domingo, 11 de novembro de 2018

Bolsonaro Afirma: “Não Podemos Entregar o Nióbio de Catalão Para Outro País”

Nesta sexta, 9, o presidente eleito Jair Bolsonaro defendeu que a exploração do mineral Nióbio seja feito por empresas brasileiras e não estrangeiras. Em Goiás, Catalão tem uma mineradora controlada por empresários chineses que exploram o produto e exportam para a China.

“Não podemos entregar o Nióbio de Catalão para outro país”, defendeu o presidente eleito.

Ele defende que empresas brasileiras sejam priorizadas na exploração de minerais, apesar de não falar em estatizações. “Ninguém quer rever nada”, disse.

Bolsonaro insistiu que deve ser feita pesquisa para ampliar o uso do Nióbio que é utilizado em outros países em construções de gasoduto na China e, na Alemanha em chassis de veículos.

A cidade de Catalão é uma das principais do Brasil na produção do mineral citado pelo presidente eleito. No começo de novembro, o prefeito da cidade, Adib Elias, impediu o acesso à mineradora Cemoc, controlada por chineses, para protestar contra impostos não pagos pela empresa.





O mega esquema “criminoso” do Nióbio


98% das reservas conhecidas no mundo estão no Brasil que é responsável atualmente por 90% do volume comercializado

Mas o que é o nióbio ?
O nióbio é um metal branco, brilhante, de baixa dureza, extraído principalmente do mineral columbita.

Nos Estados Unidos é chamado mais de colúmbio.
É muito resistente à corrosão e a altas temperaturas, e basta adicionar alguns gramas de nióbio a uma tonelada de aço para deixá-lo mais leve e com maior resistência a fraturas e torções.
O nióbio é atualmente empregado em automóveis; turbinas de avião; gasodutos; tomógrafos de ressonância magnética; nas indústrias aeroespacial, bélica e nuclear; além de outras inúmeras aplicações como lentes óticas, lâmpadas de alta intensidade, bens eletrônicos e até piercings.
O metal existe em diversos países, mas 98% das reservas conhecidas no mundo estão no Brasil e nosso país é responsável atualmente por mais de 90% do volume comercializado no planeta, seguido por Canadá e Austrália. Apesar do seu uso crescente e das inúmeras possibilidades de aplicação, o nióbio não tem a importância e o valor que possuem, por exemplo, o ouro e o petróleo. Mas é natural que o virtual monopólio brasileiro desperte cobiça e preocupação das maiores potências econômicas.
O site Wikileaks divulgou documento secreto do departamento de estado americano no qual as minas brasileiras de nióbio eram incluídas na lista de locais cujos recursos e infraestrutura são considerados estratégicos e imprescindíveis aos EUA. Depois disso, uma fatia da CBMM, maior produtora mundial de nióbio, foi vendida para companhias asiáticas, numa transação bilionária. E em 2011, um grupo de empresas chinesas, japonesas e sul-coreanas comprou 30% do capital da mineradora com sede em Araxá (MG) por us$ 4 bilhões.
O Brasil detém praticamente todo o nióbio do planeta, mas esse potencial é desaproveitado, o que se esperaria é que o Brasil tivesse uma estratégia muito bem definida por se tratar de uma matéria-prima fundamental para as indústrias de tecnologia de ponta e que pode ser vista como uma fortaleza para a produção de energias limpas e para o próprio desenvolvimento industrial do País. Com a produção restrita a dois grupos econômicos, é “evidente” que o interesse estrangeiro é exportar o nióbio do Brasil “ao menor preço possível”.
O Brasil poderia ganhar até 50 vezes mais o que recebe atualmente com as exportações de ferro-nióbio, caso ditasse o preço do produto no mercado mundial e aumentasse o consumo interno do mineral. Nosso país deveria usar o nióbio como um trunfo para atrair mais investimentos e transferência de tecnologia. “se o Brasil parasse de produzir ou vender nióbio hoje, isso geraria certamente um caos”, pois existe uma enorme pressão de fora para obter um produto do qual eles precisam a um preço acessível. Apesar de deter quase um monopólio do nióbio, o governo brasileiro nunca definiu uma política específica para o metal ou um programa voltado para o desenvolvimento de uma cadeia industrial que vise agregar valor a este insumo.

Um comentário:

Unknown disse...

Será ótimo para o Brasil. É precioso valorizar nossas riquezas .Não deichar que nos roube.