sábado, 30 de junho de 2012

Turistas aproveitam programação do Fica e atrações da Cidade de Goiás


 Camila Cecílio
Fotos: Marina Adorjan
 
“O Fica é a minha cara e minha casa também”, é assim que o artesão e vendedor ambulante, Daniel de Azevedo Fonseca Dias, de 50 anos, denomina o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica). Pela segunda vez na Cidade de Goiás, ele conta que se sente em casa ao andar pelas ruas de pedra do município e ainda mais à vontade com a hospitalidade dos moradores daqui. “A gente que vive desse jeito, de um lugar para o outro, normalmente é ‘chutado’, mas aqui as pessoas são educadas, isso faz a gente querer ficar”, garante.
 Paranaense, Daniel é uma das tantas pessoas que estão em solo vilaboense para conferir as atrações do Fica 2012 e enriquecer a cidade com a presença de gente de outras regiões do País. Sem endereço fixo, ele conta que já andou por todo o Brasil vendendo brincos, pulseiras e acessórios de couro, mas atualmente percorre o interior de Goiás. O ambulante faz questão de ressaltar que o modo como vive não é apenas em busca de sustento. “Ando por aí desde os 17 anos e nesse tempo já vi muita coisa, conheci muitas pessoas. A gente cresce espiritualmente e desenvolve enquanto pessoa”, comenta. Uma oportunidade de evolução, para ele, é estar em um festival que fala sobre o meio ambiente pela perspectiva artística. “É um trabalho que merece nota mil, deveria ser feito uma vez por mês em todos os estados brasileiros”, acredita.
A baiana Simone Silva, 47, está na Cidade de Goiás pela primeira vez e já se encantou com os casarões históricos que dão vida a um dos principais pontos turísticos do Estado. Moradora de Pirenópolis há 16 anos, onde trabalha como massagista, ela lamenta não ter conhecido a cidade antes, mas garante: “ano que vem tentarei estar aqui novamente porque está tudo muito bonito”. Na companhia dos filhos Clara, 15, e Rafael, 6, ela acompanhava a apresentação teatral do Grupo Limpando o Olho, do Ponto de Cultura de Uruaçu, realizada na tarde de hoje na Praça do Coreto. “O que mais chama atenção aqui é a parte histórica e a simplicidade tanto do município quanto das pessoas, das casas e comidas”, destaca.
 Para Simone, outro ponto positivo na visita à terra de Cora Coralina é a programação do festival, com diversas atividades para crianças e adolescentes. “Já assistimos vários filmes e estamos tentando acompanhar tudo, mas tem muita coisa bacana. Também vimos que tem diversidade de eventos que as crianças podem participar. Adoramos”, diz. E o sorriso no rosto de Clara e Rafael ao assistirem a peça teatral só reforça o que a mãe já disse.
Mas a alegria não estava apenas no rosto das crianças. A dona Jenir Mesquita, de 78 anos, veio de São José do Rio Preto (SP) para visitar a filha que mora na cidade, mas escolheu o mês de junho justamente para aproveitar as tantas apresentações artísticas que o Fica 2012 possui em sua lista de atividades. “Vim para matar a saudade e aproveitar essa festa”, afirma aos risos. Como sua filha só mora aqui há apenas um ano, essa é a primeira vez que a dona de casa prestigia o festival. No entanto, a vontade de voltar no ano que vem já está nos planos dela. “Deus ajude que eu esteja viva até lá, porque se estiver eu quero voltar”, brinca.
O Fica 2012 conquistou gente do Paraná, da Bahia, de São Paulo e tantos outros estados. Nessa lista não poderia faltar o público do Distrito Federal. O artista plástico Paulo Ataíde Cavalcante, 60, veio com mais seis amigos de Brasília para conferir de perto as discussões sobre meio ambiente, sustentabilidade e a sétima arte. De acordo com ele, o festival não poderia estar melhor. “A segurança está ótima, a comida é maravilhosa e o público é muito consciente das causas que são discutidas aqui. Estou encantado, com certeza vou voltar”, assegura o visitante.
 Paulo conta que já participou de muitos festivais pelo País, mas o Fica o impressionou. “O público aqui é diferente, sem falar que acho essa iniciativa muito legal enquanto instrumento de conscientização ambiental e social. Existe um respeito entre a comunidade local e os visitantes que vêm para cá”, avalia.
A expectativa da organização é que o público cresça ainda mais de hoje para amanhã, já que Nando Reis sobe ao palco principal logo mais a meia-noite para iniciar os shows nacionais deste ano. Amanhã (30) é a vez da Orquestra Imperial e, por fim, Caetano Veloso, no domingo

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