O governador Marconi Perillo e o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, lançaram, na manhã de ontem, o edital de concorrência para concessão de áreas para o cultivo de pescado em águas da União no Estado, em solenidade no Auditório Mauro Borges, do Palácio Pedro Ludovico Teixeira. O Governo do Estado concedeu à União a utilização das áreas das hidrelétricas de Serra da Mesa e Cana Brava, região Norte do Estado. O projeto contempla o Plano Safra para Aquicultura e Pesca, do Governo Federal.
Em Serra da Mesa, que fica na região Norte de Goiás, são 22 parques, sendo 16 para Arranjo Empresarial, e seis para Arranjo Social. As áreas contêm 585 lotes para colocar tanques e redes, com previsão de produção de 38.160 toneladas por ano. Em Cana Brava, na mesma região e parte da Nordeste, são nove parques: dois de Arranjo Empresarial e sete Sociais. Neste, a produção deve ser de aproximadamente 17.760 toneladas por ano.
De acordo com a secretária de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura, Maria Fernanda Nince Ferreira, nas áreas de Arranjo Social os investidores não terão de arcar com a concessão, que será gratuita. Já nas áreas Empresariais, o investimento será entre R$ 5 mil e R$ 6 mil pela concessão de 20 anos, que pode ser prorrogada por mais 20 anos. Os produtores devem pagar uma taxa de R$ 1,5 mil para colocar o tanque e a rede nos lotes. “O objetivo do governo federal não é arrecadar, mas estimular a produção”, justificou.
A estimativa é que Goiás produza, por ano, 57 mil toneladas de pescado, utilizando apenas 1% das águas de Serra da Mesa e Cana Brava. A produção deve ter início no mês de novembro, para que, em abril, na Semana Santa, os pescados já estejam no mercado. “O melhor pecuarista brasileiro, em um hectare de terra, consegue engordar uma tonelada de boi por ano. Em um hectare de água, por exemplo, em Serra da Mesa ou Cana Brava, pode produzir 200 toneladas de peixe. Goiás tem uma grande participação nesse processo; estamos dando um passo importante para o futuro do mundo. Goiás pode se tornar o maior produtor de peixe do país, porque tem grande vocação para produção de pescado”, afirmou Crivella.
De acordo com o ministro, cerca de três mil empregos devem ser gerados. Ele disse que o Ministério estuda explorar outros reservatórios no Estado, como a hidrelétrica de Corumbá de Goiás. O governador ressaltou a importância do projeto para a movimentação da economia, geração de emprego e renda.
“A vinda do ministro é muito alvissareira, traz importantes contribuições para nosso Estado na área do desenvolvimento econômico, social e, principalmente, na geração de emprego e renda; além do aproveitamento de reservatórios que estavam de certa forma pouco utilizados. A aquicultura vai dar vida melhor a eles, produzir milhares de toneladas de peixe e, consequentemente, trazer prosperidade, gerar empregos. Estou muito feliz porque vamos aumentar o dinamismo da nossa economia e não ficarmos só nos lagos e reservatórios Serra da Mesa e Cana Brava, mas vai também para os reservatórios das hidrelétricas de Corumbá e deve chegar ao reservatório de outras cidades. Goiás é um estado que tem potencial enorme para a piscicultura por conta dos enormes reservatórios que tem”, afirmou.
Marconi agradeceu ao ministro pela atenção do Governo Federal com o Estado e disse que Goiás está à disposição para apoiar todas as iniciativas que gerem empregos, renda, receitas, PIB e exportação. “Tudo isso é importante e Goiás precisa muito para implementar o desenvolvimento econômico e social”, observou.
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