixou marcas em mim por dentro e por fora. [Apesar disso] já perdoei ele. Não tenho raiva, não tenho nada, porque ele é meu pai", disse a menina.


A agressão ocorreu no último dia 20. Ribeiro afirmou que deu a surra na filha após encontrar, no celular, fotos íntimas da garota. Apesar da agressão, ela explica que conseguiu entender a reação do pai diante da descoberta. "Como todo pai, eu sei que ele não gostou do que viu. Eu entendo o lado dele também", analisa.

Após as imagens das lesões serem publicadas, o Conselho Tutelar fez uma denúncia ao Ministério Público de Goiás (MP-GO). A Polícia Civil também investiga o caso.


Após a grande repercussão do caso, o prefeito resolveu publicar um vídeo nas redes sociais onde tenta justificar sua atitude. Ele confirmou que deu um "corretivo" na adolescente e que não se arrepende (veja vídeo ao lado).

"As fotos são verdadeiras. Minha filha tomou um corretivo e eu não me arrependo de ter dado esse corretivo. Qualquer pai que tenha amor pela moral e zelo pela sua família teria se desesperado ao ver o que eu vi", declarou.

Fotos íntimas
Em entrevista ao G1, na manhã desta quarta-feira (25), o prefeito Amauri Ribeiro esclareceu os motivos que o levaram a agredir a filha. “Eu estava com o celular dela gravando um vídeo de uma brincadeira entre ela e minha outra filha, quando decidi olhar as fotos. Lá vi algumas imagens que me desconcertaram e, ao questioná-la, ela negou, mas a prova estava lá. Aí, fiquei nervoso, me descontrolei, e acabei dando um tapa na boca dela”, contou.

Segundo Ribeiro, toda a situação foi provocada por fotos da menina em momentos íntimos. “Ela foi a uma festa na casa de uma colega quando, em um quarto, foi fotografada de calcinha. Perguntei a ela que situação era aquela e ela continuou negando. Só admitiu que era ela depois que eu já tinha dado o tapa. Mas aí peguei um cinto e bati nas costas dela”, relatou.


O prefeito diz que, apesar de ter cometido a agressão para punir o que considerou um “mau comportamento da filha”, ele reconhece que agiu por impulso. “Eu fiquei muito preocupado, não só pela situação em que ela estava em si, mas pelo risco de que aquelas imagens vazassem por aí. Eu conversei muito com ela, mas isso não faz mais efeito, ela está em uma fase rebelde. Realmente a surra pode não ser a melhor punição, mas eu não encontrei outro jeito”, disse.

Investigação
O promotor da Infância e da Juventude de Piracanjuba, Keller Divino Adorno, foi o primeiro a receber a denúncia do caso. Ele afirma que já ouviu a adolescente e que irá encaminhar o caso para a Promotoria Criminal da cidade.
Amauri diz que não se arrepende de ter batido na
filha (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

"Ela esteve na promotoria [na terça-feira, 24] acompanhada da mãe. A jovem explicou que apanhou de cinto, fez as fotos e repassou à avó materna que, por meio de um parente, publicou no Facebook. Ela confirmou que, apesar da situação, não quer uma medida protetiva contra o pai", contou Adorno.

A Polícia Civil também apura a situação. De acordo com o delegado Leílton Benedicto de Arruda Barros, que é de Caldas Novas, mas também responde por Piracanjuba, um inquérito será instaurado nos próximos dias.

“O caso não chegou a ser denunciado por nenhum familiar, mas estive na cidade, me interei da situação e já ouvi o prefeito, informalmente. Ainda nesta semana vamos convocar os envolvidos para prestar os devidos esclarecimentos e saber se houve o crime de lesão corporal”, disse ao G1.

Polêmica
Esta é a segunda polêmica em que o prefeito se envolve em menos de um mês. No último dia 5 de novembro, discutiu e quase agrediu o vereador Reinaldo Celestino (PSC), que é deficiente físico, durante uma sessão na Câmara Municipal.


A briga começou depois que a base do prefeito foi criticada na Casa durante discussão sobre o projeto de lei que pretende diminuir o número de vereadores da cidade (veja vídeo ao lado). Na ocasião, Ribeiro informou, por telefone, que não tinha a intenção de agredir Celestino.

