quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Bida é Suspenso Por 1 Ano Por Ter Usado Medicamento Proibido

Bida esteve no STJD, mas não deu depoimento
Daniele Carvalho/Justicadesportiva.com.brBida não escapou de suspensão no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na noite desta terça-feira, dia 14 de agosto. Por maior de votos, o volante do Atlético/GO foi suspenso por um ano, mesmo com a ex-nutricionista do clube tendo assumido toda a responsabilidade pela ingestão da substância, isentando o jogador de qualquer culpa no fato. Mesmo assim, somente um dos cinco auditores votou pela absolvição. Os outros quatro auditores votaram pela suspensão por um ano. O clube deverá recorrer da decisão ao Pleno do STJD.

A ex-nutricionista do clube, Fernanda Machado Rezende, prestou depoimento como testemunha no STJD, contando aos auditores o que teria ocorrido para a ingestão da substância proibida no organismo de Bida. Ela assumiu a culpa pelo erro ao ministrar fórmula ao atleta.

"Eu estava no clube desde janeiro. Em junho foi feito um estudo em que o jogador foi testado e percebemos que ele estava com retenção líquida e com o percentual alto. Desenvolvi uma fórmula para ser apresentada ao Dr. Rômulo Peixoto, no dia 15 de junho. No final de semana, os jogadores tiveram um jogo fora, que eu não acompanhava. Na madrugada de domingo para segunda, Dr. Rômulo veio a óbito e, então, não houve a apresentação do estudo. Então ele começou a tomar o medicamento e, no sábado seguinte, tive a oportunidade de conversar com o Bida, e ele me disse que estava se sentindo fraco. Na hora suspendi o uso e entrei com a dieta de proteína, como já é de praxe. E, infelizmente, ele foi pego no domingo seguinte".

Fernanda assumiu o erro pelo que aconteceu a Bida. "Não sabia que a substância mascarava. Acho que todo profissional pode errar e eu, assim que soube que a substância era proibida, assumi o erro e pedi demissão do clube, visto que prejudiquei uma pessoa".

A nutricionista ainda falou sobre o comportamento de Bida e que ele não sabia do risco. "O atleta Bida sempre obedeceu muito bem a todas as recomendações alimentares. Após cada partida fazíamos reuniões com a comissão técnica para estudar cada jogador. Tanto é que o estudo que realizei seria mostrado para ele logo após o jogo do fim de semana. O Bida não sabia que tipo de substância estava ingerindo, já que confiava totalmente em nosso trabalho. A substância contém cloreto de sódio, que limpa o organismo e é eliminada através dos rins, da urina".

Depois do depoimento, os auditores entenderam que não seria necessário ouvir o jogador do Atlético/GO, que estava presente ao Tribunal. Assim, o advogado Osvaldo Sestário passou a defender o atleta.

"Confesso que esse é um caso atípico. Já defendi casos de maconha, Sorine, Neosaldina, mas este não. O atleta Bida tem 28 anos e está a dois anos no Atlético/GO. Ele não tem qualquer tipo de passagem por esse tribunal. Foi perguntado à testemunha como ele se comporta e os senhores ouviram que ele é obediente em relação às recomendações médicas e técnicas. Não é um simples caso de doping".

Em seguida, o defensor citou a morte do médico do Dragão. "O Dr. Rômulo Peixoto estava a sete anos no Atlético e o que houve foi uma tragédia. A nutricionista Fernanda foi muito sincera em seu esclarecimento e reconheceu que errou. O atleta, obediente, apenas seguiu o que lhe foi passado. Mas nada foi intencional, já que foi dito aqui que haveria uma reunião na segunda-feira seguinte ao jogo, como era de costume".

Por fim, Sestário pediu a absolvição de Bida. "Sabemos que cada caso é um caso. O atleta aqui acusado não sabia de nada. A defesa pede que seja analisado que o atleta é inocente e que os fatos aqui trazidos são condizentes. Ressalto que a defesa não pediu a contraprova, já que o problema foi detectado internamente. Assim, a defesa pede a absolvição do atleta".

O relator Jonas Lopes votou por aplicar o artigo 10.5.2 do Código Mundial Antidopagem, por entender que não houve a existência de “culpa” por parte do jogador, o que faz a pena de dois anos de suspensão cair pela metade. Depois, o auditor Nicolao Constantino absolveu o jogador, por entender que ele não tinha culpa. Já os auditores Jurandir Souza e Manuel Márcio Torres, além do presidente Wagner Nascimento, acompanharam o voto do relator.

Bida, ao lado de dirigentes do Atlético/GO, deixou o STJD, no Centro do Rio de Janeiro, sem falar com a imprensa.

Fonte: Justiça Desportiva

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