Greve Da Polícia Civil do Estado de Goiás Termina Hoje

Por ANGÉLICA QUEIROZ
Após 24 dias, a greve da Polícia Civil finalmente deve acabar. Em reunião durante todo o dia de quarta-feira, lideranças sindicais, representantes do governo do Estado, secretário de Segurança Pública e delegada geral da Polícia Civil afirmam ter entrado em consenso e fechado um acordo pelo fim da paralisação. Depois de muita análise, foi formulado um projeto de lei que deve ser encaminhado para a assembleia. Uma assembleia extraordinária da categoria na próxima sexta-feira deve decidir pelo fim da greve, se número suficiente de policiais participarem, devido ao feriado. Caso contrário, uma nova assembleia será realizada na segunda-feira.

O secretário de Segurança Pública de Goiás, Joaquim Cláudio Mesquita, afirma que por meio de negociação com o secretário de Gestão e Planejamento, Giuseppe Vecci foi possível melhorar a proposta anterior do governo, que não havia sido aceita pelos grevistas. A contra-proposta do governo, apresentada na reunião da tarde de ontem e aprovada pelos líderes classistas, agora precisa ser levada para assembléia da categoria. Joaquim Mesquita explica que as duas partes tiveram que ceder para que o acordo fosse possível. “Está todo mundo querendo voltar a trabalhar. Há muito a ser feito para que possamos recuperar o tempo perdido”, ressalta.

Presidente da União Goiana dos Policiais Civis (Ugopoci), Ademar Luiz de Oliveira afirma que o novo secretário de Segurança Pública soube intercede r na hora certa e prometeu mudanças a respeito do ponto principal das reivindicações que é a reestruturação salarial. “Por hora, acredito que a categoria ficará satisfeita. Não posso afirmar que a greve acaba agora porque precisamos do aval da categoria. Mas acredito que é o que vai acontecer. A população carece disso”, ressalta. 

Segundo Ademar, a expectativa agora é acabar com a gre ve e, em seguida, avançar em negociações futuras sobre outras mudanças exigidas pela categoria. Ele explica que nenhuma decisão pode ser anunciada antes da assembleia. No entanto, de imediato, o presidente da Ugopoci garante que a greve já pode ser relaxada e que as mobilizações que estavam marcadas para o fim de semana serão suspensas.

Operações de retomada
A diretora-geral da Polícia Civil, Adriana Accorsi, afirma que os policiais civis vão precisar repor as horas paradas e garante que a população vai notar isso. Segundo ela, serão realizadas grandes operações para retomar as investigações que ficaram prejudicadas no período. “Com certeza, vamos contar com o apoio dos investigadores, escrivães e dos próprios delegados para que os casos parados continuem sendo investigados e para os que nem começaram passem a ser”, diz.
Adriana Accorsi destaca que a segurança pública em Goiás passa por um momento difícil e que a Polícia Civil tem um papel muito importante no enfrentamento dessa situação. “Todo cidadão tem direito a uma resposta por menor que seja a queixa. E é para dar essa resposta que nós vamos trabalhar”, conclui. Além dos agentes e escrivães da Polícia Civil, também estão parados os auxiliares de autópsia e papiloscopistas. Em junho,a Polícia Civil já havia feito uma greve, encerrada após 49 dias.

Finalmente vou poder começar minha gestão”
Ex-superintendente da Polícia Federal de Goiás, Joaquim Cláudio Mesquita, que acabou de assumir o comando da Secretaria de Segurança Pública e Justiça de Goiás (SSPJ) no lugar de João Furtado de Mendonça Neto, comemora o acordo que deve culminar no fim da greve.

“Finalmente, vou poder começar minha gestão de fato”, diz. Segundo ele, é importante o fim da paralisação para que questões essenciais como uma estruturação cada vez maior da Polícia Civil em Goiás possam finalmente ser discutidas. “Certamente, há muito a ser feito”, completa.

Fonte: Jornal O Hoje