terça-feira, 10 de março de 2015

Nutrisal - Um Rombo de R$ 80 Milhões de Reais em Rio Verde

A Policia Civil de Rio Verde abriu inquérito para investigar o desaparecimento de soja que estava sob guarda de um fiel depositário, nomeado pela justiça, no processo que trata do pedido de recuperação judicial da empresa Nutrisal Industria e Comércio.

Este caso pode ser apenas a ponta do Iceberg de uma dívida que estima-se,  pode chegar a 80 milhões de reais e mexer com a economia de muitos  produtores rurais de Rio Verde e região. 

Fausto Girotto: Foto do Facebook
A recuperação judicial tem como objetivo viabilizar que a empresa supere a situação de crise econômico-financeira, buscando evitar a falência. Mas no caso da Nutrisal, existem indícios de vários crimes cometidos,  que estão sendo investigados e podem revelar um dos maiores escândalos da história de Rio Verde.

A empresa pertence a família de Fausto Girotto, um empresário que embora tenha um empresa em recuperação judicial,  devendo milhões aos bancos: ABC, Banco do Brasil. Bradesco, Itaú e diversos credores, mantém um padrão de vida de luxo e ostentação, ao que parece,  a justiça faz vista grossa. Afinal  a justiça é ou não é cega?

Existem relatos de clientes e ex-clientes da Nutrisal que estão sendo cobrados com ameaças e tendo seus bens arrestados com aval da justiça. 

Na recuperação judicial existem dois lados, os credores e os devedores, Para receber dos devedores a empresa tem um apetite voraz e conta com agilidade da justiça e "inocência dos magistrados" que concedem com facilidade arrestos dos bens do devedores da Nutrisal, mas não tem o devido cuidado com os credores da empresa que está em recuperação judicial. 

O caso do desaparecimento da soja é um exemplo cristalino de como a justiça não está sendo feita em Rio Verde. O administrador designado pela justiça é o advogado Ézio José de Oliveira. 

A justiça concedeu arresto de bens de um devedor da Nutrisal para pagar dívidas que este tinha com a empresa e toda a produção de soja de uma safra foi  apreendida e armazenada em um galpão, tendo sido nomeado um fiel depositário, que ao que parece,  não era a pessoa mais recomendada para guardar a soja, pois em uma vistoria, foi constatada que a soja simplesmente desapareceu. O caso está sendo investigado pela polícia civil de Rio Verde. 

O inquérito para esclarecer o "roubo" da soja está sendo presidido pela delegada,  Jaqueline Camargo, que trata o assunto como estelionato.

Este caso no entanto, é apenas um pequeno exemplo do que está acontecendo em Rio Verde nesta questão da recuperação judicial da NUTRISAL.

Estive na cidade para buscar informações e conhecer de perto os mistérios deste processo e o que encontrei foi produtores que perderam suas terras e bens desesperados e amedrontados, credores que por não terem recebido da Nutrisal foram a falência, famílias destruídas e decisões judiciais que são questionáveis.

O processo de recuperação Judicial está sendo analisado pela juíza da 2ª Vara Cível de Rio Verde, Lídia de Assis e Souza Branco, que já tem experiência neste tipo de processo, pois, atuou no processo de recuperação judicial  das empresas que integraram o Grupo Margen. Naquela oportunidade a magistrada determinou a convalidação (substituição) da recuperação judicial em falência das empresas do grupo ao argumento de que o Plano de Recuperação Judicial não havia sido cumprido. No entanto a decisão da magistrada foi reformada pela Tribunal de Justiça. 


Procurada por nossa reportagem para falar sobre o caso, a juíza pediu um tempo para estudar melhor o processo, informou que estava de licença maternidade e somente agora  o processo chegou a sua sala, ele é enorme e ocupa boa parte da sala da juíza. Lídia de Assis ressaltou que não poderia falar sobre o processo porque não conhece nada sobre ele. 


O juiz Ricardo Luiz Nicoli (Corrigido) já despachou no caso NUTRISAL, bem como a juíza Lilia Maria de Souza e o juiz Wagner Gomes Pereira.  Com decisões isoladas em processos anexos que de alguma forma tem relação com a recuperação judicial. Essas decisões isoladas muitas vezes  geram conflitos de interesses e pode levar a decisões teratólogicas.

Certamente a juíza não deve ter conhecimento mesmo do que está acontecendo na cidade de Rio Verde em relação a este caso, porque se soubesse, não teria tomado as decisões que tomou. O que tem acontecido, é a Nutrisal estar cobrando agressivamente seus devedores, sendo acusada, de acordo com boletins de ocorrências, de falsificar assinaturas de produtores rurais para descontar duplicadas, transferir os bens apreendidos para membros da família, usando o cartório de Castelândia, com isso, desviando os recursos que seria para pagar os seus credores.


A juíza Drª Lídia de Assis, concedendo no dia 15 de Fevereiro de 2015, em caráter liminar, o arresto de bens de um produtor rural que afirma já ter pago toda a dívida com a Nutrisal, e que  tem  dinheiro para receber desta mesma empresa que lhe está cobrando. Ou seja, a cobrança é indevida. Mesmo assim a juíza mandou confiscar os bens armazenados do produtor rural. O encontro de contas, no entanto não foi realizado, mesmo a juíza sabendo que existe esta demanda a ser analisada. Logo, não pode ser verdadeira a informação passada a este jornalista, de que a juíza não tem nenhum conhecimento dos autos.


Em outro caso bastante peculiar está o de um produtor rural que teve toda sua produção comprada pela NUTRISAL em um dia e no dia seguinte a empresa entrou com o pedido de recuperação judicial e não pagou o produtor, caracterizando assim má fé.