Segundo o prefeito, o vereador o ofendeu durante todo o discurso e disse que não tinha medo de falar tudo "cara a cara". Por isso, segundo o prefeito, ele se levantou e se dirigiu ao parlamentar.

“Ele me ofendeu durante uns oito minutos, até o momento que não aguentei mais e me aproximei para que ele falasse olhando nos meus olhos. Não iria agredi-lo de maneira alguma. Mas como eu sou um homem de sangue quente, pelos motivos certos, as pessoas se aproveitam para polemizar tudo o que faço”, afirmou.

O administrador de Piracanjuba tem um histórico de agressões. Neste ano, o prefeito chegou a ser condenado pela Justiça por agredir um trabalhador em 2010. Sobre este caso, ele alega que apenas se defendeu.

Do G1

Goleiro Que Levou 6 Gols Diz Que Barcelona É "Ridiculamente Bom"

Nada pode ser pior para um goleiro do que perder de goleada. No entanto, o polonês Wojciech Szczesny, da Roma, soube valorizar o lado bom da vida e se disse privilegiado por ter participado de mais uma atuação brilhante do Barcelona, na vitória por 6 a 1 sobre a equipe italiana, pela Liga dos Campeões. Ao deixar o Camp Nou nesta terça-feira, Szczesny estava resignado.


"É bonito de ver, porque jogamos contra um time de outro planeta. Eu estava no gol da Roma, mas eu apreciei o fato de ver o Barcelona, eles são ridiculamente bons. Por mais difícil que seja perder por 6 a 1, foi bonito de ver", afirmou o goleiro, em entrevista à Uefa. Apesar de ter levado seis gols, o goleiro polonês se destacou no jogo ao defender um pênalti de Neymar. No entanto, outro brasileiro, o lateral Adriano, marcou logo na sequência do lance.

Copa do Brasil: Santos confirma Favoritismo e Palmeiras a Freguesia

O Santos iniciou a briga pelo título da Copa do Brasil com uma vitória na noite desta quarta-feira. O atacante Gabriel, o Gabigol, desperdiçou uma cobrança de pênalti na Vila Belmiro, mas se redimiu ao marcar o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras. Assim, o time alvinegro depende de um empate para conquistar o título.

O segundo e decisivo confronto está marcado para as 22 horas (de Brasília) da próxima quarta-feira, no Allianz Parque, estádio do Palmeiras. Os ingressos já estão esgotados. Diferentemente do restante da Copa do Brasil, na final os gols anotados como visitante não têm peso diferente.

A exemplo da final do Campeonato Paulista, quando Dudu perdeu pênalti no Palestra Itália, Gabriel também falhou na Vila Belmiro. O Santos dominou o jogo sem correr maiores riscos, mas conseguiu marcar o gol da vitória a 12 minutos do fim do tempo regulamentar, com a redenção de Gabigol.

O duelo realizado na noite desta quarta-feira foi o sexto entre os clubes na temporada. Até o momento, o Santos, campeão paulista sobre o rival, venceu quatro jogos, todos na Vila Belmiro, e o Palmeiras levou a melhor duas vezes, ambas no Palestra Itália.

A decisão reúne os dois maiores ganhadores de títulos nacionais. O Palmeiras detém 11 taças do gênero, entre elas a Copa do Brasil (1998 e 2012). Já o Santos ostenta nove conquistas, inclusive a Copa do Brasil (2010), com Dorival Júnior no comando. Marcelo Oliveira, por sua vez, amarga três vices do torneio.

(Com Gazeta Press)

Veja Trechos de Diálogos Que Levaram o Líder da Dilma, Senador Delcídio do Amaral à Prisão


PGR divulgou pedido de prisão do senador enviado ao Supremo.
Delcídio do Amaral foi preso pela PF na Operação Lava Jato.

Após pedir a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou trechos de diálogos do parlamentar com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró que serviram como base para que a prisão preventiva dele fosse decretada. Segundo investigadores da Lava Jato, Delcídio tentou interferir nos trabalhos.

