sexta-feira, 18 de abril de 2014

No Irã, Mãe da Vítima Tira na Última Hora Assassino da Forca em Emocionante Ato de Perdão

Uma cena bastante incomum foi vista na terça-feira (15), na cidade de Nowshahr, no Irã, quando a mãe de uma vítima de assassinato interrompeu a execução do autor do crime. Abdolah Hosseinzadeh foi assassinado em 2007 pelo iraniano conhecido como Balal. Os dois se envolveram numa briga com faca, o que acabou com a morte de Abdolah.

O assassino foi julgado e condenado à morte, a execução da pena estava prevista para ocorrer na última terça-feira.



No Irã, é comum a população poder acompanhar os enforcamentos dos condenados à morte. Conforme a tradição das leis islâmicas, na terça, a mãe da vítima, Samereh Alinejad, estava presente durante a cerimônia de execução de Balal.

Samereh atravessou a multidão, esbofeteou o condenado, que tinha lhe pedido perdão chorando, e depois tirou a corda do seu pescoço.

De acordo com o marido de Samereh Alinejad, ela teria sonhado com o filho morto em 2007. Após esta visão, ela decidiu perdoar o assassino.


Muitos iranianos presentes durante a execução se emocionaram com o perdão e comemoraram o desfecho da história.

"Ele me pediu perdão. Dei um tapa nele, e isso me deixou mais calma. Eeu disse: Te castigo pela dor que me causou" declarou a mãe da vítima a um jornal, acrescentando que todos a pressionaram para que concedesse o perdão.

"Lamento que ninguém tenha me dado um tapa" no momento de apunhalar o jovem, afirmou Balal.

De acordo com a lei islâmica, um condenado á morte por assassinato pode escapar da execução e de cumprir a pena na prisão se a família da vítima o perdoar. Esta recebe em troca "o preço do sangue", fixado este ano em cerca de U$ 50 mil dólares. 

O indulto a Balal também foi possível graças a uma campanha de mobilização de artistas e atletas famosos, que chegaram inclusive a arrecadar o "perco do sangue" para a família da vítima.


A mãe de Balal ao saber do perdão oferecido ao filho, beijou os pés da mãe do jovem que foi assassinado, Samereh Alinejad, que concedeu o perdão.

Fotos: AFP


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