quinta-feira, 23 de abril de 2015

Mesmo Com Recessão no País, Economia Goiana Deve Crescer

Mesmo diante de um cenário de recessão do País, a economia goiana deve repetir o comportamento de outros anos e registrar em 2015 um crescimento acima da média nacional. A previsão foi apresentada hoje pelo economista chefe do Banco Itaú, Ilan Goldfajn, durante almoço com líderes empresariais, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). O especialista anunciou que, apesar da tendência do Produto Interno Bruto (PIB) do País fechar o ano em -1%, os resultados da agroindústria e do setor de energia locais colocam Goiás numa situação mais confortável do que o resto do País.


“A economia de Goiás não tem capacidade de ficar completamente isolada do que está acontecendo no País. O Brasil está num período difícil, de recessão. É claro que há uma influência neste sentido. Mas quando se olha para frente, conseguimos ver a economia goiana crescendo mais rápido que a do resto do País, puxada pelo crescimento da agroindústria, que vai continuar sendo forte, e outros investimentos na área de energia, principalmente as renováveis” observou, durante o evento realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) Goiás.

Goldfajn destacou que o cenário para a economia nacional deve melhorar um pouco a partir do segundo semestre de 2015, como reflexos dos ajustes econômicos que estão sendo implementados pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “A queda de atividade econômica, registrada no primeiro trimestre deste ano, não deve se repetir mais. Vamos ter um segundo trimestre ainda ruim, mas não igual ao primeiro. Este primeiro semestre do ano vai comprometer 2015 como um todo. O PIB deve ficar em torno de -1% ou -1,5%. As medidas tomadas pelo ministro (Joaquim Levy) vão fazer efeito só a partir do segundo semestre”, disse.

O governador Marconi Perillo, por sua vez, voltou a defender os ajustes promovidos pelo ministro da Fazenda, como forma de retomada do ciclo de crescimento econômico do País, durante sua fala de abertura do evento do Lide Goiás. “O Estado de Goiás tem apresentado números acima da média do Brasil no PIB, nas exportações, no emprego, mas não vivemos em uma ilha. Já sofremos reflexos da recessão. Tenho certeza que a condução do ministro Levy, certamente, poderá encurtar esta distância que nos separa entre recessão e a volta deste ciclo de desenvolvimento, de geração de empregos e de prosperidade”, afirnou.

Na reunião ordinária do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), realizada em Goiânia, entre os dias 9 e 10 de deste mês, o governador revelou a secretários da Fazenda do todo o País e à equipe econômica do governo federal que o ministro Joaquim Levy e sua equipe tinham sua confiança na definição de estratégias para sanar a situação econômica do País e na garantia da permanência dos incentivos fiscais. “Confiamos na liderança do ministro. Precisamos aprofundar os ajustes para que a economia brasileira volte a um circulo virtuoso de desenvolvimento”, declarou aos presentes.

Crescimento moderado

O economista do Itaú destacou ainda que a retomada da economia a partir do segundo semestre será moderada. Segundo ele, os ajustes feitos pelo Ministério da Fazenda serão suficientes para, paulatinamente, frear a desaceleração. “O cenário de retração que tivemos no primeiro trimestre não vai ser alterado. Os ajustes vão promover uma leve retomada do consumo e dos investimentos. Mas não será uma retomada vigorosa como antes. Será devagar. Ano que vem (2016) será melhor que esse ano, mas não será uma grande retomada”, disse.

Para ele, os ajustes são reparos, que recuperam pontos importantes da economia. A retomada da economia só viria, entretanto, com reformas. “As reformas, como a tributária, são as que alavancariam o crescimento via aumento da produtividade. Mas fica difícil imaginar a implementação dos ajustes e as reformas ao mesmo tempo. Os ajustes têm seu efeito. À medida que o pior cenário ficar mais distante, os preços mais depreciados devem voltar a atrair interesse em investir no Brasil”, prevê.

Segundo o economista, a crise atual é resultado de uma combinação do fim do ciclo global de crescimento acelerado e de questões domésticas. “A desaceleração aqui é mais intensa do que no resto do continente. Estamos em época de ajustes, intensos e de difícil de implantação, mas necessários para retomar a confiança. O desemprego, que chegou em 2014 num patamar mais baixo (em torno de 5%), deve subir e ficar em 7,3% no ano que vem”, sinalizou.

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