sábado, 2 de junho de 2018

Polícia Esclarece Caso Nicolle Brito: Jovem Foi Esquartejada, Queimada Entre Pneus e Restos Mortais Jogados no Rio Guaíba

Três pessoas foram indiciadas na investigação que apura o desaparecimento de Nicolle Brito Castilho da Silva, de 20 anos, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O crime completa um ano no sábado (2) e o inquérito deve ser entregue à Justiça na segunda-feira (4). Conforme o delegado Leonel Baldasso, os suspeitos podem responder por homicídio qualificado, organização criminosa, ocultação de cadáver, lavagem de dinheiro e entrega de telefone celular em presídio.

Um áudio divulgado nesta sexta-feira (1) com uma interceptação telefônica feita pela polícia, confrome o delegado, confirma a morte da jovem. Na chamada, um dos indiciados - que não tiveram os nome revelados (por segredo de Justiça) -, conta detalhes sobre como Nicolle foi executada.
"Ela já era, ela foi cortada, foi botada dentro dos pneus e foi 'tacado' fogo. Depois foi 'tacada' dentro do Guaíba", diz o criminoso na gravação.
Nicolle foi vista pela última vez no dia 2 de junho, em Cachoeirinha
(Foto: Reprodução/Facebook)

De acordo com o delegado, além do homem que fala na gravação, que tem envolvimento com a facção que executou a jovem, foram indiciados o mandante do assassinato, que estava preso na Cadeia Pública de Porto Alegre, e a namorada dele, que ajudou no crime de fora do presídio.
O corpo de Nicolle nunca foi encontrado pelas autoridades. Em junho do ano passado, o G1 ouviu Baldasso, quando ele falou que o caso era "um verdadeiro mistério". Na gravação, o criminoso comenta sobre a declaração do delegado.
"Pode esquecer, tu nunca mais vai ouvir falar nela. Vai ouvir falar do mistério. Tu viu que falaram na reportagem do mistério? Nunca mais", afirma.
A investigação indicou que a morte de Nicolle foi ordenada de dentro do presídio, por integrantes de uma facção criminosa. Ela teria entregado o endereço de um dos membros da organização para uma facção rival. Com a informação, ele foi localizado e morto com a namorada dois dias antes do desaparecimento de Nicolle. As duas eram amigas.
Nicolle chegou a relatar ao namorado que estava com medo de ser morta. "Não me sinto mais segura em lugar nenhum. Parece que alguma coisa pode acontecer com a pessoa. Tudo bem, quando tu te envolve com esses caras, tu sabe que o risco de te envolver contigo, mas coitada da mina", disse, em referência à morte da amiga.

Vítima de emboscada

Nicolle foi vista pela última vez entrando em um carro Peugeot 208 prata em frente à casa onde morava com o pai, no bairro Vale do Sol, em Cachoeirinha. Segundo o relato de um dos criminosos na ligação interceptada pela polícia, ela foi vítima de uma emboscada.
"Ela entrou no carro como se fosse um Uber, e quando o cara tá indo numa sinaleira nós cortamos a frente do carro e tiramos ela e botamos pro nosso carro, entendeu? Ela não sabia, por isso ela caiu. Se ela soubesse que era isso, ela não ia ir", diz o homem que está entre os indiciados pela polícia por participação no crime.
O inquérito sobre o caso tem quase mil páginas. Baldasso confirma que pedirá a prisão preventiva de dois dos indiciados à Justiça.
"São dezenas de quebras de sigilo de Facebook, Whatsapp, interceptação telefônica. Em um telefone foram mais de 10 mil arquivos revelados. É um serviço grande, meticuloso", destaca o delegado.


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