Anna Carolina Aquino Advogada, pós-graduada em Direito Público e graduada em Direito Marítimo e Portuário, a serviço do Senhor Jesus e torcedora do Sport Club do Recife! Foi convidada a escrever para o blog
O ano era 2008. Mais
precisamente a final de uma Copa do Brasil inesquecível para o clube da Ilha do
Retiro. Corinthians 3x1 Sport no Morumbi. Eis que Carlinhos Bala
dispara: "Foi um gol muito importante que nos deixou empolgados para
o jogo da volta. Foi o gol do título.” Começa, então, a era das profecias no
Sport, concretizada com o título da competição. Assegurado na Libertadores da
América, ainda naquele ano, uma outra previsão, em sentido contrário, viria a
irromper e Homero Lacerda solta: “Não podemos perder o bonde da
história”. 2009. Sport eliminado, nos pênaltis, dentro de casa, nas oitavas de
final da disputa internacional. O bonde passara, conforme preconizado. Chegamos ao ano de
2011. Muito longe do ápice vivido em 2008, o Sport cambaleia na Série B, depois
da perda de um hexacampeonato e de um ano pouco animador para a torcida rubro
negra. De Geninho, passando por Hélio, Mazola, PC e, de novo, Mazola, não
parecia haver solução para colocar o clube no caminho do bonde novamente. Eis que o salvador
da pátria parecia ter chegado e Mazola, protagonista de uma polêmica com o
mesmo Carlinhos Bala de acima, detona: “Tem alguma coisa me dizendo que a
gente vai subir”. E o Sport subiu. Conquistou o acesso em um jogo dramático, numa tarde
chuvosa, contra o Vila Nova em Goiânia. Parece que o bonde tinha dado ré e
deixado a gente entrar de novo. Ainda em dezembro, o interino foi efetivado. O ano é 2012. O ano
do retorno à Série A. O trem, esperava-se, estaria nos trilhos. Bem, não está. A torcida, que já
andava desconfiada, começa a ficar impaciente. O Sport, com o discurso do
planejamento em alta, parece não se dar conta da nova realidade. A combinação
de um diretor remunerado, experiente, com um técnico emergente, está indigesta.
O abismo que separa as contratações das especulações é evidente. O Sport dorme
ou, como melhor definiu um rubro negro, parece sonolento. Ou parecia, não
fossem as tais profecias. O ano ainda é 2012. E Mazola prevê: “O Sport será campeão pernambucano e
fará uma belíssima campanha na Copa do Brasil para embalar de vez para a
disputa do Brasileiro. E vamos conseguir uma vaga numa competição
internacional. Vamos fazer de tudo para ter um ano maravilhoso e, em dezembro,
estarei aqui com vocês" Não, não acabou. Ainda bem, diriam
alguns. Porque se o acesso veio de forma mágica, o futebol não vive de
projeções proféticas que hoje mais soam como jogadas de marketing. Falta
naturalidade. Sobra artificialismo. Lugar comum. E o time que vai entrar em
campo no dia 15 de janeiro não tem jeito de um Sport antenado com o contexto.
As desculpas já não satisfazem.
O que resta, então,
é torcer para que as frases de efeito não tomem o lugar do planejamento, há
muito esperado, ou, do contrário, uma outra profecia, do ditado popular,
assombrará a Ilha: “O que começa errado...”
Anna Carolina Aquino
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