quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Caso Valério Luiz: MP Apresenta Denúncia Contra Maurício Sampaio de Homícidio Qualificado e Pode Pegar de 12 a 30 Anos de Cadeia

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) apresentou a denúncia do Caso Valério à Justiça por volta das 16h desta quarta-feira (27/2). De acordo com a titular da 24ª Promotoria de Justiça, promotora Enir Lamounier, foram denunciados por homicídio qualificado, mediante paga ou promessa de recompensa e à traição, de emboscada (121, § 2º, incisos I e IV do Código Penal), o empresário Maurício Borges Sampaio e o cabo da Polícia Militar Ademá Figueiredo; e como coautores o sargento Djalma da Silva; o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier e o comerciante Urbano de Carvalho Malta. A denúncia foi encaminhada para a 2ª Vara Criminal de Goiânia, a cargo do juiz Lourival Machado da Costa.

HOMICÍDIO QUALIFICADO - ARTIGO 121, § 2.º, DO CÓDIGO PENAL Pena: reclusão de 12 (doze) a 30 (trinta) anos


Inciso I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe.

Inciso IV– à traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido
A agilidade na entrega do caso à Justiça se deve a uma força tarefa para análise dos autos iniciada pela manhã e concluída por volta das 15h30. Auxiliaram Enir Lamounier os promotores de justiça Maurício Gonçalves de Camargo e Paulo Pereira. 

Ao comentar a conclusão de mais essa etapa do processo, o filho do radialista, Valério Luiz Filho, destaca que família está muito feliz com a rapidez dada ao caso no último mês, principalmente após a prisão dos cinco denunciados, mas que continuará cobrando rigor no julgamento dos réus. “A partir de agora, com o oferecimento da denúncia, o processo se torna público e nós vamos poder combater com mais força a impunidade”, pontua. Segundo ele, a família também guarda expectativa quanto à conversão da prisão provisória dos denunciados em preventiva, já solicitada ao MP por Adriana Ribeiro.

As 500 páginas do inquérito foram divididas em dois volumes. Além da participação de cada denunciado no crime, cometido no início da tarde do dia 5 de julho do ano passado em frente a um dos serviços da vítima, a Rádio Jornal 820 AM, no Setor Serrinha, consta nos autos que o radialista foi morto por conta de sua posição crítica quanto ao desempenho do Atlético Clube Goianiense, incluindo denúncias de compra de resultados por parte de seus dirigentes.

Segundo o inquérito, o cartorário e ex-vice-presidente do clube Maurício Sampaio foi o mandante do crime e a motivação teria sido o comentário feito pelo jornalista em seu programa na PUC TV: “Nos filmes, quando o barco está afundando, os ratos são os primeiros a pular fora”. A defesa do cartorário refuta esta tese, uma vez que a frase foi dita cerca de 20 dias antes do crime e, em um de seus depoimentos, o açougueiro Marcus Vinícius – que chegou a confessar a autoria – afirmou que o assassinato teria começado a ser planejado três meses antes.

Foram coletados 12 depoimentos de testemunhas oculares, que descreveram o executor como sendo um homem de estatura média, forte e de olhos caídos. Essas pessoas foram submetidas ao reconhecimento de suspeitos por meio de fotografias. Todas apontaram ser o cabo Figueiredo – à época segurança particular de Maurício Sampaio – o que mais se parecia com as características do executor. 

“O que tenho a dizer sobre o caso do Valério [Luiz de Oliveira] é que a Polícia Civil fez um trabalho exemplar e que a delegada Adriana [Ribeiro] está de parabéns”, afirmou Enir Lamounier, elencando que os autos do processo trazem consistência quanto à denúncia contra os cinco envolvidos.

Jornal Opção

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