segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mensalão. Hamlet Do William Shakespeare

A obra Hamlet foi escrita entre os anos de 1599 e 1601 e conta a história de um rei da Dinamarca, Hamlet que, depois de sua morte, vem em espírito para contar ao seu filho que foi morto por seu próprio irmão, Claudius e solicita ao príncipe Hamlet que vingue a sua morte, tirando o irmão do rei do trono depois de ter se casado com a viúva do rei, Gertrude.

 
Quem assiste sessão de julgamento do processo Mensalão pelo STF, através da TV Justiça, pensa estar assistindo a uma peça do William Shakespeare o "Hamlet". O original da peça, a qual não assisti, mas segundo consta da literatura, é repleto de cenas de traição, vingança, incesto, corrupção emoralidade, exatamente como acontece no julgamento de referido processo. 

Disse Roberto Gurgel o Procurador Geral da República: “foi, sem dúvida, o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil”. Muito bonita frase, mas talvez inócua no seu conteúdo, porque a denúncia é pobre de provas. 

O que mais se ouve nas defesas dos réus é que "o mensalão nunca existiu". Creio ser meu equívoco. Deve ser também do Procurador Geral da República. Deve ter sido vingança do partidos da oposição para derrubar o Lula, dito isso pelo próprio ex-presidente.

Não existe quadrilha. É outra afirmativa de se ouve falar muito. Deve ser porque são mais de 4, na realidade 38 mensaleiros. Então, é digamos a máfia brasileira, para não dizer siciliana. 

Não há mandante. O pagamento da suposta dívida de campanha foi paga aos parlamentares, pelo nada menos que o José Genuíno, otraidor da guerrilha de Araguaia. Segundo as defesas combinada, José Dirceu é um pobre coitado, é um burrinho, incapaz de articular coisa nenhuma. Isto todos sabem, sobejamente, o contrário. Isto é que se chama esperteza!

Presidente Lula, não sabia de nada, mesmo tendo o José Dirceu do seu lado. Isto se chama incesto. Uma relação de carne e unha. O público que mistura com o particular. O particular que mistura com o público. Um lavando a mão do outro. Um encobrindo o outro. Uma verdadeira troca troca, de favores.

Empréstimos fajutos de R$ 83 milhões. Quentes, apenas no papel, para inglês ver, para os ministros verem como provas de legalidade. Houve corrupção, antes, durante e depois do empréstimo. Empréstimos pagos com o dinheiro sujo das empreiteiras, pagos aos donos dos bancos, no paraíso fiscal. Uma operação típica de lavagem de dinheiro, combinado com evasão de divisas. Há moralidade nisto?

Afirmam a 4 cantos que o julgamento do mensalão tem que ser técnico. Quer mais técnico do que pagamento e recebimento de dinheiro em espécie? Muitas vezes em dólares ou euros, guardados em cuecas, literalmente. Esta parte foge um pouco ao roteiro do William Shakespeare. Mais parece um filme de pastelão. 

O que se espera para o Epílogo de uma peça como esta? Nada, absolutamente nada! Vão ser condenados os bodes expiatórios, réus confessos, Marcos Valério e Delúbio Soares. O restante, o restante, as penas serão tão mínimas que já estão dentro do prazo de decadência. 

Isto é Brasil ! Brasil! A Dinamarca, onde ocorreu a peça Hamlet escrito pelo William Shakespeare.

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi prof. da UFPR

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