segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Caso Valério Luiz: O Crime Quase Perfeito"

O inquérito que investiga o assassinato do comentarista Valério Luiz está concluso. Para a polícia o crime está solucionado. A delegada Drª Adriana Ribeiro pediu o indiciamento de 5 pessoas: Maurício Sampaio, Urbano Malta, Marcus Vinicius, Da Silva e Figueiredo. Até ai nenhuma novidade. Segundo uma fonte da Polícia Civil, a novidade é que ao invés de remeter o inquérito para o Juiz para que esse enviasse o inquérito para o Ministério Público, a delegada enviou o inquérito direto para o Ministério Público que já ofereceu denuncia contra os acusados. Toda a cúpula de segurança pública, concederá essa semana, uma entrevista coletiva para anunciar o encerramento das investigações.

O Que Polícia Descobriu e Não Divulgou. 

A carta proibindo a entrada de Valério Luiz e de profissionais da Rádio 820 e UCG TV,  segundo o depoimento do  diretor de futebol do Atlético Adson Batista, foi redigida pelo assessor de imprensa do Atlético Felipe Furtado. Passou pelas mãos de Marcos Egídio e foi revisada por um "colega" de Valério Luiz, funcionário da própria rádio 820. Isso mesmo, um funcionário da rádio 820, ajudou na confecção do documento, que proibia Valério Luiz e a emissora de entrar no clube. Esse mesmo funcionário, foi peça chave para ligar Maurício Sampaio ao assassinato. O nome dele: Alípio Nogueira. A informação de que Alípio Nogueira participou da produção do documento, foi "confirmada" pelo diretor do Atlético Adson Batista. Adson  confirmou, mas "outras pessoas" passaram esta informação para a delegada. Felipe Furtado, entrou em contato para  negar que a carta tenha sido redigida por ele: "A  única coisa que eu fiz e, me arrependo amargamente por isso, foi pegar a maldita carta e entregar na rádio 820. A carta já chegou para mim pronta, eu nem sei quem fez". Informou o ex-assessor de imprensa do Atlético Felipe Furtado. 

A família de Valério foi informada pela delegada da  participação de Alípio na produção da carta. Segundo informações de uma fonte que não está ligada a polícia, Maurício Sampaio estava no Salão New Star  com Alípio Nogueira, quando um advogado perguntou: E ai a carta ficou boa? Maurício... "Que carta"? Alípio respondeu - "A carta que eu fiz pra você assinar sobre o Valério"! Não existe nada investigado que ligue Alípio ao crime. Alípio teve uma briga com Maurício Sampaio no estádio Serra Dourada.  Depois disso, Alípio criticou duramente Maurício pelo rádio. Maurício não mandou matar Alípio, pelo contrário, não guardaram mágoas um do outro,  voltaram a ser amigos. Em nota de esclarecimento abaixo. Alípio nega que tenha participado da produção da carta, que apenas sugeriu que a mesma fosse feita de maneira mais profissional, em papel timbrado do clube. Alípio afirma que a conversa no restaurante não aconteceu. A conversa relatada não foi mesmo no restaurante e sim no salão New Star, de acordo com um fonte do blog.

Foi através dos Depoimentos de Alípio Nogueira que a Polícia Chegou a Maurício Sampaio. 

 Alípio foi uma testemunha importante para desvendar o crime. Ele prestou dois depoimentos no inquérito nos dias   09/07/2012 e 09/08/2012. Em seus depoimento, relatou que estava na  rádio 820 no dia do crime, Valério saiu e em seguida escutou barulhos de tiros, Alípio gritou: "Não abre o portão que é tiro" ele subiu para o andar de cima, a porta estava fechada,  ele desceu, foi em direção ao portão, abriu, ao sair encontrou-se com uma pessoa,  que também saia em outro portão, vindo de outra casa. Descreveu fisicamente está pessoa e identificou como sendo  Urbano. Alípio  confirmou que se tratava de uma pessoa ligada a Maurício Sampaio.  Ainda na cena do crime, Alípio relata que pediu para Urbano ligar para Da Silva.  Urbano respondeu que iria ligar para o corpo de bombeiros. Quando tiveram a confirmação da morte de Valério, Urbano ligou para Maurício Sampaio para avisar sobre o assassinato, Maurício  disse que já estava sabendo pela imprensa.  Urbano falou ao telefone com Marcus Vinicius,  "o açougueiro," que pouco tempo depois, foi ao local do crime, com Valério ainda morto dentro do carro.  A delegada suspeitou da participação de alguém  dentro da emissora. A  policia estranhou o fato das câmeras de segurança da rádio, estarem desligadas e a pessoa que vigiava o portão,  não ter ido trabalhar,  justo naquele dia.  As investigações não avançaram neste sentido. Alípio Nogueira participou do inquérito apenas como testemunha. Os fatos aqui relatados estão no inquérito que investiga o assassinato de Valério Luiz.

Tenente Coronel Urzêda

 A Polícia tinha sob monitoramento, um policial do GRAER,  que era suspeito de ter deixado a viatura no centro de Goiânia, pegado uma moto, cometido o crime e voltado para a Viatura. Nesse mesmo período, o  Tenente Coronel Urzêda, ficou sob monitoramento durante 5 meses. De acordo com o inquérito, nenhuma prova foi encontrada que o ligasse ao crime.  Urzêda tinha promoção encaminhada para o posto de Cel, poderia ser nomeado comandante da Polícia Militar. Tinha o apoio do CDL e do Secretário de Segurança Pública João Furtado. Por ter sido colocado sob suspeita, por ser amigo de Maurício Sampaio, com o assassinato de Valério, Urzêda perdeu a promoção e a chance de ser Comandante Geral da Polícia Militar. 

Crime Desvendado Por Uma ligação Anônima

As investigações caminhava, quando por meio de uma ligação Anônima, a polícia recebeu a informação de que, o "açougueiro" Marcus Vinicius, era o assassino de Valério Luiz. A partir dai, a polícia  dedicou toda sua atenção para este viés da investigação, deixando muitas perguntas sem respostas sobre o que já tinha sido investigado.  Marcus Vinicius, passou a ser monitorado. Através das investigações a polícia descobriu que ele era informante do Sargento Da Silva.  Preso, Marcus Vinicius relatou no seu depoimento que 3 meses depois do crime, percebeu que estavam "armando" para "ele", foi quando recebeu ordem de Da Silva, para assumir o crime e jogar a culpa em Urbano. No primeiro momento, Marcus Vinicius assumiu que matou a mando do patrão de Urbano (Mauricio Sampaio).  A confissão extremamente rápida, surpreendeu a própria polícia, que comprou a idéia e apresentou Marcus Vinicius como executor. Portando, a polícia não tinha reunido provas suficientes, para dizer que o assassino não seria ele(Marcus Vinicius) e sim Figueiredo. Marcus Vinicius, logo em seguida,  mudou sua versão, disse que o assassino séria o Figueiredo. Pronto a polícia desconsiderou o que ele dissera e confiou na palavra de "Marquinhos". Posteriormente, Marcus Vinicius, afirmou que apenas, emprestou a moto para dar um susto, não era para matar. Ou seja, ele nem sabia que seria cometido um assassinato, logo, não pode ser julgado por algo que ele não sabia. Pode sair livre do Tribunal. 

A Lógica de Um Crime Burro

Maurício Sampaio, estava em um briga pública com um comentarista e decidiu mandar mata-ló. Colocou para fazer o "serviço", pessoas próximas a ele, incluindo seu segurança. Resolveram matar Valério a luz do dia, em frente a um imóvel dele (Maurício comprou uma casa para isso), mandou o pessoal que "participou" do assassinato,  ficar na cena do crime, fazendo ligações do celular, inclusive para ele.  Mesmo sendo  policiais "muito inteligentes," resolveram deixar o açougueiro vivo para depois delatarem eles. 

O Açougueiro

O crime foi desvendado através de uma ligação anônima que era "falsa", mas mesmo assim, o açougueiro confirmou que matou a mando do patrão de Urbano.  O açougueiro, ganhou 9 mil reais para emprestar a moto, o capacete e ainda ficou com a polícia na mão, vivo e podendo delatar todo mundo. Como por sinal, acabou acontecendo. Quem fez a denúncia anônima mentiu(Não foi Marcus Vinicius que matou), mas mesmo assim, o açougueiro confirmou a mentira e "entregou" Urbano, Maurício e Da Silva no primeiro depoimento, Figueiredo no segundo.  A família de Marcus Vinicius, fechou o açougue e tomou rumo ignorado. Se por qualquer motivo Marcus Vinícius morrer na cadeia, ele, não poderá dar mais uma versão do crime (Já deu três) e certamente a culpa de sua morte, recaíra sobre as pessoas envolvidas (Presas). 