Veja abaixo alguns desses trechos disponibilizados pela PGR ao Supremo:

Pagamento mensal de R$ 50 mil a Cerveró
Sobre o acordo de pagamento mensal à família de Cerveró, o documento enviado por Janot ao STF traz trecho de uma conversa entre Delcídio, o advogado Edson Ribeiro e o filho do ex-diretor da Petrobras.

Para Janot, com a conversa, fica "induvidoso que essas pessoas não estão medindo esforços para influir nos itinerários probatórios da Operação Lava Jato".

Advogado Edson Ribeiro: Só pra colocar. O que que eu combinei com o Nestor que ele negaria tudo com relação a você [Delcídio] e tudo com relação ao (...). Tudo. Não é isso?" [...] "Tá acertado isso. Então não vai ter. Não tendo delação, ficaria acertado isso. Não tendo delação. Tá? E se houvesse delação, ele também excluiria.

Delcídio do Amaral: É isso [...] E aí a gente encaminha as coisas conforme o combinado. Vê como é que vai ser a operação de que jeito contratualmente, aquilo tudo que eu conversei com você.

Delcídio do Amaral: Bernardo, esse é o compromisso que foi assumido, né? E nós vamos honrar.

Interferência no STF
No pedido de prisão enviado ao STF, Janot transcreve trechos das conversas de Delcídio do Amaral com o filho de Nestor Cerveró. Em um dos trechos, o senador diz que precisa "centrar fogo no STF", referindo-se a ministros com quem teria conversado para tentar blindar o ex-diretor da Petrobras.


Delcídio do Amaral: Eu acho que nós temos que centrar fogo no STF agora, eu conversei com o Teori [Zavascki], conversei com o [Dias] Toffoli, pedi para o Toffoli conversar com o Gilmar [Mendes], o Michel [Temer] conversou com o Gilmar também, porque o Michel tá muito preocupado com o [Jorge] Zelada, e eu vou conversar com o Gilmar também.

Edson Ribeiro: Quem seria a melhor pessoa pra falar com ele [Gilmar Mendes], Renan [Calheiros], ou [José] Sarney]?

Delcídio do Amaral: Com o Gilmar, não, eu acho que o Renan conversaria bem com ele.

Após a PGR disponibilizar trechos das conversas de Delcídio que serviram como base para a prisão dele, a assessoria de imprensa do vice-presidente Michel Temer informou que ele “jamais” tratou desse tipo de tema com Delcídio do Amaral.

Além disso, após sessão do STF, o ministro Dias Toffoli declarou que a Corte "não vai aceitar nenhum tipo de intrusão nas investigações que estão em curso" e o ministro Gilmar Mendes negou ter recebido “apelo” para ajudar Cerveró. “Não tive oportunidade de receber qualquer referência em relação a esse fato”, disse.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta que não acompanhou detalhes da prisão de Delcídio mas defendeu que a "separação dos Poderes" seja preservada.

"Eu não vejo sinceramente a possibilidade de haver uma influência de um Poder sobre outro Poder", disse em entrevista no Senado, sem comentar a citação a seu nome.

Plano de fuga
Em outro trecho da conversa entre Delcídio e o filho de Cerveró, o petista afirma que o “foco” deve ser tirar o ex-diretor da Petrobras da prisão. Logo depois, o filho de Cerveró diz ao petista que estava pensando em uma rota de fuga pela Venezuela e que o “melhor jeito” seria fugir em um barco. Pouco depois, Delcídio sugere, então, que a melhor rota de fuga seria pelo Paraguai.

Delcídio do Amaral: Agora a hora que ele sair tem que ir embora mesmo.

Bernardo Cerveró: É, eu já até pensei, a gente estava pensando em ir pela Venezuela, mas acho que deve, se sair, sai com tornozeleira, tem que tirar a tornozeleira e entrar. Acho que o melhor jeito seria um barco. Porque aí chega na Espanha, pelo menos você não passa por imigração na Espanha. De barco, de barco você deve ter como chegar.

Delcídio do Amaral: Não, mas a saída pra ele melhor, é a saída pelo Paraguai. [...] Tem que pegar um Falcon 50 [modelo de avião], alguma coisa assim. Aí vai direto, vai embora. Desce na Espanha. [...] Falcon 50, o cara sai daqui e vai direto até lá.