A Nutrisal tomou empréstimo bancários com apetite no mercado financeiro, alguns com prazo de carência e justo quando iria começar a pagar estes empréstimos, entrou com o pedido de recuperação judicial. 


Mesmo devendo cerca de R$ 80 milhões no comércio local, um dos proprietários da Nutrisal, Fausto Girotto mantém seu padrão de vida de luxo é conforto. Com viagens internacionais e compras extravagantes de carros e motos de luxo. 



 Nos próximos dias vamos acompanhar de perto as investigações da policia civil e desenrolar jurídico do caso. Vamos revelar documentos e apresentar depoimentos de produtores que se sentem lesados pela empresa. Assim como iremos tentar ouvir os advogados e proprietários da Nutrisal sobre a recuperação judicial e o desaparecimento da soja que já estava sob custódia.


Delegada Jaqueline Camargo
A delegada Drª  Jaqueline Camargo está procurando reunir todas as informações de ocorrências já registradas para aprofundar nas investigações.

O promotor Público Wagner de Pina foi procurado pela reportagem para falar a respeito do caso mas já tinha deixado a sede do Ministério Público de Rio Verde. Ele voltará a ser procurado por nossa reportagem.

O Desembargador Gilberto Marques Filho, corregedor do Tribunal de Justiça do estado de Goiás, já tomou conhecimento do que acontece na cidade de Rio Verde, não abriu nenhum procedimento, mas vai acompanhar o desenrolar da situação.

O caso Nutrisal deve ganhar em breve as páginas da Revista Veja.


Cartório de Castelândia Se Manifesta Sobre a Matéria

Acompanhe a Nota do Cartório de Castelândia.

Destaco, inicialmente, que tomei posse como Tabelião Titular/Concursado do Cartório de Castelândia-Goiás, aos 27 de maio de 2014.


Ademais, informo-lhe que promovi a informatização completa de minha serventia extrajudicial, inclusive com decente sede própria e modernas instalações.


Eu estudei bastante e lutei com muito afinco para conseguir passar em todas as fases do concurso e esperei mais de cinco anos para tomar posse.


Sucede que, para meu espanto e surpresa, tomei conhecimento de sua matéria veiculada no seu Blog, cujo trecho transcrevo: O que tem acontecido, é a Nutrisal estar cobrando agressivamente seus devedores, sendo acusada, de acordo com boletins de ocorrências, de falsificar assinaturas de produtores rurais para descontar duplicadas, transferir os bens apreendidos para membros da família, usando o cartório de Castelândia, com isso, desviando os recursos que seria para pagar os seus credores.


Ora, desde que tomei posse, nunca prestei qualquer espécie de serviço para a referida empresa ou qualquer outra sediada no município de Rio Verde, seja procuração, escritura, reconhecimento de firma, etc....

Estou fazendo um levantamento de todos os atos praticados no meu Cartório antes de minha posse, pelo antigo substituto interino, com o escopo de verificar a ocorrência ou não de tais fatos.

O fato é que, sob minha responsabilidade, reitero que nunca pratiquei qualquer espécie de ato para a empresa Nutrisal, a qual você se referiu. 

Deste modo, solicito a você que retifique a sua matéria no sentido de informar a época em que tais fatos ocorreram, pois da forma como está disposta a matéria - usando o cartório de Castelândia - , entende-se que até hoje a serventia ainda seja palco de irregularidades e/ou ilicitudes, o que, em absoluto, não é verdade.

À derradeira, coloco-me à sua disposição para qualquer espécie de esclarecimento que esteja sob minha alçada, e, ademais, reitero humildemente que você "corrija" a sua matéria, fazendo as devidas e necessárias observações.

Heuler Costa Lourenço
Tabelião/Oficial

Nota do Blog



Ao mesmo tempo que sinto-me na obrigação de publicar a nota, esclareço que em nenhum momento afirmei que  o cartório estivesse cometendo alguma ilegalidade, mas sim que estaria sendo "usado" para transferir bens de devedores da Nutrisal,  que deveriam ser integrados a empresa, mas que estão sendo  transferidos para familiares dos proprietários da Nutrisal. 

Com a transferência, quem tem dinheiro  para receber da Nutrisal fica no prejuízo, pois, ao ser transferido para uma pessoa física, que não integra o corpo diretivo da empresa, este bem não poderá ser usado para pagar as dívidas da empresa. Sendo assim uma forma de "burlar" a lei e ocultar patrimônio.

Quem me conhece sabe muito bem que só faço reportagens investigativa com documentos que possam dar sustentação ao que digo. Por isso, de antemão, quero esclarecer que tenho em mãos uma escritura que foi realizada no cartório de Castelândia, onde o Sr Fausto Girotto, registrou a transferência de um imóvel para um membro de sua família, imóvel este que foi pego de um produtor rural como parte de pagamento de uma dívida que este tinha com a Nutrisal. O detalhe é que neste caso, um funcionário do cartório se deslocou até a cidade de Rio Verde para colher assinatura da pessoa que tinha a dívida com a Nutrisal. Gostaria de saber se este procedimento é "usual e legal" por parte do Cartório? Em breve estarei revelando maiores detalhes desta história,  a medida que as investigações policiais forem avançando. Pelo tamanho do problema acredito que a delegada Drª, Jaqueline Camargo,  vai precisar da ajuda da Delegacia Especializada em Investigação Criminal (DEIC)

Um comentário:

Anônimo disse...

Eike Batista de Rio Verde - GO