quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Envelopes Contendo Pó Foram Encontroados em Mesquita na Bélgica e Gera Suspeita de Ataque Terrorista

Pó suspeito é encontrado em mesquita de Bruxelas
Bombeiros temem que a substância possa ser antraz.
Local fica a 200 metros da sede da União Europeia.

Bombeiros e equipes de descontaminação foram mobilizados na Grande Mesquita de Bruxelas, perto da sede da União Europeia, após um pó suspeito ser encontrado no local. Os bombeiros temem que a substância possa ser antraz.

Parte do complexo foi isolada e 11 pessoas passaram por um processo de descontaminação, nove fiéis e dois policiais. Depois foram enviadas para o hospital para exames.

Jornalistas da Reuters viram dezenas de veículos de emergência e policiais do lado de fora do Centro Islâmico e Cultural da Bélgica, uma instituição saudita que inclui uma mesquita localizada a 200 metros da Comissão Europeia.

Uma porta-voz dos bombeiros disse que uma ligação foi feita de dentro da mesquita, na qual uma pessoa afirmou que achavam ter encontrado pó de antraz no local. Equipes especializadas foram enviadas no local.

As autoridades encontraram "uma dezena de envelopes com pó branco", segundo a polícia.

"Adotamos todas as medidas preventivas para o caso de ser antraz, mas são apenas medidas de precaução", completou a polícia, segundo a qual "não há absolutamente nenhum perigo para ninguém".

Desde os ataques terroristas de Paris no dia 13 de novembro realizados por militantes belgas e franceses do Estado Islâmico há relatos de ameaças contra mesquitas usadas pelos muçulmanos belgas.

No início da semana, várias mesquitas do bairro de Molenbeek, onde moravam alguns dos supostos autores dos atentados de Paris, receberam cartas com ameaças assinadas por um grupo que se diz chamar "Estado cristão".

A possibilidade de uma epidemia causada por um ataque biológico tem assustado a população de todo o mundo. Isto porque o misterioso "pó branco", que supostamente carrega o Bacillus Anthacis, tem se espalhado por nações de todos os continentes, sendo a primeira vez que os correios são utilizados como instrumento de um ataque biológico. Dizemos "supostamente" porque a grande maioria do material analisado demonstrou ser apenas alarme falso: talco, mistura para bolo, água com detergente e até mesmo papel picado causaram pânico nas pessoas que temem ser infectadas por esta doença que já existe há dezenas de milhares de anos.

Histórico do Antraz

O recente uso como arma biológica deixa claro que os bacilos do antraz foram modificados em laboratório, para ficarem sob a forma de um pó e poderem ser inspirados mais facilmente. A forma natural da doença é mais freqüente em animais ruminantes, como ovelhas, gado, cavalos e cabras, e a contaminação humana dá-se pelo contato com animais infectados ou suas carcaças, bem como a ingestão de carne crua ou muito mal-passada. A contaminação humana natural é em sua grande maioria cutânea, tendo sido reportada apenas 224 vezes nos EUA entre 1944 e 1994. Já a nação africana de Zimbabwe apresentou uma grave epidemia da doença, registrando mais de 10 mil infecções cutâneas entre 1979 e 1985. Já a versão respiratória da doença é raramente encontrada em sua forma natural, não tendo sido registrado nenhum caso no Brasil e apenas 18 casos nos EUA entre 1900 e 1978.

Durante a segunda guerra mundial o exército britânico fez testes com uma concha explosiva cheia de esporos de antraz, contaminando o solo de uma ilha perto da Escócia durante 36 anos. Nos anos 40 o Japão utilizou o antraz como arma biológica contra a China, e em 1979 pelo menos 68 pessoas morreram na União Soviética em um acidente com o antraz em um laboratório.

No Brasil o uso de armas biológicas já matou milhares de índios durante a colonização, quando eram oferecidos às tribos cobertores com o vírus da varíola. Ao contrário do antraz, a varíola se propaga pelo contato entre os seres humanos, e mata até 30% dos infectados. Segundo especialistas, a varíola é a segunda opção de arma biológica a ser usada pelos terroristas, devido à facilidade para se conseguir e se espalhar o vírus.


Sintomas
Os sintomas da doença dependem da maneira como a pessoa foi infectada. A contaminação pode se dar através do contato com a pele, da ingestão ou da inalação de bacilos do antraz, esta última sendo a forma mais perigosa e fatal.

Quando a contaminação é cutânea, os primeiros sintomas são coceira (como uma picada de mosquito), seguido de uma espécie de furúnculo com um tecido escuro na parte central. Esta versão não apresenta muito risco de ser fatal. Já a forma digestiva causa perda de apetite, náusea e vômitos, seguidos de dor abdominal, febre, diarréia e inflamações, podendo ser fatal em até 60% dos casos não-tratados. A forma mais severa da doença ocorre quando os bacilos do antraz são inalados e infectam o sistema respiratório. Os sintomas iniciais são parecidos com os de uma gripe, causando mal-estar e febre nos seis primeiros dias. Pode evoluir para uma grave infecção respiratória, o que causa dificuldade para respirar, suor intenso e pele azulada. Se não for tratada a tempo, em cerca de dez dias a doença leva à morte quase a totalidade dos casos.

Nenhum comentário: