sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Se Houvesse a Necessidade de Intervenção Federal em Goiás, Seguramente Era na Época do PMDB, Onde Os Policiais Eram Considerados Carne Podre

Com a autoridade de quem já solucionou crimes emblemáticos no Estado e dirigiu a Polícia Civil em duas ocasiões, o deputado estadual Marcos Martins (PSDB) desafia a oposição a indicar um representante, “qualquer um”, para debater as atuais condições da Segurança Pública em comparação com o que qualifica de “completo sucateamento” da área nas décadas de 80 e 90. Para o delegado, que possui mais de 30 anos de experiência, o pedido de intervenção na segurança em Goiás, formulado pela deputada federal Iris Araújo (PMDB), é um ato eleitoreiro de quem, embora legislador, desconhece totalmente o rito legal da iniciativa, além de representar uma afronta direta às corporações policiais do Estado.

Marcos Martins recorda que, nos governos do PMDB, Goiás vivia sob o domínio do crime organizado, notadamente por quadrilhas que perpetraram sequestros de ampla repercussão e que envergonharam os goianos aos olhos de todo o País. “Esses grupos foram banidos de Goiás graças ao esforço de devotados servidores da segurança, que rodavam em sucatas, abasteciam as viaturas com o próprio dinheiro e usavam armamento de segunda mão descartado pela polícia do Rio de Janeiro. Eu vi a PM perseguir bandido a bordo de Fiat 147. Parecia filme dos Trapalhões”, lembra. O próprio Marcos Martins solucionou os sequestros do empresário Odilon Santos e de sua neta, Viviane Santos; do também empresário Abadio Pereira Cardoso, o “Badico”; e do compositor Wellington de Camargo, entre tantos outros.

Segundo o deputado, soa como heresia a mera tentativa de querer comparar as condições da segurança pública em Goiás no período do PMDB e após a chegada de Marconi Perillo (PSDB) ao Palácio das Esmeraldas. “Hoje as corporações policiais são servidas de veículos zero quilômetro, com modelos adaptados a cada modalidade de atuação, helicópteros, armamento novo e adequado à prevenção e à necessidade de fazer frente ao arsenal dos criminosos. O mais importante, contudo, é que o profissional da segurança sentiu no bolso pela primeira vez que era de fato valorizado”, diz.

A título de exemplo, Marcos Martins, que já ocupou a função de superintendente executivo da Secretaria de Segurança Pública, cita que, hoje, o policial militar quando chega à corporação recebe um salário três vezes superior ao pago nos governos peemedebistas. Em dólar, o soldado aufere atualmente soldo em torno dos US$ 1.580, quando no passado não chegava a US$ 450. O próprio deputado foi o relator dos projetos de reestruturação das carreiras de delegado, policiais civis e militares, médicos legistas, peritos criminais, bombeiros e agentes prisionais com ganhos reais de salário para todas as categorias. Em 2017, o soldado PM vai receber R$ 6.358,25. “É, seguramente, uma remuneração entre as maiores do País”, garante.

Martins ressalta que a única greve da Polícia Militar nos seus 156 anos aconteceu num governo do PMDB. Relembra do “vergonhoso” episódio da rebelião no Cepaigo, ocorrida no governo de Maguito Vilela (1995-1998), onde o presidente do Tribunal de Justiça, o secretário de Segurança Pública, juízes, promotores, jornalistas e diversas autoridades estaduais viveram momento de terror nas mãos de bandidos perigosíssimos no mais longo motim da história do Brasil. “Quem presenciou a rebelião no Cepaigo nunca vai se esquecer da expressão de pavor do coronel Nicola Limongi, o diretor do presídio, implorando a ajuda do ‘compadre’, hoje candidato a governador. Aquilo foi um vexame internacional.”, diz.

Para o deputado, “se houvesse a necessidade de intervenção federal em Goiás, seguramente era na época do PMDB, onde as polícias eram consideradas carne podre”, onde não se deveria gastar sal. Martins ensina que o a instituição competente para receber pedidos de intervenção é a Procuradoria Geral da República, não o Ministério da Justiça.

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