Marconi Defende, em São Paulo, Que Estados Assumam Protagonismo Para Tirar o Brasil da Crise




Ao falar em nome Consórcio do Brasil Central, que reúne os governadores de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Tocantins e Rondônia, o governador Marconi Perillo defendeu hoje, em São Paulo, durante seminário Agenda do Pacto pela Reforma do Estado, organizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) e que contou com a participação de 16 governadores, que os estados assumam o protagonismo na formulação de políticas para tirar o Brasil da crise. 

Marconi apresentou aos colegas governadores uma agenda de temas inadiáveis que os Estados precisam enfrentar: critérios para gastos públicos, previdência complementar, idade mínima de aposentadoria, estabilidade de servidores públicos, repactuação das dívidas dos Estados. O governador também propôs a rediscussão da Lei 8.666, a chamada Lei de Licitações, transparência no controle social dos gastos e ampliação da participação do capital privado junto ao Estado, além do desafio interação dos estados com o governo federal.

Em sua fala, o governador de Goiás afirmou que “a política precisa deixar de ser um problema no Brasil, mas passar a ser uma solução”, daí a importância da discussão compartilhada de temas da agenda nacional, com os setores produtivos. 

Segundo Marconi, o mal no Brasil no últimos anos foi o populismo. “Essa é uma agenda séria, responsável, corajosa”, afirmou. Também citou a reforma que foi feita pelo governo de Goiás, que possibilitou que o Estado de Goiás tenha hoje apenas 10 secretarias e contabilize uma economia de R$ 3,5 bilhões. “É importante que a gente se lembre de que os gastos aumentaram muito no Brasil, muitos deles gastos para os quais não somos consultados”.

Ele citou que os estados, às duras penas, assumiram a tarefa de pagar o piso salarial na Educação, mas esse piso coloca o Brasil numa das piores posições em termos de qualidade da Educação no mundo. O governador informou aos colegas que, em janeiro, começa um processo de terceirização de 25% das escolas estaduais de Goiás, com foco na melhoria da Educação. “Essa coisa da dinâmica do planejamento é boa”, afirmou, ao conclamar que temas como a estabilidade no emprego devem ser atacados. “O mau funcionário não é só aquele que não vai trabalhar, mas que não tem desempenho”, emendou.
Na questão da repactuação da dívida dos estados, o governador afirmou que “não há agiota maior no País do que o Tesouro Nacional”. Ele também defendeu a contratação de servidores públicos por performance, além da transparência nos atos de governo. Ressaltou ainda que a Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou um ranking em que Goiás aparece com nota 10 no quesito transparência.

O seminário do MBC, entidade comandada pelo empresário Jorge Gerdau, foi realizado no World Trade Center, no Brooklin, em São Paulo. Participaram do encontro com os governadores lideranças empresariais de diversos setores: Rubens Ometto (Cosan), Carlos Jereissati (Iguatemi), Pedro Passos (Natura), Walter Lídio (Celulose Riograndense), José Galló (Lojas Renner), Cledorvino Belini (Fiat Chrysler), Paulo Cunha (Motorola), Flávio Rocha (Riachuelo), Francisco Graziano (Camargo Corrêa), Reginaldo Arcuri (FarmaBrasil), entre outros.
Os governadores acordaram que, juntos com o MDC, vão trabalhar para que o Estado seja mais estratégico, inteligente e que tenha compromisso com a oferta de serviços públicos. Para isso, precisa ser mais flexível e descentralizado, menos burocrático e mais ágil, profissional e meritocrático. E também seja capaz de trabalhar em rede, por meio do espírito colaborativo.

Além do governador de Goiás, Marconi Perillo, participaram da reunião 15 governadores: Geraldo Alckmin (São Paulo), Luiz Fernando Pezão (Rio de Janeiro), Pedro Taques (Mato Grosso), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul), Beto Richa (Paraná) e Confúcio Moura (Rondônia), Simão Jatene (Pará), José Ivo Sartori (Rio Grande do Sul), Paulo Hartung (Espírito Santo), Fernando Pimentel (Minas Gerais), Paulo Câmara (Pernambuco), Camilo Santana (Ceará), Ricardo Coutinho (Paraíba) e Marcelo Miranda (Tocantins).

