segunda-feira, 25 de março de 2013

O Homem Ainda Não Aprendeu Que Sua Principal Arma é a Capacidade de Raciocinar

Por Amauri Garcia

Penso que nada, absolutamente nada no mundo deve justificar um homicídio. Mas a natureza humana nos reserva surpresas por conta de relacionamentos e situações extremas. Na madrugada deste domingo, uma festa de casamento terminou em tragédia no Jardim Guanabara, em Goiânia. O motivo já é um velho conhecido do mundo urbano - a poluição sonora. Um vizinho ao local onde ocorria a festa se irritou com o excesso de barulho provocado pelo som alto e foi tomar satisfação por volta das 4h. Resultado: tiros disparados, duas pessoas feridas e um morto.
Numa situação em que nem o Poder Público nem a PM nem ninguém resolve, sobra apenas para a tentativa de diálogo. Nesse caso, o estado emocional interfere diretamente no resultado da discussão.
Já vivi situação parecida, quando liguei para vários órgãos e para a PM. A resposta era sempre a mesma: "nós não atendemos ocorrências em residências". Num contato que fiz com o Copom, cheguei a perguntar à oficial que me atendeu: "Mas, se eu disparar um tiro contra a casa, aí vcs vêm", no que ela respondeu: "Nesse caso, sim".
Entendi naquele momento que o som alto do vizinho era um problema exclusivo meu. 
Como muitas vezes o vizinho não respeita e não vê aquilo como um problema, fica elas por elas. E as consequências passam a ser imprevisíveis por que se quebra algo essencial num relacionamento - o respeito.
Esse homicídio e as tentativas de homicídio a que o atirador responderá na Justiça jamais existiriam se houvesse diálogo e respeito. Aliás, todas as guerras do mundo começam assim mesmo, por conta da falta de diálogo e respeito.
É lamentável que o homem ainda não compreendeu que sua principal "arma" é sua capacidade de raciocinar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa tarde Cleuber e Amauri.

Parabéns pelo texto.
Hoje quando vi a reportagem na tv anhanguera, me questionei sobre o enfoque da notícia. A trataram como um homicídio simples, sem focar o principal, que é o que o poder público está fazendo sobre este grave problema social, que está assolando nossas cidades, que é a poluição sonora.
Além de vizinhos, tem os tais sons automotivos que tremem as janelas e tímpanos de todos nós a todo momento. Somos todos órfãos, a polícia acha que não é da sua competência, se liga nas semas da vida, eles também não tomam providência alguma.
Na cidade de Aparecida de Goiânia existe uma ação para coibir esse tipo de transgressão, e me parece estar dando resultado. Vai aqui meus elogios a administração nesse ponto.

É preciso rever aqui em Goiânia esse problema, e em atitude conjunta com prefeitura, sema, polícia .Atacar esse mal que está entre os primeiros tormentos da população de trabalha, estuda e tem o direito ao descanso.
Como cidadão não queremos nem saber quem vai resolver, o que exigimos é que resolvam. Seja quem for o órgão. Afinal os nossos impostos e que sustentam toda essa estrutura gigante e que não nos responde, como por exemplo, em uma coisa séria como essa.

Reafirmo, os noticiários não devem somente dar a notícia, mas também ir em um entendimento mais amplo e cobrar AÇÕES de quem é devido.Evitando assim outros problemas desse monte.
Esses programas, principalmente da hora do almoço,se dizem defensores da sociedade/populares, mas pela formam que trabalham dão a noticia, ficam muito a desejar.

Dentro desse contexto também tem os carros de som de propaganda, que quando passam, ninguém consegue se comunicar.. tem que parar tudo para esperar o carro passar.. e o pior é que esse tipo de coisa ainda tem o carimbo da Sema..


Espero que o Cleuber o Amauri comprem essa briga e dentro das possibilidades cobrar do prefeito, e de todos os órgãos ligados ao problema, atitudes para acabar com esse tipo de coisa. A coisa está mais feia do que se pensa. ATITUDE JÁ.

Reafirmando, meus parabéns por esse texto, foi o único que vi, que deu o enfoque que deveria ser dado, sobre este lamentável episódio ocorrido.

Boa sorte a todos