O Que Faltou Investigar - R$ 4 Milhões

Valério Luiz não tinha nada pessoal com relação a Maurício Sampaio. Fazia críticas, aos dirigentes em um todo, ao Atlético, Goiás e Vila Nova. Com Maurício Sampaio as divergências já duravam quase dois anos. Em conversa com Mané de Oliveira, Valério reconheceu que  havia pegado pesado.  Maurício Sampaio estava deixando o Atlético porque havia colocado do próprio bolso, R$ 4 milhões no clube. O presidente Valdivino José de Oliveira, recebeu o dinheiro da Rede Globo e não pagou Maurício. Sampaio reclamou que ele só servia para colocar dinheiro no clube,  na hora do aperto , mas  quem aparecia para mídia como bom administrador era o presidente, que não colocava nenhuma centavo do próprio bolso. Os muros do CT do Atlético foram pichados, com palavras de ordem contra a diretoria. O nome de Maurício não apareceu nas pichações. 

O Rastro do Dinheiro

Todo crime encomendado envolve dinheiro e, o dinheiro deixa rastros. Se os assassinos foram burros o suficiente para ficarem na cena do crime, fazendo ligações dos seus próprios celulares, certamente não seriam inteligentes o suficiente para não deixarem rastro do dinheiro, a não ser que tenham praticado o crime por "amor ao patrão". Mesmo o dinheiro "vivo" deixa provas físicas do crime. A polícia, até onde sei, não achou o rastro do dinheiro.

Tribunal do Júri

A imprensa e a população clamaram por justiça no assassinato de Valério Luiz. A polícia investigou e encontrou os culpados. Maurício Sampaio vai ao Tribunal do Júri. Deverá ser condenado. Existe um clamor popular por justiça. A promotoria tentará provar no Tribunal que Maurício Sampaio é culpado. A defesa alegará que não existem provas materiais contra ele. A nós da imprensa cabe o papel de questionar, esclarecer, cobrar e jamais julgar, condenar ou inocentar. Afinal todo mundo erra. O bandido pode comete erros. A polícia pode erra. A justiça pode cometer erros. Mas nós da imprensa, não. Nós devemos estar atentos para denunciar os erros cometidos em busca de "justiça". Imprensa não condena, não inocenta e não julga. Imprensa tem que divulgar a verdade e cobrar que a justiça seja feita! 



 Nota de esclarecimento de Alípio Nogueira



Goiânia, 25 de fevereiro de 2013 



            Caro Cleuber Carlos e leitores do seu Blog. 


Fui surpreendido dia 13 passado com dois procedimentos cirúrgicos dos quais ainda me recupero. Também fui surpreendido com a matéria publicada no seu blog com o título “um crime quase perfeito” que faz duras referências a mim e atingem de cheio a minha honra e de minha família. 

Quero deixar claro que em nenhum momento participei da redação da carta que proibia o cronista Valério Luiz e os demais funcionários da Rádio Jornal 820, inclusive eu, de adentrar as dependências do Atlético Goianiense. Se assim tivesse feito estaria jogando contra o meu próprio time. 

A única coisa que fiz em relação a esta carta foi uma crítica ao diretor Adson Batista, dizendo que o Atlético deveria ter sido mais profissional e enviado a carta em um papel timbrado que identificasse o clube. Se isso, que aconteceu depois que carta chegou a Rádio Jornal é revisar, então revisei. 

Também não é verdade que estive num restaurante onde teria me encontrado com o Maurício Sampaio e feito referências a tal carta. Nunca aconteceu esse encontro é uma informação mentirosa que não pode ser transformada em verdade. 

Gostaria que antes de fazer uma publicação tão grave você, que inclusive me julgou em sua matéria, me ligasse, pois tem o meu número, afim de que eu pudesse expor a minha versão. 

Assim como estou fazendo com você farei com as pessoas que entendo merecer as minhas explicações e minha satisfação, entre elas o Mané de Oliveira e seus familiares. 

Muito Obrigado 


Alípio Nogueira. 



3 comentários:

Creio na justiça disse...

Boa noite

Quem diria, o Alípio em ligações perigosas e ainda traindo um colega de trabalho..

Cleuber o Alípio ainda está trabalhando na 820 ou não..
Parabéns pela matéria, li sua chamada e fiquei na aguarda.
Parabéns a polícia e que siga em frente esse processo, com lisura, com força para suportar pressões, e que as grades sejam o final de quem fez essa atrocidade com o Valério.

Rubens disse...

Esse Alípio é um babaca! Tudo farinha do mesmo saco.

Blog do Cleuber Carlos disse...

Alípio Nogueira participou do inquérito apenas como testemunha!