domingo, 9 de setembro de 2012

Motoboy que Teve Casa Demolida Estuda Processar Prefeitura

O motoboy Alex Mendes Machado estuda abrir processo contra a Prefeitura de Goiânia pela demolição de sua casa na Avenida 2ª Radial, no Setor Pedro Ludovico, na quinta-feira pela manhã.
A demolição foi autorizada pelo prefeito Paulo Garcia (PT), que mandou avisar que construiria uma avenida que passará pelo local.Alex, a esposa Josiane Cavalcante Gomes Machado e os dois filhos estão dormindo na casa de amigos no setor Bela Vista. Segundo a assessoria da Agência Municipal de Obras (Amob), o imóvel foi demolido por se tratar da área onde será construída a continuação da Avenida Marginal Botafogo. 
Alex diz que não foi notificado de que não poderia construir no local e reclama do fato de a prefeitura não ter apresentado uma solução para o seu caso. "Estou vendo com meu advogado se abro processo. Fui retirado de forma arbitrária. Ninguém me informou nem notificou nada. Como a prefeitura tem a Guarda Municipal e toda máquina pública, agiram como se a gente estivesse no tempo do coronelismo, sem respeitar as leis".
Segundo a sogra de Alex, Dulce Helena Cavalcante de Jesus, o motoboy construia há um ano uma casa para morar com a esposa e os dois filhos. Hoje o motoboy diz estar morando de favores e afirma que teria dificuldades financeiras para pagar aluguel, caso não consiga um local para morar.

"Estou vivendo de favores, não tenho para onde ir. A forma como minha casa foi derrubada foi muito brutal. Ninguém me notificou sobre o fato de eu não poder construir uma casa no lote", diz o motoboy. De acordo com Alex, a única coisa notificação que havia recebido era sobre a proibição de construir um muro cercando o lote. "Se aparecer um documento assinado por mim dizendo que eu não poderia construir a casa ou é forjado, ou não existe."

DRAMA
A sogra de Alex afirma que continua assustada com o ato de violência da prefeitura. "O pessoal chegou aqui, sem ordem judicial, e foi derrubando tudo. O documento só tinha a assinatura do secretário, nada mais. Eles ainda disseram que, se a gente não saísse, iam derrubar a casa com todo mundo lá dentro". Dulce lembra que sua filha estava em casa amamentando o filho mais novo, de oito meses, quando a patrola da prefeitura começou a demolir o imóvel.

A aposentada afirma ainda que ainda tentou conversar com o funcionários da Amob para tentar dissuadi-los da demolição, mas não foi ouvida. "O pessoal da prefeitura disse que se a gente não saísse, ainda poderíamos ser processados por abandono de incapaz", conta a mulher, se referindo aos netos menores de idade.


Segundo Dulce, os funcionários da prefeitura ameaçaram prender a família caso houvesse resistência. Ela disse que ficou assustada com a presença de quatro carros da Guarda Municipal, cada um ocupado com três guardas. Dulce disse que o genro pretende processar a prefeitura para reaver os danos causados. "Ele está indignado. Como foi perder tudo isso?"


Dulce mora há 28 anos no Setor Pedro Ludovico e diz que a prefeitura promete, há anos, conceder as escrituras dos imóveis aos moradores. "Em vez disso, eles fazem é destruir tudo o que a gente lutou para construir. Minha filha e meu genro perderam no mínimo 30 mil com a casa demolida."

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