segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Prefeito de Goiânia Quer Explicações” da ONU

O prefeito Paulo Garcia (PT), candidato à reeleição, costuma dizer que seus adversários não conhecem Goiânia quando é confrontado com críticas em debates. Desta vez, ele pediu “explicações” à Organização das Nações Unidas (ONU) por conta de um estudo que apontou a cidade como a mais desigual da América Latina e do Caribe.
O estudo foi divulgado na terça-feira pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Urbanos (ONU-Habitat), que aponta cinco capitais brasileiras entre as mais desiguais do continente: Fortaleza (Ceará), Belo Horizonte (Minas Gerais), Brasília (Distrito Federal) e Curitiba (Paraná), além de Goiânia.
“Nós estamos atrás dos critérios para ver com que base e com que dados isso foi diagnosticado”, disse Paulo Garcia ao Jornal O Hoje na sexta-feira, após uma sabatina promovida pelo Goiânia Convention & Visitors Bureau. Ele disse ainda que, apesar de ser a cidade mais desigual da América Latina, a Capital ainda é referência em qualidade de vida.
Em 2010, o mesmo programa divulgou estudo em que Goiânia era a mais desigual entre as capitais brasileiras e a 10ª cidade mais desigual do mundo.

METODOLOGIA

O resultado do estudo se constrói a partir do Índice Gini, que define o nível de desigualdade por quatro fatores: nível educacional, expectativa de vida, renda per capita e a taxa de pobreza multidimensional - calculada pelos indicadores de saúde, lazer, transporte público, saneamento básico, qualidade, segurança, entre outros. O levantamento utilizou dados estatísticos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) da ONU.

O Índice Gini varia de 0 a 1, sendo zero o menor nível de desigualdade e um a desigualdade "total". Goiânia apresentou nota 0,65, que é considerada extremamente alta para cidades com as mesmas características da capital goiana.

A dificuldade da população em ter acesso a serviços oferecidos pela prefeitura contribui para elevar este índice. Estima-se, por exemplo, que na Capital haja déficit de oito mil vagas.

Além de mapear a desigualdade social em Goiânia, o estudo da ONU apresenta um dado alarmante, que dá dimensão do desafio que os gestores públicos haverão de enfrentar no futuro. Até 2020, a região Metropolitana deve superar 2,4 milhões de habitantes.

Estudos mostram que Goiânia não tem infraestrutura suficiente para suportar o crescimento demográfico do município. Projetada para 50 mil habitantes, o número de moradores aumentou 400% desde 1970, chegando a 1,3 milhão.

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