terça-feira, 19 de junho de 2012

Caiu a Casa do PT: Documentos Comprovam Triangulação Entre Governo Federal, Delta e Cachoeira




Foto: Cadu Gomes
Da tribuna, na sessão desta segunda-feira (18/06), o Líder do PSDB, senador Alvaro Dias, apresentou estudo organizado a partir de uma série de documentos recebidos pela CPI Mista do caso Cachoeira, que comprovam as conexões do governo federal com a Delta Construções e desta com o esquema criminoso do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Pelo esquema revelado por Alvaro Dias, a Delta ganhava licitações do governo, principalmente no Dnit, apresentando preços risíveis, e depois que assinava os contratos, requeria diversos aditivos, simulando serviços fictícios com empresas laranja. Estas, como a empresa Alberto Pantoja, de propriedade de Cachoeira, por fim repassava recursos a intermediários.
Usando um gráfico, o Líder do PSDB mostrou a ligação da Delta com a empresa laranja Alberto Pantoja. Segundo lembrou o senador, os dados são fruto de informações oficiais retiradas de documentos do inquérito do caso Cachoeira, que teve o sigilo de justiça revogado pelo STF. O estudo apresentado pelo Líder revela que dos valores recebidos pela Delta em contratos com o governo federal, mais de R$ 29 milhões irrigaram as contas da empresa Alberto Pantoja, e destas contas o dinheiro foi retirado por pessoas ligadas ao contraventor.
“Há uma clara conexão entre o governo federal e a empresa Delta, e desta com a empresa Alberto Pantoja, e daí para integrantes da quadrilha comandada pelo bicheiro. Aqui, há material suficiente que comprova a triangulação de recursos. São números oficiais, resultantes da quebra de sigilo bancário, e os estamos apresentando porque o Supremo Tribunal Federal atendeu a um pedido da CPI e revogou o segredo de justiça para o inquérito decorrente da Operação Monte Carlo. Portanto, a atitude que adotamos, hoje, está respaldada na decisão do Supremo e é legal”, afirmou o senador.
Alvaro Dias mostrou uma planinha com a relação de empresas, parentes e nomes ligados a Cachoeira, além de valores recebidos. De acordo com o senador, os valores vieram de contratos da Delta com o Dnit, daí a importância da convocação do ex-diretor do órgão e do ex-presidente da construtora. O senador lembrou que, conforme noticiado, Pagot já declarou que foi derrubado de seu cargo no Dnit por pressões de Cachoeira e Cavendish.
“Apresento esse trabalho para comprovar que não se pede por pedir, não se exige simplesmente pelo gosto da exigência, mas porque é necessário ouvir os srs. Fernando Cavendish e Luiz Antonio Pagot na CPI. Por que temem o depoimento deles? Por que não desejam ouvi-los? Se há uma predisposição de Pagot de vir à CPI, sem receio e de contar o que sabe, por que impedir? O que revela essa postura é medo ou é desejo de colocar debaixo do tapete toda sujeira existente? E por que não convocar o Sr. Fernando Cavendish, que liderou a turma do guardanapo branco nas festas de Paris? Nós já temos aqui a prova oficial, material, documentada das relações do governo federal com a empresa Delta e desta com Cachoeira. O passeio do dinheiro demonstra que há uma relação de promiscuidade de agentes públicos com agentes privados e com os criminosos. Portanto, não há razão alguma que justifique a não convocação de Pagot e de Cavendish”, defendeu o senador.
CPI nos trilhos
Em entrevista à imprensa após seu discurso no Plenário, o senador Alvaro Dias defendeu que os parlamentares que integram a CPI do Cachoeira e participaram recentemente de um almoço em Paris com Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, deveriam pedir afastamento da comissão. O Líder do PSDB disse que a CPI está “sob orientação política suspeita”.
“É preciso recolocar a CPI nos trilhos, valorizando o real objeto de investigação, que é o desvio do dinheiro público por meio das operações da Delta, tendo Cachoeira como principal traficante de influência”, afirmou o senador tucano.

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