quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Nervoso, Prefeito Paulo Garcia Ataca Adversários No Debate


Jovair no Debate da Rádio Difusora Foto: Leo Iran
O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), perdeu as estribeiras no debate realizado pela Rádio Difusora na manhã de hoje. Irritado com as críticas feitas à atual administração, Paulo usou o tempo das considerações finais para acusar os adversários Isaura Lemos (PCdoB) de deslealdade, Elias Júnior (PMN) de ser jovem (?) e Jovair Arantes (PTB) de desconhecer Goiânia – apesar de estar no exercício do quinto mandato parlamentar.

Jovair rebateu o destempero de Paulo Garcia afirmando que não admite receber “lição de moral” de um prefeito que não aceita críticas. “Eu me propus a ser candidato para dar publicidade e propor soluções aos problemas da Capital. Se Paulo Garcia se ofende, ele precisaria andar mais para ver como está a cidade. Eu estou fora de discussão nesse nível, na base da baixaria”.

Acusada de ser desleal por ter rompido aliança com a prefeitura às vésperas da eleição, Isaura também respondeu o prefeito no mesmo tom. “A marca da atual gestão é a arrogância. Fazer crítica não é deslealdade. O senhor tem que descer no gabinete para perceber que as críticas têm procedência”. Elias Júnior lembrou a Paulo Garcia que em eleições se fazem adversários, e não inimigos. Por fim, advertiu: “nós vamos discutir os problemas de Goiânia até o final”.

Este foi apenas o último capítulo de um debate marcado por críticas à atual gestão e, por consequência, pelo nervosismo do candidato que lidera as pesquisas. Jovair abriu o debate com a previsão de que a apatia do eleitor vai acabar até o dia 7 de outubro, quando o sentimento de insatisfação vai decantar em votos para postulações que defendem a mudança. “É insustentável o caos em que se encontra a administração municipal, decorrente da inoperância e da omissão da prefeitura”.
Isaura contestou a desculpa usualmente dada pelo prefeito para os problemas da cidade – a de que está na prefeitura há “apenas” dois anos e quatro meses. “Por que Paulo promete agora melhorar o sistema de saúde se não melhorou antes? Dois anos é muito tempo. Por que não fiscalizou as empresas do transporte coletivo? Por que não construiu mais escolas?”
Irritado, o prefeito de Goiânia voltou a dizer que as “mazelas” da cidade não podem ser todas debitadas na sua conta e que os prefeitos anteriores também têm parcela de culpa – entre eles Iris Rezende (PMDB), que administrou a cidade por três mandatos. A candidata do PCdoB rebateu dizendo que a atual gestão não é só omissa, como também “cúmplice” dos equívocos praticados em Goiânia.
No terceiro bloco, Elias Júnior teve a oportunidade de perguntar duas vezes ao petista. Na primeira, lembrou que o prefeito é quem indica o presidente da Comissão Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) e que a ele cabe fiscalizar a qualidade do serviço de ônibus. Nervoso, Paulo se excedeu no tempo e não respondeu. Elias retornou com uma pergunta sobre saúde, e Paulo voltou a falar de transporte – dizendo, mais uma vez, que o adversário critica porque não conhece Goiânia.
“Eu perguntei sobre saúde e o senhor respondeu sobre transporte”, afirmou Elias. “O senhor precisa assumir que é o responsável pela crise na saúde. Se por ventura algum de nós comete uma imprecisão ao falar da prefeitura, é porque falta transparência. Por favor, divulgue os números da prefeitura. Diga-nos a verdade sobre o que acontece na administração”.
Ao final do debate, Paulo deixou o auditório da Associação Filhos do Pai Eterno sem se despedir dos adversários. Também não os abraçou na hora de tirar fotos. Enquanto se encaminhava para o carro, o prefeito pediu aos assessores que esperassem. Queria fumar um cigarro.

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