segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Mãe de Estudante Que Matou Colega no Colégio Goyases Está Internada em Estado de Choque

A mãe do adolescente de 14 anos, que matou dois colegas a tiros no colégio da rede privada Goyases, em Goiânia está internada em um hospital local e tem passado os últimos dois dias à base de calmantes. Ela entrou em estado de choque na última sexta-feira ao ir na escola Goyases e se deparar com a correria de crianças assustadas e feridas, e o filho algemado. O pai, por sua vez, está “sem reação”, nas palavras da advogada, que passou a manhã deste domingo conversando com ele. “Ele era um garoto muito introvertido, mas era exemplar, só tirava boas notas na escola e tinha uma família estruturada. Ninguém esperava que isso aconteceria”, disse ela, frisando que o menino não sofria de nenhum transtorno psicológico. Ela, no entanto, confirmou que o garoto relatava aos pais constantes casos de bullying na escola, como xingamentos de “fedorento” e “merda” por parte de colegas de classe.
A família do adolescente de 14 anos, teme pela vida do garoto após sua internação e tenta, na Justiça, mantê-lo em uma cela separada dos demais internos. Esta é, no momento, a principal estratégia da defesa do menino, que está recolhido num local à parte na Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (DEPAI). Como é acusado de dois homicídios e quatro tentativas de assassinato, a expectativa da própria defesa é que ele receba a punição máxima e fique internado por um período máximo de três anos no Centro de Internação para Adolescentes, em Goiânia.
A advogada Rosângela Magalhães de Almeida, no entanto, afirma que ele não pode ser colocado em qualquer instituição socio-educativa devido à repercussão do caso e pelo fato de os seus pais serem militares — o pai é major e a mãe, sargento da Polícia Militar de Goiás. Segundo ela, o pai já foi por muitos anos o responsável pela segurança do presídio de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital do estado. “Ele corre risco de vida porque os pais são militares. E você sabe como é? Os bandidos podem querer retaliar o pai por meio do filho. Além disso, há o risco de linchamento pelo caso ter sido amplamente divulgado”, disse a advogada a VEJA. Segundo ela, o garoto lhe disse ontem estar “arrependido” do crime que cometeu.

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