A modelo catarinense Luciane Hoepers, de 33 anos, acusada de seduzir prefeitos para que fizessem parte de um esquema de propina, tem dívidas de R$ 6.473,94 só em lojas de calçados. As compras foram feitas em seis estabelecimentos comerciais de Joinville, Santa Catarina, sua cidade de origem, entre 9 de outubro de 2008 e 25 de junho de 2009. Só numa das lojas, ela gastou R$ 3,8 mil em compras, que ainda não foram pagas.
A modelo foi presa pela Polícia Federal (PF) no apart hotel onde mora, em Brasília, na semana passada, indiciada por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. E foi solta nesta terça, depois de passar cinco dias atrás das grades.
Segundo a PF, responsável pela ação batizada como Operação Miqueias, Luciane confessou participação no esquema, oferecendo vantagens indevidas para que os prefeitos aplicassem recursos em fundos de investimentos suspeitos. A fraude envolvia, ainda, lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensão. De acordo com a PF, a modelo confessou ter tido contato com sete prefeitos. Segundo ela, um deles aceitou a propina.
Ouvida pelo EXTRA, entretanto, a modelo negou ter confessado participação no esquema:
‘Nunca fui prostituta’
— Eu nunca confessei ter casos com prefeitos ou pagar propinas. Quem falou foi uma agente, que enquanto eu chorava disse: “Chora não. Logo você estará na ‘Fazenda’”, zombando de mim. Eu disse que só queria minha vida de volta e estava muito sentida por minha família. Eu quero a minha vida e paz de volta. Não sou e nunca fui prostituta. Eu era funcionária e não quero sensacionalismo, nem o nome da minha família nisso.
O advogado Humberto Carlos dos Santos, que representa a modelo, disse que irá entrar com uma ação de danos morais contra os veículos de comunicação que estão publicando notícias sobre o caso.
— Ela jamais confessou algo em depoimento à policia. Até porque ela é inocente. Não tem nada para confessar. Não existem provas de que ela se envolveu nessa esquema. Ela trabalhava numa empresa de investimentos e fazia essa captação de fundos, o que não quer dizer nada. Não existia irregularidades. Ela não se envolveu com prefeito e nunca ofereceu propina a ninguém.
Fonte: Jornal Extra Rio
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