Confira o que disse os governadores:

Geraldo Alckmin (SP): “O Brasil ficou caro antes de ficar rico”. Isso demanda um conjunto de reformas: trabalhista, previdenciária. Foco no crescimento. É preciso crescer e segurar despesas”.

José Ivo Sartori (RJ): “Estamos partindo de um patamar da vida pública nacional que teremos de admitir que, não desfazendo do passado, mas dizer que o modelo de administração pública de hoje está completamente superado. Temos todos de trabalhar para que se tenha eficiência no serviço público. Entre nós temos de ter uma caminhada muito coletiva. Temos de preparar um futuro do que deve ser o poder público. Se o poder público não pode ajudar, no mínimo que não atrapalhe quem produz.

Beto Richa (PR): “Nossos problemas são comuns”. No meu Estado, os ajustes que fizemos deram certo. Conseguimos reestruturar a previdência, garantindo ao Estado uma economia de 1 bilhão de reais. A pergunta é: como fazer? Richa defende a apresentação de medidas conjuntas pelos governadores. Vou fazer no Paraná o que Marconi Perillo já faz em Goiás: apoiar alunos nas redes privadas.

Paulo Câmara (Pernambuco): “Tá faltando muito diálogo no Brasil para superação de desafios”. As conquistas brasileiras estão sendo ameaçadas a cada ano. O setor público está tendo muita dificuldade de fazer a parte dele. 2015 não está sendo fácil para nenhum governador. Precisamos de uma agenda para o Brasil. Esse pacto tem de devolver o Estado para a sociedade. O Estado hoje está pertencendo às corporações. Precisamos ter serenidade, humildade, mas precisamos ter ousadia”.

Simão Jatene (PA): “Mais do que uma crise de Estado, vivemos uma crise de sociedade. Ou o Brasil se repagina, se reencontra, ou nós teremos muita dificuldade de avançar. Se hoje me perguntasse qual é o maior problema do País, eu diria que é o entendimento entre o que é direito e deveres. Queijo de graça só tem em ratoeira. Esse é um bom combate, por isso que estamos todos aqui. Mas entendo que não é um combate fácil. Ninguém avança só com derrotas. Vivemos numa sociedade descrente e impaciente. Não dá para imaginar que vamos avançar sem alguns remédios amargos”.

Paulo Hartung (SC) – “Eu acho que o País vem de uma crise econômica de algum tempo. Acho que as pessoas fizeram cara de paisagem diante das coisas que estavam acontecendo no País. O que é novo não é a crise econômica, mas a crise política. Não adianta a gente manter essa corda esticada. Precisamos fazer uma frente para trazer a racionalidade de volta. Que a gente converse mais, que a gente amarre os bigodes como diziam os antigos”.

Fernando Pimentel (MG) – “Eu sou mineiro. E Minas fala pouco e ouve muito. Acho que o País nunca precisou tanto de convergência, mais do que divergência, de consenso mais do que dissenso”. 

Luiz Fernando Pezão (RJ): “Ninguém aguenta 20 governadores, indo para Brasília, com uma marcha pública. Uma das questões é a previdência pública, mas é para o futuro. Eu tenho R$ 16 bilhões para cuidar de 213 mil aposentados e R$ 18 bilhões para cuidar de 6 milhões de cariocas. Essa conta não fecha. Pra mim é frustração tremenda ficar lutando para cuidar de folha de pagamento. Essa questão da previdência é primordial. A outra questão é a dívida dos Estados. Ninguém aguenta pagar isso. Vou pagar este ano 8,5 bilhões da dívida”.

Pedro Taques (MS): “Precisamos não só tirar fotos em Brasília. Projetos no Congresso existem sobre todos esses temas. O que nós precisamos defender é a reforma política. Nós governadores não passamos de gerentes de conta e de administradores de recursos humanos. A maioria dos estados fez o ajuste fiscal, mas a União não faz a parte dela. Eu sou um otimista, mas acima de otimista eu sou um realista. Precisamos fazer a reforma política”.

Ricardo Coutinho (Paraíba): “O Brasil perdeu 2015. Não perder a eleição no momento em que a eleição termina traz prejuízos para todo mundo. Nunca vi um ano como esse. Nós, na Paraíba, estávamos crescendo 9%, este ano despencou para 3%”.

Fotos: Rodrigo Cabral