sábado, 22 de abril de 2017

Lula e Marisa queriam passar festas de fim de ano em tríplex, diz Léo Pinheiro

Além de confirmar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o dono do tríplex no Edifício Solaris, no Guarujá, litoral paulista, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, afirmou em depoimento ao juiz Sérgio Moro que o petista e sua mulher, Marisa Letícia, falecida em fevereiro, pretendiam passar as festas de fim do ano de 2014 no apartamento.

Léo Pinheiro declarou que, em janeiro de 2014, Lula o procurou porque queria fazer, junto com a mulher, uma visita ao apartamento. De acordo com o ex-executivo da OAS, a reforma foi aprovada pelo casal e já estava adiantada. Em uma segunda visita ao imóvel, Marisa pediu que as obras ficassem prontas antes do fim do ano.

— Dona Marisa me fez um pedido, disse olha: 'Nós gostaríamos de passar as festas de fim de ano aqui no apartamento. Teria condições de estar pronto?'. Eu disse: 'Olha, pode ficar certa que, antes disso, nós vamos entregar tudo pronto' — declarou o ex-executivo no depoimento. 

Segundo Léo Pinherio, o imóvel reformado pela OAS já estava reservado para o ex-presidente antes da negociação com a Bancoop, cooperativa que repassou o prédio para a empreiteira após problemas financeiros.

— O apartamento era do presidente Lula desde o dia que me passaram para estudar o empreendimento da Bancoop. Já foi me dito que era para o presidente Lula e sua família. Que eu não comercializasse, e tratasse aquilo como coisa do presidente Lula — confirmou Pinheiro.

A defesa de Lula afirmou que Léo Pinheiro mentiu em seu depoimento ao juiz Sérgio Moro para ter seu acordo de colaboração premiada aceito pelo Ministério Público Federal (MPF). Em nota divulgada no início da noite, a defesa do ex-presidente alega que outras testemunhas negaram que tríplex pertence a Lula. Diz também que a afirmação do empreiteiro é "incompatível com documentos da empresa, alguns deles assinados por Léo Pinheiro".

"A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo — não presenciado por ninguém — no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-presidente", diz trecho da nota.

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