segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Sindicato dos Atletas Subtrai Fortuna de Jogadores de Futebol

marcal-goiasVamos conforme o prometido a segunda parta da reportagem sobre o escândalo do Sindicato dos Atletas profissionais do Estado de Goiás. O assunto ganhou proporções gigantescas desde a primeira publicação. Descobrimos apenas o fio da meada de um crime nacional que envolve vários sindicatos, não somente do Estado de Goiás, embora este pareça ser um dos casos mais absurdos do Brasil. Vários advogados e jogadores de futebol dos mais diferentes estados do Brasil estão fazendo relatos de coisas que vão implodir os sindicatos em vários estados. Outras ações do mesmo sindicato contra Goiás e Vila Nova serão objetos da 3ª parte da reportagem em seguida vamos tratar de outros sindicatos e a forma como eles se apropriam de dinheiro dos jogadores das mais diferentes formas.

Como a coisa é grande e certamente como acontece no Brasil, vão tentar impedir as publicações com os mais diferentes tipos de represálias e como o assunto é nacional compartilhamos documentos com meu parceiro e um dos jornalistas mais destemidos do Brasil meu amigo Paulinho, do Blog do Paulinho.

O caso já está no Ministério Público. Acompanhe a 2ª parte da reportagem publicada hoje no blog do Paulinho

O Ministério Público de Goiás investiga suposto golpe aplicado pelo SINAPEGO (Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de Goiás), que, mancomunado com o Atlético-GO, teria subtraído uma fortuna de 70 ex-jogadores da referida equipe.
Há suspeitas de que o presidente do Sindicato, Janivaldo Marçal Chaveiro, ex-jogador do clube (chegou a ser campeão mundial sub-20 pela Seleção Brasileira), teria embolsado boa parte da quantia (que só não foi maior devido à ação dos atletas, que, alertados por advogado, conseguiram suspender os pagamentos).
Vamos explicar.
O Atlético/GO devia para setenta jogadores os salários (em carteira) referentes aos meses de dezembro de 2012, janeiro, fevereiro e março de 2013, além dos “direitos de imagem” de  outubro, novembro e dezembro de 2012 e janeiro, fevereiro e março de 2013.
Sem autorização dos credores, o SINAPEGO ingressou com ação judicial contra o clube, para receber o montante, que, supostamente, seria repassado aos atletas (que sequer foram avisados da contenda).
A justiça avaliou a dívida em R$ 8.192.711,40.
Citado no processo, o Atlético/GO não compareceu, ocasionando condenação à revelia.
No dia 14 de novembro, a Justiça homologou a sentença e iniciou a execução, dentro do cálculo de pouco mais de R$ 8 milhões.
Bens do Atlético/GO foram penhorados e a Rede Globo notificada para não direcionar ao clube, e sim aos atletas, os pagamentos de diretos de televisão.
Porém, de maneira absolutamente suspeita, em 23 de fevereiro de 2016, o presidente do SINAPEGO, conhecido como Marçal, compareceu à Justiça junto com dirigentes do Atlético/GO e formalizou novo acordo, em que abria mão, em nome dos jogadores (sem que estes tenham autorizado) de receber R$ 8,1 milhões para aceitar inacreditável R$ 1.244.000,00, em parcelas de R$ 45 mil.
Vale a pena relembrar: a causa estava ganha, com penhoras executadas.
Mas as iniciativas suspeitas não pararam por ai: as quatro primeiras parcelas (total de R$ 180 mil), descontadas do dinheiro que os atletas tinham à receber, foram sacadas por advogados do SINAPEGO, à título de “honorários advocatícios”.
Além disso, em sequencia, o Sindicato peticionou na Justiça que todos os outros pagamentos deveriam ser realizados, pessoalmente, em nome de Janivaldo Marçal Chaveiro, presidente da entidade, e não dos jogadores.
Não fosse descoberto a tempo pelos atletas (que conseguiram obstar o processo e também os depósitos, levando o caso ao MP-GO), o que sugere ser um grande golpe, seria difícil saber o final exato dessa história.
Vale a pena escutar, abaixo, áudio de conversa do jogador Adriano sendo orientado pelo seu advogado, que explica-lhe, detalhadamente, toda a movimentação processual:

Cálculo da Justiça indicando que dívida do Atlético/GO com os jogadores era de R$ 8,1 milhões
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Amostragem de cálculo detalhado para alguns jogadores
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“Acordo” do Sindicato para reduzir recebíveis dos jogadores de R$ 8,1 milhões para R$ 1,2 milhão
8
Acordo para depositar dinheiro dos jogadores na conta de Janivaldo Marçal Chaveiro, presidente do SINAPEGO
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