sábado, 24 de dezembro de 2011

Advogado deixa de defender Vila Nova e diz que no clube tudo é amador


Por Fernando Vasconcelos
situação do Vila Nova é cada vez mais caótica. Atolado em dívidas trabalhistas, o clube encontra muitas dificuldades para montar o elenco para a próxima temporada. A diretoria atual, aclamada no início do mês, herdou várias ações na Justiça de ex-funcionários contra o clube e ainda tem que lidar com ações recentes, de jogadores que deixaram o Vila após o término da Série B.
Para piorar o cenário, os advogados do clube, Maurilho Teixeira e Paulo Henrique Pinheiro, também afetados pela crise, prometem não prestar mais serviços à entidade após o dia 25 de dezembro.
- Eu e o doutor Maurilho Teixeira comunicamos nossa saída na última quinta-feira. A partir do comunicado, teríamos que prestar mais dez dias de trabalho ao clube. Portanto, após o dia 25 não responderemos mais pelas ações do Vila Nova se nada for feito – revelou Paulo Henrique Pinheiro.
Advogado do Tigrão há dois anos, Paulo Henrique lamenta a atual situação do Vila e alega que pretende deixar o time não apenas por falta de pagamento, mas também por não ter uma boa condição de trabalho.
- São vários motivos. Claro que a falta de pagamento é um deles, mas não é só isso. No Vila Nova tudo é muito amador. Nós ficamos sabendo de muita coisa por meio da imprensa. Não temos uma boa condição de trabalho também. Nos reunimos com o presidente (Eduardo Barbosa), mas após a reunião nada ainda foi feito por nossa situação – revela Paulo Henrique Pinheiro.
Dividas trabalhistas
Henrique, zagueiro do Vila Nova (Foto: Fernando Vasconcelos/GLOBOESPORTE.COM)
Henrique conseguiu se desligar do Vila Nova
(Fernando Vasconcelos/GLOBOESPORTE.COM)
Paulo Henrique Pinheiro comentou as recentes ações e derrotas na Justiça que o o Tigre sofreu. O clube responde por cerca de 60 ações por falta de pagamento, sendo 15 recentes, de acordo com Paulo Henrique Pinheiro. Uma delas foi feita pelo zagueiro Henrique, de 20 anos, que conseguiu uma tutela antecipada na Justiça e deixou o clube.
- Ele (Henrique) está livre para negociar com outra equipe até fevereiro. O Vila vai tentar recorrer, mas até lá ele poderá jogar em outro time – revelou Paulo Henrique Pinheiro.
O presidente Eduardo Barbosa se mostrou surpreso com a atitude do zagueiro.
- Acho que isso é ruim para o clube e para o atleta também, sobretudo para quem foi formado em nossas categorias de base. O Henrique poderia ter nos procurado, assim como vários atletas fizeram. Dei prioridade a quem foi formado no Vila. É um jogador que foi muito valorizado aqui, ganhava um bom salário e não estava com os vencimentos atrasados – disse Eduardo Barbosa.
Henrique conseguiu se desvincular do Vila Nova porque o clube não recolheu o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Outros jogadores que atuaram no Tigrão em 2011 já conseguiram ou ainda tentam deixar o clube por meio da Justiça do Trabalho. Além de Henrique, o lateral-esquerdo Jorge Henrique e o meia David tinham vínculo com o Vila para a próxima temporada e conseguiram rescindir o contrato por meio de decisão juducual. David inclusive já foi contratado pelo Goiás.
De acordo com Paulo Henrique Pinheiro, os goleiros Luís Cetin e Michel Alves tentam se desligar do Vila Nova, mas o clube ainda não foi notificado.
 Em relação ao Michel Alves, a primeira decisão da Justiça foi favorável ao Vila. Acho que esta situação será revertida, mas ainda não fomos notificados. Quanto ao Cetin, não fomos informados sobre nenhuma decisão judicial.
Como a maioria das cerca de 60 ações trabalhistas contra o Vila Nova ainda está em estágio inicial, Paulo Henrique Pinheiro disse que não é possível estimar qual é o valor da dívida do clube.
- Nem sempre a quantia que pedem é a quantia que a Justiça determina a pagar. Poucas ações estão em estágio final. É preciso esperar.
Matéria Copilada:globo esporte

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