sábado, 18 de agosto de 2012

Presidente da OAB Responde PT/PMDB: "OAB Sabe Separar Bem o Que é Interesse Coletivo De Interesses De Poucos, Que Atuam Em Detrimento da Maioria"



Welliton Carlos


Henrique Tibúrcio (Foto: Divulgação)
Henrique Tibúrcio (Foto: Divulgação)
O Presidente  da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) Henrique Tibúrcio.  respondeu a Carta Aberta ao Povo Goiano, escrita por peemedebistas e petistas no jornal O Popular, na semana passada. Conforme a OAB, em artigo publicado ontem no mesmo jornal, a entidade jamais será usada politicamente por qualquer grupo partidário.

"O que não fará, nunca, é servir de instrumento para as pretensões políticas de quem quer que seja, pessoa ou agremiação partidária", escreve Tibúrcio na seção opinativa do diário goiano.

A "carta" do PMDB e PT foi interpretada como golpista por integrantes da base do governo de Goiás, por integrantes da própria oposição e dezenas de entidades, como advogados ligados à OAB. O autor pede ainda que as instituições zelem pela democracia, como já vem sendo feito em Goiás.

Conforme Tibúrcio, a Ordem, que foi citada na carta do PMDB e PT, sabe separar bem o que é interesse coletivo de interesses de poucos, que atuam em detrimento da maioria. A carta motivou uma ampla reação, principalmente pelo conteúdo.

Advogados que analisaram o documento entendem que a base do texto assinado pelo PT e PMDB é antidemocrática e ilegítima, frente aos princípios gerais do Estado democrático de direito garantia da Constituição Federal.

Foi a primeira vez que PT e PMDB publicamente apresentaram intenção de "cassar" o gestor de Goiás, mesmo reconhecendo que inexistem provas contra o governador Marconi Perillo. Tecnicamente, sequer foi apresentada denúncia contra o administrador público no Superior Tribunal de Justiça (STJ), órgão de Estado que pode dar um veredito final. PMDB e PT, entretanto, avançaram nas suposições, definindo os tempos "sombrios" que Goiás vive como momento para mudar a rota política do Estado.

Integrantes da base aliada, como Paulo de Jesus, presidente do PSDB, retaliaram a carta, apontando que ela seja supostamente uma reação do PMDB à possível convocação de Iris Rezende para falar na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apura as relações de Carlos Cachoeira, Delta Construções e políticos.

Um dos ex-assessores de Iris Rezende, Sodino Vieira, é citado pela Polícia Federal como suspeito de receber R$ 2 milhões de grupos ligados à Delta-Cachoeira. Henrique Tibúrcio diz que existem setores que pretendem usar a Operação Monte Carlo para "submergir o Estado". É uma afirmação velada, referente aos grupos que torcem para que Goiás sofra as intempéries políticas oriundas da crise provocada pela operação da Polícia Federal.

Na carta da OAB, publicada como artigo, de forma mais sóbria e menos partidarizada, Tibúrcio sublinha que a carta peemedebista-petista foi rechaçada pela sociedade: "Prova disso foi a manifestação, na semana passada, logo após as maiores forças políticas do Estado terem trocado farpas na imprensa, de 25 importantíssimas instituições, sobretudo representantes do setor econômico, ao virem a público manifestar não a defesa do governador ou de seu mandato, mas a garantia da plenitude de funcionamento do Estado, suas instituições e seu crescimento."

As instituições a que a OAB se refere são os segmentos organizados que de imediato se posicionaram em defesa do governador Marconi Perillo e do governo de Goiás.


GOLPE

Em entrevista ao jornal Diário da Manhã, o cientista político Itami Campos disse que o conteúdo da carta do PMDB e PT não teria "surtido o efeito desejado". Ao contrário, provocou uma reação da sociedade, pois se assemelha a um conteúdo golpista.

O pesquisador de política, um dos mais experientes do País, afirma que o uso da carta foi um expediente do passado, oriundo de práticas políticas antigas, como as adotadas pela UDN, o partido político que em Goiás motivou a derrocada do governador Mauro Borges, em 1964. 

"É algo que deve ser estudado, assim como estes movimentos, como o Fora Marconi. Por que não surtiram efeito? O que está por trás? É algo que deve se perder tempo com uma pesquisa mais profunda", diz o cientista político.

Fonte: Mais Goiás


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