domingo, 26 de agosto de 2012

Goiânia Está à Beira do Colapso, Diz BID

O  prefeito de Goiânia quer ser reconduzido ao cargo por mais quatro anos. Mas apesar de a sua candidatura se agarrar à bandeira da sustentabilidade, a verdade é que a sua administração não segue os princípios que agora defende no horário eleitoral gratuito. Prova disso é o estudo realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Goiânia para o projeto Plataforma Cidades Emergentes e Sustentáveis.


O levantamento projeta um futuro desolador para a Capital caso o poder público não interfira imediatamente no seu desenvolvimento. A pesquisa foi realizada em agosto de 2011 e recebeu o nome de “Análises de Crescimento Urbano e Simulação para Avaliação de Sustentabilidade”. Nele, constam diagnósticos para as áreas ambiental (água, esgoto, resíduos), urbana (mobilidade, acessibilidade, plano diretor) e gestão (equilíbrio fiscal, planejamento estratégico, participação popular) da cidade. 


O BID levou em consideração a forma como Goiânia se desenvolveu nos últimos anos para traçar um prognóstico para 2050. Partiu-se da premissa de que a cidade está em franco e desordenado processo de crescimento. Nos próximos 38 anos, a Capital passará dos atuais 721 km² para uma área de aproximadamente 1.150 km². Esse chamado “Crescimento Urbano sob Pressão” alerta pesquisadores para um fenômeno próprio das cidades emergentes no Brasil e na América Latina: a segregação socioespacial da população em periferias.


Essa segregação isola as famílias goianienses pobres em locais onde é deficiente a oferta de serviços públicos oferecidos pela prefeitura. A causa desse problema é a má gestão administrativa da cidade.


O ideal, de acordo com estudo, é que a prefeitura combata a existência de vazios urbanos - resultante da especulação imobiliária - e colabore para que maior parte da sua população fique nos bairros da região Central.


Em entrevista ao O Popular, no dia 26 de março deste ano, o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás, Jhon Silveira, disse que Goiânia tem hoje 100 mil lotes vazios. “Um número que poderia abastecer a demanda de crescimento populacional da cidade pelos próximos 25 anos, sem que fosse preciso a aprovação, por parte da prefeitura, de mais nenhum loteamento na cidade”, afirma.

CIDADE NADA SUSTENTÁVEL

Outro grave problema apontado pelo estudo é o desrespeito ao meio ambiente, que tende a ficar cada vez mais degradado com o passar dos anos caso nada seja feito com urgência pela administração municipal. Com o crescimento desordenado da cidade, a população tende a ocupar áreas de encostas e de preservação ambiental, levando a população de baixa renda a situações de risco.


O estudo do BID propõe que, com ações de curto, médio e longo prazo, a administração municipal impeça processos de ocupação que não respeitem restrições ambientais, o que vai desestimular a cidade a se expandir sem controle.

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