Alimentos Agroecológicos Bom Para o Meio Ambiente e Para a Saúde

Thaís Romão
Fotos: Marina Adorjan

Dando continuidade aos trabalhos do movimento O Grito e a Resistência no Cerrado, iniciados pela manhã, foi realizada na tarde desta quinta-feia (28), na Catedral de Santana, mesa-redonda com o tema Meio Ambiente, Saúde e Agrotóxico. Com participação do professor e coordenador do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), Fernando Ferreira Carneiro, e do integrante da coordenação regional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Fábio José da Silva, a discussão reuniu cerca de 60 pessoas.

O encontro discutiu os impactos que o uso do agrotóxico causa na saúde e no meio ambiente. De acordo com levantamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 30% dos alimentos que vão à mesa dos brasileiros contém teor inadequado de agrotóxico ou produtos de uso proibido.  “No Brasil praticamente não temos fiscalização do uso de agrotóxico. Para piorar, o governo ainda oferece uma série de subsídios para quem produz e comercializa esse tipo de produto”, observou Fernando Carneiro. “Precisamos chamar a atenção das pessoas quanto ao consumo de alimentos contaminados com agrotóxicos. Além de degradar o meio ambiente, de uma forma geral, são extremamente prejudiciais à saúde ao longo do tempo”, completou. O professor da UnB ainda criticou a nomenclatura ‘defensivo agrícola’ utilizada pelas indústrias.

Uma das saídas apontadas pela mesa para o combate ao uso indiscriminado e inadequado dos agrotóxicos é a produção e consumo de alimentos agroecológicos. “A agroecologia é um sistema utilizado por camponeses que evita produtos químicos e faz uso de elementos da natureza para manter o equilíbrio da produção – como a rotação de culturas e defensivos naturais”, explicou Fábio Silva, que, por meio da CPT, trabalha diretamente com os camponeses que cultivam alimentos agroecológicos. Durante todo o debate, participantes puderam fazer intervenções, relatando suas experiências a respeito do tema.